Loving Madly: 17 - The Blackest Day



Depois daquele dia, o meu mundo deu voltas. 

Já faz muito tempo desde que os meninos da banda vieram ao apartamento para conversar com Alex. Ele, no entanto, está ligando todos os dias para falar comigo. Turner sempre faz o meu telefone vibrar tarde da noite, mas quase nunca atendo. Eu prefiro que ele sinta um pouco da rejeição, mesmo que ele nunca tenha me rejeitado antes. Sempre que podia, ele falava comigo quando chegava em casa, mas quando ele tentou me beijar, naquela noite, eu senti que nunca existiria mais contato entre nós. 
Uma das coisas que eu percebi nele, é que Alex tem momentos de estrema vergonha. Isso nunca me pareceu normal para alguém que sempre tinha tudo e não era muito de falar. Porém, eu nunca levei em consideração as ocasiões em que ele agia como um verdadeiro humano. Algo mudou entre nós dois desde que eu vim passar um tempo aqui, porque não era somente eu que sentia a diferença. 

Eu tinha de mantê-lo longe, por mais que isso seja ainda mais desinteressante para a nossa convivência. No entanto, eu lembrei que não era para haver uma convivência. 
Alex é alguém que merece se apaixonar. Eu temia isso, mas é a verdade. Mesmo depois dessas enrolações que nos envolvia, eu ainda tentava culpá-lo por me fazer ver as coisas de um modo diferente, mas isso só me ajudou. Estou esperando ele ligar. 
Contudo, eu não esperava que minha pálpebras ficassem tão pesadas... 


Eu abro os olhos, ainda zonza. 

"Oi" eu atendo o meu telefone. Estava certa quando pensei em esperar a ligação dele. "Onde você está?" Pergunto, tentando informá-lo que ainda penso no seu bem-estar. Apesar de que, por dentro, eu só quero que ele sinta que não há nada para se preocupar. 

"Boa noite, Em." Ele diz. 
Reviro os olhos. 

"Você não me respondeu." Digo, insistindo que ele me informe onde está. Começo a pensar que ele pode estar em uma delegacia, me ligando para que eu pague fiança por uma infração desonesta. 

"Eu estava pensando em você." Alex não está bem. Não depois desta frase. 

"Não posso dizer o mesmo." 
Aquilo o deixou mudo por uns instantes. O que me fez dizer aquilo foi a raiva crescente no meu peito. Ele não quer me dizer onde está! 

"Onde você..." 

"Eu estou bem, minha especial." Turner diz e escuto uma pessoa falar perto dele. Logo ouço Alex respondendo a o que parecia ser uma pergunta. A forma como ele me chamou foi tão doce que não me contenho em perguntar: 

"Tem certeza?" 
Ele resmunga um sim. Parece que ele quer desligar. 

"Vai voltar pra casa?" Eu sinto um arrepio em perguntar. Nunca me senti tão vulnerável conversando com alguém pelo telefone. 
Escuto alguém dizer um "venha logo" e temi que aquilo fosse para ele. Temi que nunca mais pudesse conversar com ele. Ele nunca volta pra casa. 

"Alex" Eu tento chamá-lo. Ele diz para alguém "Ela está preocupada, tenho que falar com ela." 

"Vá dormir, especial." E desliga. 
Automaticamente me desespero. Não esperava que nossa conversa fosse tão tensa. Ele estava sendo observado por alguém que estava atrapalhando a ligação. Por que diabos ele tem que esconder tudo de mim? Não me sinto mais inútil antes que agora. Eu tento me controlar, mas não existe nada que possa me acalmar. Como ele espera que eu me sinta depois dessas palavras tão vagas? Eu tenho medo - não posso negar isso - de que ele esteja fazendo algo impróprio ou se metendo onde não é chamado. 
Eu aperto em mensagens. Depois disso, aperto na opção "escrever". E digito tudo que me vem na cabeça naquela hora. 


Kaylee está dormindo. 
Eu estendo o telefone para o meu rosto e vejo alguém ligar. Mamãe. 

"Emily?" Ela pergunta e meu coração é tomado por uma felicidade. Como analgésico para dor. 

"Oi!" Digo. "Você está na cidade, mãe?" Ela me disse que sim. 
Depois de quase uma hora conversando, ela me conta seus planos para me ver assim que meu primo Alan vier para Chicago também. Alan é o único primo que ainda respeito. Declaro a saudade que sinto por ela e desligo. Um sorriso ilumina meu rosto depois daquela notícia tão agradável. Caminho até a cozinha. 
Não me dou conta, porém, da lista de chamadas não atendidas. Assim que abro a geladeira, começo a observar o número. 

"Você é a mulher mais irresponsável que eu já conheci." A voz de Alex me assusta, fazendo a porta da geladeira estremecer com o meu toque. Viro-me. Aquilo estava acontecendo demais. Ele sempre estava escondido, sabendo de coisas que eu não sei e me deixando louca com as suas atitudes. 

