Stuck On the Puzzle 31: The Hellcat Spangled Shalalala.

N/A: Antes que vocês me matem...
Eu odeio viajar legal na maionese quando eu escrevo, mas toda fanfic tem a sua parte viajada. Essa é a minha. Eu espero que pra vocês não tenha ficado tão boba e infantil o quanto pareceu pra mim.
Se bem que fanfic nasceu por causa dos nossos sonhos viajados com os nossos ídolos. É. Mas é uma história, e aconteceu nela. Então foi mal se ficou uma bosta.



Alex não tirou os olhos de mim durante umas quatro músicas. Eu dançava, sacudia a cabeça e ria de acordo com o ritmo de cada uma delas. Era para ser uma noite inesquecível e eu não deixaria meu pseudo-ódio por Alex acabar com aquilo. O pessoal estava feliz, eu estava feliz. Aquilo era surreal.

Eles terminaram uma música e Matt continuou com a bateria. Todos aplaudiram e gritaram, fazendo Alex e Nick sorrirem.

Los Angeles!” O público berrou. “Rock city! Tonight is Friday, my friends... There are no excuses.”

“Seu convencido da porra”, pensei.

Matt fez um pequeno solo e outra música começou. Essa era mais animada e todos começaram a pular, inclusive eu.


Saw it and she grabbed it and it wasn't what it seemed
The kids all dream of making it, whatever that means


Passou-se um tempo e a música parou. Todos aplaudiram. Alex sorriu, coçou a cabeça e pegou o microfone.

“Sabem”, Alex começou a falar e todos os outros membros da banda olharam para ele, confusos. Obviamente, aquilo “não estava no script”. “…eu sei que vocês devem se perguntar se eu gosto do que eu faço, se é maneiro. E tudo o que eu tenho a dizer é que eu não poderia ter uma vida melhor.”

A plateia berrou. Pelo olhar de Alex sobre as inúmeras pessoas em histeria, ele não estava dizendo aquilo somente com o intuito de deixa-las felizes pela interação do artista com o público.

“Não, sério” ele andou até Matt. O holofote o seguiu desde a bateria, passando por Nick e parando em Jamie. “Esses caras, vocês estão vendo eles? Eu não seria nada sem esses três filhos da puta.”

Gritos. Flashes. Os sorrisos meio ‘o-que-está-acontecendo-?’ de todos os três. Alex ainda não havia terminado.

“Eu não tenho coragem de chamar isso de ‘emprego’. Eu odeio essa palavra. É como se fosse algo que eu estivesse sendo obrigado a fazer.” Desabafou. “Mas adivinhem? Eu amo o que eu faço. Eu amo pra caralho.”

“Ele por acaso resolveu se abrir ou algo assim?” perguntou Ellie, do nada. Sua presença me deu um pequeno susto, há um certo tempo ela não estava ali.

“…e acima tudo, a música! A porra da música, onde eu estaria hoje se não fosse por ela?”
Alex deixou os fãs gritarem por um tempo enquanto tomava a famosa cervejinha de palco.
“Estar numa banda é ótimo. Compartilhamos interesses, criamos refrões, viajamos e conhecemos pessoas novas.”

As últimas três palavras me pegaram de jeito. Cruzei os braços, recompondo a postura e ao mesmo tempo rezando mentalmente para que ele não dissesse meu nome.

“Então eu vou contar uma história para vocês. Eu tive a oportunidade de conhecer uma pessoa… Uma garota. Uma garota maravilhosa, desta vez. Ela está aqui.” Congelei. Ellie me encarou. “E ela pode negar isso para si mesma e para todo o mundo, mas eu não posso negar o quão grato eu sou por ela ter participado de um certo período da minha vida. Porque as coisas são assim, eu acho. Quanto mais valiosa a pessoa é, menos tempo conseguimos com ela.”

Meus olhos estavam marejados. Do nada, quis simplesmente deixar aquele lugar. Eu queria ir embora, sair correndo sem olhar para trás. Eu queria voltar para o Brasil, para o meu pai e para a vida que eu tinha aos quinze anos. Só que não dava mais.

