Loving Madly: 14 - Heart Of Gold



Era para ser um domingo normal. 
Mas, infelizmente, não era. O que ela estava pensando em fazer? Desistir de tudo porque Alex está ciente do sonho que teve? Impossível. Nunca sentiu tanto ódio por ele como fazia agora. Remexia na cama buscando um conforto entre os lençóis, mas era em vão. Não se sentia bem lembrando que na em baixo, na sala, foi onde tudo aconteceu no dia anterior. 
"Eu me sinto vulnerável quando ele está perto. Sinceramente, várias garotas se sentem assim. Eu só queria poder esquecer a raiva que eu tenho dele agora, porque eu posso explodir a qualquer momento. Engolir cada palavra e o deboche nos olhos foi difícil e eu ainda lembro de como ele estava se divertindo com isso. Eu nem sei porque sonhei com ele... É um misto de admiração com desgosto. Ao mesmo tempo que ele está enchendo o meu saco, ele está escrevendo as músicas que todo mundo ama. Isso é nojento, Kay! Eu um dia, pensei que a garota que estivesse no papel dele era uma garota de sorte, mas ela são vítimas de um louco apaixonado. Não faço ideia do que ele é." 
Analisou suas palavras da noite anterior e enrubesceu de vergonha de novo.  

Oi, 
você não está nada legal, né? Desculpa... Só que você é diferente das outras mulheres que eu conheci. Sinto muito ter entrado na sua casa, mas convenhamos... Foi divertido olhar você corando. Eu não tinha nada pra dizer, se não tivesse visto o seu celular, acho que só queria olhar para o seu rosto. Ah, desculpe ter mexido nele. Foi curiosidade. 

As palavras estavam escritas no cartão que sua amiga trouxe até o quarto. Turner escreveu aquilo e mandou, mas ela nem sequer leu. Independente se fosse um texto, um bilhete ou qualquer outra coisa, ela não olharia para nada que se relacionasse com ele. Decidiu se levantar e, sem tomar café, tomou banho e se vestiu rapidamente. Já faziam alguns dias que não saía de casa e queria mudar isso nem que fosse por um dia.  
— Eu vou sair — Emily declarou e apenas recebeu um sorriso calmo e tranquilizador. Não estava tudo bem, mas se tivesse tempo para pensar, poderia ficar mais calma. 
— Eu vou comprar algumas coisas. Roupas — Ela fala. Emily vai até a porta, murmura um "certo", mas não liga totalmente para o que Kaylee disse. Só queria ir embora. 


Casa de Alex, 09:45 / Alex Turner 
— O telefone, Matt! — Grito mas Matt diz que está ocupado para ir atender. Bufo, desligo o TV e atendo. Poderia ser Emily. Poderia ser qualquer um. 
— Hn — "Cumprimento" sem me importar. Não tinha nada marcado e nem lembro de estar devendo alguma coisa, mas continuo escutando. Um suspiro na outra linha. Parecia uma mulher. 
— Alex. 
Estou sem camisa. Apenas de calça de moletom e as janelas fechadas. Não tinha nenhum vento hoje, por mais que seja uma brisa. Embora esteja fazendo um calor horrível aqui, eu senti frio. Na barriga, no estômago ou qualquer outro órgão que estivesse trabalhando agora, mas eu não me senti legal. 
— Oi, Arielle — Falei como se já tivéssemos nos comunicado há alguns dias ou horas atrás. Não imagino o porquê da ligação, mas parecia ser urgente. Ela não era de ligar. Ela não era de esperar uma brecha no seu coração e te pedir desculpas; era carinhosa. Só que os mimos que dava eram sob medida. Porque ela sabia que poderia se machucar e queria controlar a relação. Arielle não estava entregue totalmente como eu estava disposto a fazer. 
— Eu nem sei porque liguei... — ela deixa escapar um som que varia entre risada e deboche — Só queria saber como você estava. — era como se eu pudesse vê-la falando. Levantou a cabeça na última frase para convencer a si mesma de que não tinha ligado atoa. Eu conhecia ela muito bem, mas do que ela sabia. 
— Eu estou bem. E você? — Questionei porque sabia que ela não estava legal. Matt apareceu na porta quando terminou o que tinha de fazer e perguntou - mimicamente - quem era na linha. Gesticulei "Arielle" para ele, cujo a boca abria em formato de "o". Ele foi embora respeitando o que quer que estivesse acontecendo mas nem mesmo eu sabia. 
— Bem, obrigada — Ela refletiu, estranhando a minha falta de interesse bem expressa na minha voz. — Olha, você gostaria de... Sair? Algum dia? — Ela perguntou. Lembrei imediatamente de que não fazia ideia de onde ela estava. O mesmo valia para ela também. 
— Eu estou em Chicago.  
— Ah! Ainda? Quer dizer... Eu soube que você deu um show ai, mas não sabia que ainda estava aí. Desculpe, você deve ter algumas coisas pra resolver. — O tom de Arielle baixa, como se estivesse desapontada. 
— E tenho. Nada de muito urgente, eu acredito. O que você está tentando fazer, Arielle? — Pergunto, adiantando logo o assunto. Ela está fazendo mesmo o que eu acho que está? Isso não é nem um pouco a cara dela. 
— Só não estou afim de deixar um clima negativo entre você e eu. Acho que as coisas foram muito vagas no momento em que terminamos. Você é muito importante, Al. Não esqueça disso — Disse. Desabafou metade do que queria, eu suponho. Como se um peso estivesse saindo dentro de si. Não queria voltar a falar sobre isso, pois ela já é passado. Uma ótima mulher, mas passado. 
— Obrigado — Respondi.  
Impaciente por eu não ter dito mais, acrescenta quase gaguejando: 
— Eu tenho certas coisas em Chicago para terminar. Lembra de quando eu disse sobre a minha irmã morar aí e que iríamos visitá-la no próximo aniversário dela? Pois então. Eu lembrei de você e resolvi ligar. Combinamos isso antes de... Terminarmos. Acho que até a próxima semana eu estou em Chicago.  
— O que? — Como assim? Ela realmente tem algum problema. Gostaria de poder convencê-la a ficar, mas Deus, o que eu posso fazer? Isso é algum tipo de motivo pra vir me visitar? — Já é próxima semana? — Concerto o meu "o que?". 
— Sim, é. — Sinto um sorriso. 
— Ah... Bem, então boa viagem. Tchau. — Desligo rápido mas consigo escutar um breve "obrigada".  
Saio do meu quarto e abro as janelas. Respiro pesadamente. O que diabos ela está pensando para me ligar? Eu não tenho mais nenhuma conexão com ela e, de repente, ela me liga! Como ela soube que fiz um show aqui? Ela está muito mais preocupada com o "nós" que deixei pra trás do que eu. Isso é muito estúpido para alguém como ela. 
— Merda... — Praguejo. 


