Stuck On the Puzzle 18: She Just Likes To Fight.





Alex POV.


Passei a maior parte do dia seguinte na cama, olhando para o teto, imerso num mundinho louco e fictício chamado “minha cabeça” enquanto inalava o cheiro de salgadinho puro e escutava o som barulhento da televisão e do Jamie arrumando as malas. Me senti mal por um momento pelo fato de não estar lá ajudando-o, mas pelo jeito que eu devia estar ele não me obrigou a nada. Nick fumava dentro do banheiro com o chuveiro ligado na água quente, porque não era permitido fumar no hotel. Eu fui o único a desrespeitar a regra porque eu não estava com cabeça para obedecer às ordens de uma placa, por Deus do céu. Só que Nick não gostava de deixar rastros ou algo parecido. Já Matt havia saído por aí, sem dar notícias.


“Vamos sair para fumar”, disse Jamie.


“Pensei que você não fumasse.”


“Te acompanho desta vez. Vamos logo.”


Pegamos Nick e fomos para a parte de trás do hotel. Já eram umas quatro horas da tarde, no mínimo. O sol já começava a descer e tudo mais. Ajeitei meus cabelos, colocando-os atrás das orelhas para poder fumar melhor.


“Cara, você ‘tá fumando muito rápido. Vai com calma”, disse Nick, mas obviamente eu não o dei ouvidos.


“Na hora que pegar um câncer brabo, aprende.”


Terminei o cigarro e joguei-o no chão. Pisei nele assim que me levantei, deixando os dois confusos.


“Aonde você vai?”


“Eu não sei, por isso, acho que não deveriam me seguir.” Dizendo isso, dei o fora dali.



Marine POV.


“Sim, mãe, eu volto hoje. Não, não sei que horas. Eu prometo! Tchau. Eu também te amo.”


Desliguei o telefone e respirei fundo. Por que caralhos ainda estávamos ali? A porra da turnê havia terminado! Não fazia sentido.


“Mentindo outra vez?” disse uma voz que eu não gostaria de ter ouvido. Já era dor o suficiente saber por telefone que minhas aulas começavam na semana que vem.


“Eu não estou mentindo. E cara, você não sabe dar “oi” não?!”


Alex se aproximou e se apoiou na grade à minha frente, acendendo um cigarro. “Como se eu precisasse...”


“Bom, já deu pra ver que alguém aqui não recebeu educação em casa.”


“Na verdade, eu recebi. Mas não dos meus pais, e sim dos discos dos Stones deles.”


“Excitante”, eu disse. E não, caras, eu não quis dizer no modo sexual.


“Você, por outro lado...”


“O que está insinuando?”


“Que você é uma menina muito respondona.” Disse, descaradamente.


“E você é um cara muito chato.”


“Eu não sou chato!”


“É, sim.” Fechei os olhos esperando que ele sumisse com o controle da minha mente.


“Se você não fosse tão tentadora, talvez eu não fosse tão chato assim.” Tentei não sorrir, mas foi impossível. Não sei se ele percebeu ou não, mas tomara que não.


Então, depois de longos minutos de silêncio, eu disse: “Eu sabia que isso ia dar merda desde o dia em que nos vimos.”


“O que quer dizer com isso?” falou, meio que gaguejando.


“Esquece. Vamos mudar de assunto.”


“Ótimo. Mal consigo olhar para você. No bom sentido, obviamente.” Disse. “Então, quais são seus planos?”


“Que planos?”


“Ora, o que pretende fazer quando voltar para casa?”


“Nada animador. Vou ficar de bobeira até que as aulas voltem.”


“Não vai sair com as amigas?” ele riu, mas eu não.


“Eu não tenho amigas.”


Alex parou de rir forçadamente, mas se recuperou até que pudesse tomar jeito. “Sério?”


Fiz que sim com a cabeça. Não que eu glorificasse aquilo, eu estava perfeitamente bem sozinha.


“Wow.”


“Surpreso?” sorri.


“Bem, um pouco. Você não tem cara de quem tem tantos amigos assim.”


“Tenho cara de quê, então?” perguntei. Alex não respondeu, apenas olhou para mim. “Ok. Esqueça que perguntei.”


“Você...”


“Cala a boca!”


Olhei para os meus pés, sem saber o que dizer ou fazer.


“Eu tenho que ir embora.” Pelejei.


“Eu só ia dizer que podia te levar para sair ao invés de te deixar na bobeira, mas não vai dar de qualquer maneira.”


“Por que?” questionei. Eu não queria, mas ele estava esperando por isso.


“Eu vou para o País de Gales.”


“E vai fazer o que lá?” cruzei os braços.


“Fui convidado para fazer uma trilha sonora de um filme.”


Engoli em seco.


“Por quanto tempo vai ficar lá?” a pergunta fez Alex sorrir, foi como se ele fosse um aparelho que só ligasse por meio de uma voz. E infelizmente a dona dessa voz sou eu.


“Eu não sei. Mas com certeza não vai ser menos que um mês.”


Alex parecia triste, eu sei lá... Ele estava de óculos escuros, mas pela pose e pelo cigarro entre os dedos não estava muito contente e isso era fato.


“Você quer mesmo voltar para casa, não quer?”


Balancei a cabeça em sentido positivo. Meus olhos devem até ter brilhado com aquelas palavras.


