Loving Madly: 18 - My Demons



Apenas segui caminho até ao banco mais próximo. 
O meu sorriso ia se desfazendo aos poucos quando lembro da conversa que tive com Rebecca. Minha vida simplesmente está me apresentando desafios impossíveis de ultrapassar. Ela falou que eu deveria conversar sobre isso mais tarde, quando Rebecca estivesse livre. Eu não esperava que essa notícia viesse até mim. Eu apenas não sabia. 
Jack tem uma marcação comigo. Eu sei disso. 
Devia estar em minha própria casa, pensando nas coisas e chorando, porque perder um emprego não é nada fácil. Mesmo que eu não esteja necessitando de dinheiro desesperadamente, era quase um hobbie, trabalhar. Fiz questão de investir cada centavo do meu trabalho em coisas produtivas e minha mãe me ajudou muito. 
Agora tudo se foi. 
Sinto uma vontade tremenda de ir até Alex. De sentir aquelas coisas no estômago sempre que ele me beijava. Eu estou precisando sair dessa sensação ruim de tristeza e Turner nunca me fez ficar triste, porque ele é o mais perto que eu tenho da sanidade. Ele parece ser o meu melhor amigo. 
Apenas ando. Por todos os lados. Não é grande coisa, mas é um problema. 


Autora 
Alex corre os dedos debaixo da blusa dela. 
Sobe até sua nuca com uma mão, e com a outra, agarra o pescoço. Ele aperta, pensando internamente como seria estrangulá-la. Solta e a faz respirar por segundos novamente, mas acaba invadindo sua boca, acariciando sua língua. 
Taylor sorri na sua consciência e entrega-se ao beijo. Os lábios dele nunca foram tão frios. 
Mas ela tinha uma voz em seu cérebro. 
E essa voz, mesmo que ela tentasse segurar, diz: 
"Os lábios dele nunca serão calorosos. Não por você". 


Janette abre um sorriso de orelha a orelha. Quando vê o casal se aproximando, não hesita em dar bom dia. Alex apenas diz bom dia, mas não sorri do jeito que ela faz. Ele diz que talvez possa demorar muito a vê-la porque precisa resolver alguns assuntos em seu apartamento. 
Assuntos. 
Taylor faz uma careta e acena para Janette. Vendo que ela não irá sair, guarda o livro de anotações e caminha até um senhor muito mais novo do que ela e pede para que ele tome o seu lugar enquanto ela vai almoçar. A recepção fica com uma pessoa a menos. 
A mulher volta para o seu quarto. Dá um último beijo em Alex e cruza os dedos esperando que ele volte o mais cedo possível para os seus braços. 