"Alex" Ainda um pouco incrédula, digo. "Acho que o único aqui que merece esse adjetivo é você." 
Ele ri um pouco, como se não acreditasse nas minhas palavras. Tenho certeza de que está se divertindo com toda essa cena ridícula. 

"Você disse que pensava em ir embora. Graças ao sono de Kay eu teria derrubado a porta do meu quarto. Eu procurei por você. Achei que tivesse se matado. Eu pensei que você tinha ido embora e que nunca mais fosse voltar. Eu liguei pra pessoas que você nem conhece. Tudo isso porque a merda do quarto estava com a porta trancada!" Ele quase grita. "E você sabe porque eu não saí daqui? Porque eu tinha esperanças de que você tinha ficado pela sua amiga." Rosna. 
A ideia da mensagem foi tão estúpida que eu nem consigo raciocinar o motivo de ter feito isso. 

"Eu deveria ter ido." Declaro. E no fundo do meu coração eu sinto que estraguei muita coisa com essa frase. 

"Você se afastaria de mim? Dessa maneira? Só porque eu beijei você?" A dúvida, o medo, a insegurança são óbvios em sua face. "Você sabe muito bem que eu não fiz aquilo sozinho. Quer que eu diga 'sinto muito'? É isso?" Eu não respondo porque ele está certo. Ele não teria me beijado se eu tivesse permitido. Assim que me dou conta do que eu fiz, naquela noite, eu sinto que não há motivos para tentar punir por mim mesma sendo que eu errei também. 

"Você teria me parado se eu tivesse deixado? Nós dois iríamos nos arrepender se eu tivesse permitido que você me tocasse?" Eu falo. Paro por um segundo para pensar. A resposta teria que ser honesta. 

"Se você está perguntando se eu tinha a intenção de transar com você, a resposta é sim." Diz ele, com os olhos cansados. Mesmo depois do tempo em que estive olhando para sua face, não consegui notar os pequenos vestígios do cansaço. Surpreendo-me com a resposta. Sento na cadeira para não cair no chão, ali mesmo. 
Nós realmente iríamos transar. 

"Você está chateada" Aquilo não tinha sido uma pergunta e nem uma afirmação. Talvez os dois. "Eu com certeza teria..." 

"Sei disso" interrompo. Não sentiria nada mais do que ódio de mim mesma por ter sentido excitação e entregado o meu corpo, no dia seguinte. Era como se eu estivesse finalmente vendo que tudo que eu rejeitei a respeito dele não passasse de lixo, porque no momento em que precisava de uma mente forte, enganei a mim mesma. 

"Eu posso deixar você em casa." 
Ergui o olhar. Não estávamos nos encarando. 

"É tarde. Eu penso nisso depois." Minha mente era só bagunça. 
Eu subo as escadas com uma certa dificuldade. Tenho vergonha de me mexer e provocar seus olhos para mim. Só quero que ele esqueça a nossa conversa e que não olhe mais para mim. Tenho vontade de sumir e não possuir contato com Alex. 
Porém, cada vez que eu penso em nunca mais poder vê-lo, eu sei que algo estará sempre faltando. Isso pode ter ligação com o jeito extremamente errado que ele faz as coisas. Alex não é nem um pouco parecido com o que eu vi há tempos atrás. Ele está desconcertado. Uma loucura meio doce e perigosa. Uma mistura de coisas que não sei o que é. 
E nem sei se quero descobrir. 


Dia seguinte
Minha mãe não sabe que eu estou na mesma casa que um homem. Ela ainda está no hotel California. Seu aspecto é muito bem conservado, apesar dela ela ter os seus quarenta e quatro anos. Eu converso com ela durante um minuto, mas ela é chamada para um café com alguém. Um novo candidato? Eu nunca dei muita atenção a esses namoros, mas essas relações amorosas estão se tornando um assunto tão complexo, que procuro me interessar mais. Saio do Hotel e ouço o toque do meu celular. Rebecca. 
Ela é a minha primeira assistente. Talvez esteja me ligando para dizer que meu chefe a dispensou, ou algo do tipo. 

"Olá, Rebecca." Tento parecer formal, mas acredito que ela "ouve" o meu sorriso através das palavras. Ela diz um "olá" meio distante. Algo não está correto aqui. 
"Eu queria que você soubesse isso de outra pessoa, mas... Você foi despedida." 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não precisa estar logado em lugar nenhum para comentar, basta selecionar a opção "NOME/URL" e postar somente com seu nome!


Se você leu o capitulo e gostou, comente para que as autoras atualizem a fic ainda mais rápido! Nos sentimos extremamente impulsionadas a escrever quando recebemos um comentário pertinente. Críticas construtivas, sugestões e elogios são sempre bem vindos! :)