Autora 

Se você estivesse numa ilha e a sua única fonte de sobrevivência fosse conversar com Alex Turner, o que você faria? Morreria, mentalmente Emily respondeu. Durante todo o caminho até o shopping, ela só pensou em situações hipotéticas e a forma de como resolve-las. Sempre envolvendo Turner. Não era um desejo estar nelas, mas são casos em que ela pode ignorar a existência celestial do grande cantor e queridinho dos fãs de Indie Rock. Isso dava a ela a sensação de tomar as rédeas e poder se mostrar mais importante do que ele, mas isso só acontecia nas situações hipotéticas. 
Comprou dois pares, incalculavelmente desnecessários, de sapatos. Afogar-se nas compras não é doença: foi a primeira vez que fez isso. E estava adorando. Sempre gostou de economizar dinheiro e o salário que ganha é o suficiente para se manter. Kaylee era um suporte alimentar dentro do apartamento. Os pais tinham grana, mas o filho - no caso filha - não tinha o interesse de estudar e sobreviver com o que recebia, embora isso fosse descartável já que Kaylee nunca precisou de dinheiro. 
Deu um aceno para uma atendente da Zara que conhecia e continuou levando as sacolas de compras. Quem a ensinava que o short deve ultrapassar a parte mais larga das coxas e a barra não pode ficar justa nem pegar entre as pernas era sua melhor amiga, já que nunca ligava muito para moda. Foi aprendendo e seu estilo, hoje, é invejável. 
Passou pela mesma loja que conheceu Nico. Lembrou de quão ruim foi vê-lo sair à noite tentou ligar para ele. Várias vezes discou o número mas parecia não fazer diferença alguma. Sabia que Nico era um cara legal, mas também sabia que ele poderia exagerar quando quisesse. Achou que estava indo conversar consigo, mas desistiu porque viu Alex dentro do apartamento. Era, no mínimo, estranho o fato de que ele estava animado no dia do show e agora ignora Turner. Haviam os dois brigado? 
Desistiu de tentar contato e guardou o celular - que tanto deu trabalho - na bolsa. Só que logo ele toca. Esperava que Nico tivesse visto as ligações, mas não era ele.  
— Oi, você é Emily Hall? — Um homem com uma voz grossa e assustadora pergunta. 
— Sim... — Com receio diz. O que ele queria falar? 
— Sua amiga, ah... Kaylee, eu acho, ela está no hospital. Foi um aciden... 
Emily desliga. Corre até o estacionamento e paga do ticket. Sabia do local onde ela gostava de comprar roupas e tinha um hospital por ali. Isso teria alguma coisa a ver com o que houve ontem ou apenas conhecidência? 
— Nico? Oi, sou eu, Emily. A Kaylee sofreu um acidente agora a pouco e eu estou indo para o Illinois Masonic agora. Acho que se você é amigo dela, talvez você pudesse passar lá. — Deixa a mensagem para ele rezando que ele escute.

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