“Eu vacilei. Eu... Eu amo essa garota, eu não tenho vergonha de falar.” Com apenas algumas palavras e olhos já um lacrimejados, Alex Turner fez mais uma vez o público ir à loucura.

É, homem chora.

“Eu a amo, por mais que talvez daqui a alguns anos ela não seja mais relevante para mim e nem eu para ela. Se for para ser uma tatuagem imaginária, que seja, porque ela é do tipo que faz a nostalgia valer a pena. Não é todo dia que você vê alguém assim.”

Então a bendita da lágrima caiu.

“Ei. Vem cá.” Ellie disse, me abraçando.

“Isso é meio idiota, mas é a verdade: sabem quando a gente escuta o coração falar mais alto do que o nosso cérebro? Foi o que eu fiz. E eu fodi tudo. Eu me apaixonei por ela.”

A coisa piorava a cada palavra dita por ele. Eu já esmagava Ellie enquanto provocava um dilúvio em seu ombro.

“E essa história acabou, sabem por que? Porque eu sou teimoso. Sou teimoso com tudo. Com um acorde errado, o volume do som, tudo. Principalmente com o amor. Para falar a verdade, eu nem sei o que é isso direito. Não tem uma definição correta. Eu já sofri tanto por causa disso, sabem? Tanta gente já me deixou por causa disso. Nos filmes, quando você ama uma pessoa, tudo dá certo. Na vida real, só se você tiver muita sorte. Eu acho que amo essa garota da qual falei porque ela é a única que consegue despertar a dor e a euforia em mim de uma tal maneira, do jeitinho dela. Porque dói olhar para ela. Dói pra caramba. Mas é a melhor e a pior dor do mundo.”

Minha visão ainda estava preta e Ellie me abraçava forte. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas do nada acordes de violão ecoaram pelo ambiente e Alex começou a tocar.

Era uma letra linda. Naquela hora eu chorei pra caralho. Chorei porque nunca na minha vida toda eu me arrependi tanto de ter aprendido inglês. Chorei porque sentia falta do meu pai. Porque eu sentia falta do Brasil, é. Chorei porque aquilo tudo era pra mim.

“Para de chorar.” Disse Ellie, mas ela também chorava. Então comecei a rir no meio do choro. Aquilo foi patético, mas eu iria lembrar daquilo pela vida toda.

“Ellie...” eu disse, ou ao menos tentei dizer. “Se algum dia Jimmy e mamãe se separarem, você foi a melhor irmã que eu já tive.”

“Cala a boca, porra” ela disse, limpando os olhos. Nós duas rimos e voltamos a nos abraçar.

“Isso é gay”, eu disse.

“Muito gay.” Completou. “Mas foda-se.”

Sorri para ela. “Foda-se.”

Me separei de Ellie para aplaudir junto com todos. Sequei as lágrimas, por mais que eu estivesse desmoronando por dentro. Pedi para ela me levar para o backstage, eu não aguentaria ficar mais um segundo lá. Estávamos chegando lá. Alex tossiu, tirou o violão do colo e sussurrou no microfone:

“Você está por aí, eu sei… Foi pra você.”

Fiquei parada em frente à porta, encarando-o. Ellie percebeu que eu não iria aguentar e me empurrou, sumindo com o transe.

Quando entrei, ouvi a voz de Alex um pouco abafada e os gritos do público. Eu não conhecia aquele lugar, mas procurei um canto para me esconder. Um canto isolado daquela sala, onde os caras que deviam ser do The Vaccines se preparavam para mais uma apresentação.

Me encontrei sentada num corredor quieto e vazio, tentando não chorar. Eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser segurar o choro, embora aquele tipo de pensamento só piorasse as coisas.

E então, alguém se sentou ao meu lado. Não exatamente do meu lado, um pouco mais afastado.

Olhei rapidamente. Era Alex. Ele segurava sua jaqueta de couro azul e seu cabelo cobria um pouco dos seus olhos.

