Stuck On the Puzzle 26: Post Break-Up Sex.

N/A: Vocês não tem noção do quanto eu amo essa música e The Vaccines. Graças a eles, consegui inspiração pra esse cap. Boa leitura ♥





Depois de um tempo de esforço, fiz o que eu não queria ter feito de maneira alguma: abri os olhos. Eles ardiam.

Antes de procurar por um colírio, examinei o quarto onde eu estava. Não era o do hotel, e sim um dos quartos da casa de Miles. Foi aí que me encontrei praticamente jogado em uma cama extremamente bagunçada por pelo menos três lençóis e um edredom, com uma dor de cabeça latejante. Ao meu lado, uma garota de apenas roupas íntimas dormia. Pelo o que sei, ela não acordaria tão cedo. Então notei que eu estava só de cueca e haviam latas de cerveja vazias entre os travesseiros.

No chão, a coisa era pior ainda. Matt dormia abraçado com.... Era Breana o nome dela? Bom, isso não importa. Pelo menos não para mim. Ele também estava sem camisa. Breana vestia uma calça preta, apenas um sapato no pé e seu sutiã vermelho estava meio torto, o que permitia-me ter a visão de seu seio esquerdo. Haviam pelo menos cinco pessoas desmaiadas ali dentro.

Me espreguicei, logo em seguida tentei me sentar mas acabei encostando de mau jeito na cabeceira da cama – pelo menos era estofada. Olhei para o lado. Em cima do criado mudo, no meio de garrafas, cinzeiros e embalagens de comida, havia um pequeno pacote com um resto de cocaína dentro. Não dei bobeira e cheirei aquela porcaria inteira. Imediatamente, senti uma pontada de disposição e fui para o banheiro. Um cara dormia na banheira enquanto segurava uma garrafa de Stella Artois e Miles transava com uma garota loura atrás da cortina.

“Bom dia, Miles” eu disse, me olhando no espelho. Meu hálito estava horrível assim como a minha cara. Parecia que eu não dormia há dias. Bem, em partes isso era verdade.

“Bom, ah, dia, ah, Alex!” respondeu, entre gemidos. Me perguntei há quanto tempo estavam lá. A sorte do cara na banheira era que tinha sono profundo o suficiente para não ter acordado ainda.

Bem, depois de uma festa a qual todos foram dormir às seis da manhã e ninguém praticamente se lembra de nada, é de se esperar que todos tenham sono profundo. Exceto Miles e aquela garota. Eram duas da tarde e eles transavam na claridade do banheiro. Quer dizer... Miles, a loura e eu.

Bochechei com um enxaguante bucal de hortelã de lavei o rosto, repetindo o processo umas três vezes. Voltei para a cama na tentativa falha de achar minha roupa.

“Procurando por isso?” uma voz feminina soou atrás de mim. Provavelmente era a garota que era para estar dormindo até agora.

Me virei e olhei para ela. Parecia novinha, eu não me lembrava bem dela. Para fala a verdade, eu não lembrava de merda nenhuma depois da parte em que bebi um drinque preparado pelo próprio Miles. Obviamente, tudo aconteceu quando eu estava no auge da euforia. A garota segurava minha camiseta e minhas calças e olhava maliciosamente para mim, mordendo o lábio inferior.

“Hum... Na verdade estou” sorri torto. “Pode passar para cá? Por favor?”

“Não antes de uns amassos de bom dia, garotão.”

Bom dia? Eram duas da tarde!

“Escute, foi mal, mas eu não estou a fim” seus ombros caíram e sua expressão de malícia desapareceu num segundo. “Estou exausto. Talvez outra hora, ok?”

Ela respirou fundo e deixou as roupas caírem no chão. “É o que todos dizem. Fazer o quê, não é?”

Logo depois, abriu a porta e saiu dali. Me vesti e fui atrás dela. No caminho, encontrei mais e mais pessoas desmaiadas de sono, a maioria seminua. A garota estava sentada no meio do corredor, já vestindo uma regata cor-de-rosa. Ela fumava um cigarro.

“Ér... Oi.” Falei, meio sem jeito.

“Ué, mudou de ideia?”

“Não, é que... O que aconteceu? Ontem à noite.”

Ela tirou o cigarro da boca, soltando uma enorme fumaça. “Miles fez uma brincadeira de “Drinques V.I.P”. Ele colocou êxtase em algumas bebidas e saiu distribuindo. Aparentemente você bebeu três copos inteiros e ficou fora de si.”

“Mas que merda”, resmunguei. “Dei vexame?”

“Vomitou no gramado.” Ela disse, sorrindo. “Mas não tem problema.”

“E quando nós...?” apontei com a cabeça, insinuando o que eu queria dizer.

“Ah, sim. Bem, eu estava neste mesmo corredor conversando com uma amiga e você apareceu falando alguma coisa sobre você ser um otário apaixonado e sei lá o quê, partiu direto para o meu pescoço e a porta do quarto estava destrancada.”

A maneira como ela havia dito aquilo fez parecer que, inicialmente, fora uma obrigação. Me senti mal por um momento, e o fato de eu ter dado vexame duas vezes só piorou tudo.

“Bem...”

“Havana”, disse. Eu me sentia um completo lixo.

“Eu não sei bem como dizer isso, mas quero que saiba que sinto muito por ter feito isso com você.”

“Isso o que?”

“Ora, ter te usado para sexo, como se você fosse uma vadia. O problema é que eu estava bêbado e estava fora de mim, então...”

“Eu gosto de sexo” ela jogou os braços para cima, com uma cara de quem não estava nem aí. “E daí?”