"Então você vai para o Brasil?" Emily pergunta. Kaylee já estava recuperada. Quando conversava com Alex, podia jurar que ele insistia em manter as duas por perto, já que o local seria tão estranho sem as duas. Ele tentou ser uma pessoa presente. Por mais que Emily dissesse que não fazia diferença ele no apartamento ou não, ela sentia uma pontada de esperança quando Turner chegava. 
"Vou. Será uma viagem muito boa!" Ela se anima. O seu sorriso parece com o mesmo da moça que estava na recepção. 
"Eu não sei muito a respeito do país, mas com certeza será legal. Parabéns." Ela abraça Kay com força. Justamente quando estava ainda se recuperando do que houve, sua amiga vai embora, viajar. As duas conversam por um bom tempo. Sobre o trabalho de Emily e sobre Alex. Mas não escutam o celular de Em tocar. Também não imaginam que poderia ser Nico. 
Ele liga algumas vezes. Não recebe atenção das duas, porque elas estão muito ocupadas cozinhando e dançando na cozinha. 
"É bom ver as duas animadas." Alex chega, sorrindo mais que o habitual. Desde que tiveram aquela conversa meio constrangedora, estão tentando ser legais um com o outro. Tem funcionado bem, mas quem sabe até quando pode durar? Ele encara Emily. Suas bochechas queimam de vergonha. 
"Nós não fizemos nada para você. Só tem para nós duas." Kay fala um pouco alto, ainda virada de costas, perto do fogão. Ela brinca com a frase, esperando uma reação dele. Alex ri um pouco e tira algumas coisas da sacola. Comida chinesa. 
"Que coincidência, porque só tem pra mim." Emiy ri. Ele sobe com um prato de sushis e um pouco da yakisoba que comprou. 
Emily está com as mãos soadas. Ela está se controlando para não seguí-lo. Kaylee dá uma risada contagiante e pisca de surpresa com o que Alex disse. Continua o que estava fazendo e pede para que Emily pegue algumas coisas no armário do lado. Em poucos minutos, as duas já estão com os pratos cheios de frango assado, arroz, macarrão e legumes.  
Quando terminam de comer, vão no banheiro, e cada um vai para o seu canto. Evitam a louça por lavar de propósito, desejando ter coragem para limpar tudo depois. Emily precisa ir no quarto de Alex. Entra lá olhando, primeiramente o local com cuidado. Ele está deitado, lendo algo no celular. Ela entra, descalça e reprime um sorriso. Alex a olha, evitando percorrer os olhos por todo o corpo dela. Volta para o que estava fazendo enquanto ela morde um lábio. Ela segue para o banheiro e sente o cheiro de sabonete impregnado em cada centímetro. Ele acabou de tomar banho. 
Segura os fios que caem sobre sua cabeça demoradamente, pensando no que fazer quando sair de lá. Irá dormir? Ou fingir que não quer nada e volta para a cozinha, evitando olhar para ele? Vai conversar com Kay ou ligar para Rebecca de novo? 
Ela volta para o quarto. Não volta como está antes. 
Ela tinha apenas um short preto confortavelmente encaixado em seus quadris. Uma camiseta relativamente curta cinza e estava sem sutiã. Emily pensava sobre ter sido despedida. E em como ele iria consolá-la se soubesse. Ele, com certeza, iria dizer que estava triste por ela. Ela tinha certeza. Absoluta. 
Andando suavemente, carregava as roupas que estava usando. Dobradas em seu braço. Guardou no armário espelhado, dentro do closet. Saiu de lá em poucos minutos, nervosa. 
Será que ele se importaria? 
Olhou para ele com uma inquietação. Esperou que ele tirasse seus olhos do livro (o que levou mais segundos do que ela queria) e limpou a garganta. 
"Pode me dar um espaço?" Pergunta ela. Alex concordou com a cabeça e afastou seu corpo para esquerda. Estavam ambos rodeados por lençóis muito limpos e sedosos, agora. Ela deita, com a cabeça em direção a ele. Alex percebe que Emily está olhando-o. 
"O que é?" Diz ele. 
"O que está lendo?" 
"Palavras". Ele sorriu minimamente. 
Emily faz uma cara feia e ri. 
"Doutor Sono". Turner se mexe um pouco e marca a página onde estava lendo. Coloca o livro no criado-mudo. Boceja e se vira, olhando em seus olhos. Ele encosta o nariz no dela, afasta-se durante pouco tempo para depois voltar se rosto para o seu pescoço. 
"Eu esqueci de amar as pessoas". Ele fecha os olhos, inalando o cheiro dela. Beija o pescoço de Emily e volta a encará-la. 
Ela está boquiaberta. 
"Como assim?" Ela sussurra. 


Emily 
Minhas mãos estavam amarradas. 
Ele puxou meu cabelo com muita força. Meu couro cabeludo ardia. Eu não tinha como me mexer. Mas eu sabia. 
Eu sabia que a língua dele não iria parar. 
Mesmo que eu gritasse, ele nunca teria misericórdia. 
Então eu passei a noite inteira sentindo-o entre minhas pernas. 


"Emily? Emily?" Ele gritava do meu lado. Percebi que estava na mesma cama que ele. Então pulei para fora e andei pelo quarto. Furiosa e quente. 
Eu tinha sonhado com ele. Mais uma vez.  
Não tinha sido nada como foi antes. Tinha sido mais pesado. Eu podia sentir entre minhas pernas, ainda... Nada disso foi real. Não quero que ele pense que nada aconteceu. 
"Estou legal." Digo. Eu preciso fazer com que ele acredite em alguma coisa. Eu simplesmente não vou dizer nada disso, claro. Seus olhos estavam em espanto. Vejo que ainda estava lendo enquanto eu estava tirando um cochilo. 
Respiro com mais facilidade conforme o tempo passa. 
Tomo coragem e sento na cama, pedindo internamente que não pergunte nada. 
"Você teve um pesadelo." Fecho os olhos e pressiono meus dedos neles. Vou até as minhas têmporas e as massageio. 
"Bom trabalho, Sherlock." Alex ri. 
"E uma mudança de humor, pelo visto." Apenas levantou da cama e foi até seu celular, provavelmente para olhar as horas. "Eu acho que você não precisa de consolo. Foi só um sonho e sabe disso." Olha para mim e quando balanço a cabeça, ele repete o movimento, saindo do quarto sem camisa e fechando a porta suavemente. 
Eu sonhei com Alex me tocando. 
Foi só um sonho, como ele disse. 
Mas ele saiu rápido demais. Então me dou conta do que pode ter acontecido. 
Eu costumo a falar enquanto durmo. Mas que droga...

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