“Ah, cale a boca.” Eu disse, voltando a olhar pro chão.

“Eu não disse nada.”

“Mas está pensando.”

“É verdade. Eu estou.” Declarou.


It does a dozen somersaults
And leaves you supercharged


“E no que, posso saber?”

“Que meu coração está bombardeando sangue para cada canto do meu corpo e que eu poderia explodir a qualquer minuto.”

“Explodir?” questionei, confusa.

“Só na prática. Eu já explodi faz um bom tempo.”


Makes me want to blow the candles out
Just to see if you glow in the dark
Shalalala


Funguei o nariz, olhando para cima. Porra.

“Está brava comigo?” Cala a boca, seu merda, eu não quero chorar!

“Não.” Murmurei.

Ficamos em silêncio por alguns instantes. Resolvi me levantar, notei que ele fez o mesmo.

“Você está bem?” perguntou.

“É claro que não. E você?”

Ele demorou um tempo para responder, só então olhei para ele. Alex me examinava.


And you're acting like a stranger
Because you thought it looked like fun


“Eu não sei.”

Respirei fundo, me virando completamente para ele. “Como viemos parar aqui?” choraminguei. “Que tipo de confusão nós somos?”


And did you ever get the feeling
That these are things she's said before


Alex não respondeu. Os Vaccines tocavam enquanto nos encarávamos. Era uma espécie de rodízio de shows. Enquanto os caras do Arctic Monkeys descansavam, o The Vaccines tocava.

“Do tipo Alex e Marine.” Ele disse, vestindo a jaqueta e andando até mim. Ele sorriu ao perceber que ainda era alto perto de mim, bagunçou meus cabelos e depositou um beijo na minha bochecha.


E então, desapareceu dali para aparecer mais uma vez no palco. Dessa vez, a banda iniciou com uma música que ele dizia ser um novo single e que repetia muito uma tal de “shalalala”. Eu não sabia que música era aquela. Só sei que, apesar da letra não ser tão tocante assim, me deixou mal.


***

N/A: Eu disse que usaria essa música pra uma ocasião especial! E a música que ele tocou pra Marine no violão, bem, cabe à vocês imaginar. ^^
Eu esqueci de por o link no outro cap., mas aqui tá a roupa da Marine: http://www.polyvore.com/evil_twin/set?id=151613817
E aí, gostaram?

3 comentários:

  1. Eu n sei se quero te encher de abraços por ter escrito esse capítulo maravilhoso ou dizer umas mil vezes q vou ficar triste quando a fic terminar. Cara, parabéns, o cap ficou demais! Alex chorando, se declarando pra Marine, Ellie e Marine chorando, The Vaccines e o mais importante: A JAQUETA AZUL ❤️❤️
    Kkkkk mds, só lembrei da música homem não chora quando li "É, homem chora".
    Bjsss

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  2. Aiiiiiiii
    Com certeza foi viajado esse capítulo, mas como você disse, toda fic nasce dos sonhos viajados dos fãs x333 Foi simplesmente perfeito, meio clichê, mas essa é uma das partes favoritas de todo mundo, não?
    Todo esse choro me mata, tanto que eu quase comecei a chorar junto. E esse discurso do Alex? morri, e morri ainda mais por causa da jaqueta azul ❤️❤️ ( sinto um pouco como se eu estivesse copiando da Ingrid, mas oq ela disse é bem verdade )
    Mas é isso, esse foi um capítulo cheio de um tal de shalalala que foi tão tocante que me deixou mal.
    Bjsss, Ana :)

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  3. AMAY O CAP, XOREI XOROS, AMAY JAQUETA AZUL, AMAY MOMENTO GAY, mas porra Marine, para de ser bobona UDHSAUDHASUD
    ps. tambem lembrei da musica com a frase "é, homem chora" UDHSAUDHUSADHAS na proxima o Alex tem que falar pra Marine "estou indo embora..." UHDUSADHUSADHASUDSAU

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