Respirei fundo. “Só quero que saiba que se eu fiz você se sentir uma vadia ou algo parecido, me desculpe, porque não é a minha intenção. Mulheres são incríveis demais para serem objetificadas a esse ponto, na minha humilde opinião.”

“Está tudo bem. Sério.”

Suspirei. Aonde estavam Jamie e Nick? Bom, eu não iria achar eles tão cedo. Felizmente, meu celular ainda estava no bolso da calça.

“Então... Você é de onde?” perguntei, tentando ser simpático. Havana revirou os olhos.
“Olha, não precisa fingir interesse.”

“Não estou fingindo. Só quero conversar.”

“Eu realmente espero”, ela disse, abrindo uma garrafa de vodka. “Sou completamente fodida, por dentro e por fora. Não vale a pena se interessar por alguém como eu.”

“Não te conheço muito bem, Havana, mas você é muito mais do que isso, pode ter certeza.” Coloquei minha mão sobre seu ombro. “Não se rebaixe assim.”

Havana sorriu. “Obrigada.”

“Tenho má sorte” brinquei. “Ultimamente, só tenho me envolvido com garotas que são fodidas.”

“É mesmo? Estamos nos multiplicando?”

Meu sorriso se desfez. “Na verdade, não. É uma garota. E eu estou apaixonado por ela.”
“E qual é o problema?”

“Não é recíproco. Quer dizer, ela sente algo por mim, mas esconde. Tenho certeza. Mas nunca vai se igualar ao meu sentimento. Nem se ela tentasse.”

Ouch.” Havana fez uma careta. “Sinto muito. É chato gostar de alguém que está fora do seu alcance. Na verdade, é bem chata essa parada de se apaixonar.”

“Menos quando a pessoa sente o mesmo por você.”

“Errado.” Ela tomou um gole da vodka. “Pensa só: você tem uma personalidade incrível e, com isso, você se dá bem com quem quiser quando quiser. E então aparece aquela pessoa, aquela pessoa que te deixa vulnerável de uma hora para a outra. Aquela pessoa que te faz esquecer o que é falar sem gaguejar. Aquela pessoa que faz com que um buraco abra no seu peito para que ela entre diretamente no seu coração, e o filho da puta bombeia sangue para tudo quanto é lado quando você a vê. Você estava sozinho. Perfeitamente sozinho, sem problema nenhum, sem crises, e então a desgraçada aparece e ganha uma parte de você sem ao menos pedir por isso. E se ela sorri para você, pode esquecer, a sua vida não é mais sua. Além disso, você se torna uma vítima do amor.” Disse, fazendo uma cara de nojo. “E então, você se torna frágil, e aquela pessoa mal sabe que o mínimo dos seus atos pode te deixar insano. É como se ela tivesse alguma espécie de poder sobre você sem nem fazer ideia disso. Você se torna um escravo invisível. Um escravo invisível do amor. Eu odeio o amor.”

Eu estava sem palavras. Havana havia resumido perfeitamente tudo o que eu sentia naquele momento. Se eu a visse de longe, no estado em que ela estava, não acreditaria nem em um bilhão de anos que a dona daquelas frases era ela. Tudo o que posso dizer é que as aparências enganam, e muito. Digo naquele estado porque ela também estava um caco, mas pelo o que ela deveria ser sem um borrão preto nos olhos e uma cara de sono, Havana era muito bonita.

“Eu vou indo. Foi mal por fazer de você o meu terapeuta, hum...”

“Alex. Alex Turner.” Sorri.


“Certo. Até mais, Alex Turner.” Dizendo isso, desapareceu atravessando um mar de pessoas seminuas.


***

N/A: Leave it 'til the guilt consumes, fucking in the nearest room
All our friends were unaware, most had just passed out downstairs

Cara, eu amo tanto essa música, puta que pariu saajajhsjdnjsfd
Enfim. Queria falar com vocês sobre a Havana. Foi assim que eu imaginei ela. Ela foi espontânea, eu não tinha nada preparado para ela e tal, e pra falar a verdade eu gostei dela. E vocês?
Espero que tenham gostado e me desculpem a demora. The Vaccines é milagroso. 

7 comentários:

  1. Ah! Eu adorei ela e pelo que me pareceu, ela terá um papel grande nessa história. Não vai ficar, só nesse capítulo. Assim espero...

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    1. vai ter história com ela, já me decidi. beijão <3

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  2. Realmente, do jeito que você ficou entusiasmada, a Havana deve mesmo ter uma participação maior. Ela parece legal, também um pouco filosófica, e imagino que também não teve muita sorte no amor...
    Mas enfim, se você acaba de acordar às duas da tarde e entra no banheiro e percebe que o seu amigo tá la dentro transando com uma mina, o que você faz? Da bom dia, obvio. aushuahs
    Mas, does the feeling flows both ways? No. "Quer dizer, ela sente algo por mim, mas esconde. Tenho certeza. Mas nunca vai se igualar ao meu sentimento. Nem se ela tentasse.” - :'(
    Espero que um dia a Marine abra os olhos e perceba que ela também ama eleeeeeeeee
    Ok, o cap foi curtinho, mas eu curti. Espero ansiosamente pro proximo!
    Bjs, ana

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    1. ps.: eu não quero que chegue o fimmmmmm :'(

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    2. É, infelizmente a Havana não teve muita sorte. E esse "bom dia" só mostra o quão alex e miles são proximos ushuahasuhhasu
      muito obrigada por tudo Ana, e eu também não quero que chegue o fim :(

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  3. Havana, miga, já te amo de montão. Essa fdp já chegou destruindo forninhosss.
    Adorei esse cap, <3

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