Alex sorriu fraco e pôs uma mão sobre meu ombro. “Vem, eu vou levar você de volta.”



(...)

Cumprindo a promessa, Alex deu um jeito de me deixar em L.A. mais cedo. Ellie não havia voltado comigo porque queria passar mais um tempo com o Jamie. Ela iria levar uma bronca por isso, talvez não tão forte quanto a minha que se aproxima, já que ela tem vinte e dois anos. Grande coisa. Como se isso definisse a sua responsabilidade mental. Digo, obviamente a gente cresce e aprende tudo na hora certa, mas Ellie não era responsável quando estava perto daquele tipo de gente. Não era de jeito nenhum.


De qualquer forma, lá estava eu dentro de um táxi em frente ao LAX. Alex estava parado do lado de fora, em pé, olhando para mim através da janela.


“Deve estar comemorando”, disse. “Finalmente vai poder ficar longe de mim.”


“Finalmente.” Ri. “Não estava mais aguentando você e sua chatice.”


“Essa chatice te enlouquece, isso é inegável” garantiu. “Você é boa atriz, Marine. Mas eu sei que por baixo dessa máscara tem uma garota doidinha por mim.”


“É, claro.”


“Vou te tirar o sono, você vai ver só.” Disse, me fazendo ferver de raiva.


“Não enche, panaca.” Mostrei o dedo médio e Alex cobriu a barriga, se contorcendo de tanto rir.


Pobre taxista, devia estar de saco cheio daquele trânsito na porta do aeroporto e do nosso papinho.


“Tchau, Marine” ele disse. “Vou sentir sua falta.”


“Eu sei que vai” falei, como se fôssemos nos encontrar novamente no final de semana.


Mas não iríamos. De fato, provavelmente nunca mais. E aquilo o machucava tanto que era possível ver em seus olhos. Seu sorriso era completamente cheio de tristeza e decepção e aquilo também me magoava profundamente. Porém, se eu demonstrasse algo naquele momento, muita coisa ficaria explícita. Então, tudo o que eu fiz foi acenar e sorrir. E voltar minha concentração para meu telefone, coisa que parecia impossível, afinal, Alex naquele estado chamava mais atenção do que um homem nu dançando no meio da rua.


Até tomar coragem, finalmente consegui voltar meu olhar para ele. Dessa vez, estava de costas, com a mão direita segurando o pulso esquerdo enquanto chutava uma pedra. Droga.



Eu sabia que sair de Floripa foi a pior coisa que eu já fiz na minha vida.



***

N/A: Eeeentão. Oi. Só queria dizer que o número de comentários abaixou e eu não estou muito feliz com isso, apesar de ter alguns que salvam. Anyways. Tenho lindas leitoras e não quero decepcionar vocês, mas vou viajar de excursão por dez dias e obviamente não vou ter tempo para postar. Nisso, peço para que não me abandonem, sim? Prometo voltar com tudo. É sério. Não me deixem. Obrigada a cada uma de vocês 

7 comentários:

  1. Mdssss, to viciada nessa fanfic!!! Li todos os cap. em menos de 30min e agr to quase tendo um ataque por ter q esperar pra ler mais! Please, não pare de escrever! 😍

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    1. depois de um coment desse, aí é que eu não paro mesmo!!! ❤️

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  2. Ai Deus quantos comentários pra vc continuar a escrever? mil? eu escrevo kkk please esta muito boa, eu viajei e voltei louca por atualizações!
    Parabéns é maravilhosa a historias, e olha que é raro uma fic boa do AM

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    1. muito obrigada meu anjo, prometo voltar com tudo quando eu chegar de viagem!! beijão❤️

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  3. Oiii, desculpa ter sumido, principalmente no capítulo anterior, em que o Alex fala explicitamente que ama ela, e por sinal, fiquei chateada com a resposta dela, "você não está apaixonado, está bêbado" :_(
    Mas enfim, sobre esse capítulo! Realmente não imagino o que será deles agora que o Alex vai fica um tempinho fora, mas apesar disso, sinto que vai te uma bela cena pela frente, já que vai aparecer Stuck on the puzzle. E como eu amo essa música! A letra é tão linda... E falando nisso, eu acho que eu sei porquê você escolheu Marine... Stuck on the puzzle, Submarine...
    Mas enfim, é triste que ela tenha desistido de dar aquela chance pro Alex e ter se afastado um pouco nesses últimos capítulos, mas mal posso esperar para o que vem em seguida.
    Continue com esses capítulos maravilhosos!!
    Bjs, ana ;)

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    1. sem problemas! aahh não fique chateada, afinal, a marine sente algo por ele. só que ela é muito nova pra perceber ainda.
      e eles vão se encontrar, pode deixar. o alex, nessa história, gostou tanto dela a ponto de fazer o impossível pra ver ela de novo. e sim, stuck on the puzzle é perfeita e foi uma das músicas que fez com que eu me apaixonasse pelo alex <3
      muito obrigada, ana <3 beijão

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  4. Vai ficar sem comentário Giovanna, tô com o coração partido com esse capítulo. O soundtrack de Submarine deve ter demorado uns três meses...tô na sofrência por esses dois, acho até que vou ouvir Pablo agora ashaushaus
    Tá, deixo terminar (TENHO QUE DORMIR SOS)

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