Misfit Love - Humbug: Capítulo 09/01


N/A: Olá, meninas! Antes de qualquer blá-blá-blá, quero pedir desculpas pelo atraso da atualização. Vocês sabem, final de ano/começo de ano é sempre complicado e esse foi um dos motivos para me atrasar tanto, além de estar escrevendo outra fanfic que me suga como uma louca! Tive que dividir o Capítulo 09 em duas partes porque estava ficando muito grande (como podem ver haha). Não gostei muito do que escrevi nesse aqui e não tive muito tempo de rescrever, corrigir e etc como aconteceu com os outros, então peço que relevem a "baixa qualidade" e errinhos básicos.
OBS: a tendência é que as próximas atualizações sejam postadas em dias fora do padrão, porque ainda vou digitar os novos capítulos, certo? Se quiserem tirar dúvida sobre algo, corram lá no meu ask.
Beijos enormes pra vocês ♥ Boa leitura!






PARTE I



Em alguma semana perdida do mês de maio, quando o Victrola era nossa segunda casa, Ryan foi pego com três canudos enfiados num buraco da máquina de refrescos. Empanturrava-se de suco de pêssego, uma das poucas coisas que conseguíamos tomar depois de vários comprimidos, juntamente com água e suco de laranja. O gerente que circulava pela área entrou em contato com o segurança no walk-talk e minutos depois Ryan estava sendo expulso do Victrola a pontapés. Ao quebrar as regras do estabelecimento, incitando a bagunça – como se fosse possível atingir um nível maior -, deveria agradecer pelos chefões não terem feito com ele o que normalmente faziam com os demais infratores, socando-os até gritar o nome da mãe em meio a palavrões. Obviamente ele ficou enfurecido, chutando latas de lixo pelo caminho e ignorando que só não havia levado uma boa porrada dos seguranças porque muitas vezes o Magic ocupara o palco do galpão. Quando Ryan esbravejou que nunca mais colocaria os pés naquela espelunca, o grupo sabia que passaria um longo tempo sem visitar a nossa queridinha.
Inevitavelmente dormi como um anjo quando cheguei em casa, depois de toda aquela inconveniência do desfile e do encontro com a Alexa. Mais do que preocupada, encontrava-me esgotada, precisando recarregar a bateria, sentindo-me como Alex muitas vezes disse se sentir. Então Ryan me acordou com o nascer do sol, na terceira chamada não atendida. Quando finalmente o atendi, atarantada e sonolenta, sentindo uma desconfortável sensação de que havia passado por um moedor de carne, esperei a pronúncia de más notícias.
- Bem, Alice, pelo que estou vendo aqui no e-mail, não haverá aula.
- Por quê?
- E quem se importa?! – estalou um “tsc”, logo dando uma risadinha – Poderemos nos preparar para hoje à noite.
- Que merda vai ter hoje à noite? – confusa, sentei-me na cama.
- Magic e Rebel Girl, no Victrola.
De repente tudo fez sentido, como Ryan acordado tão cedo e sua voz de empolgação contida. Nem mesmo quis alfinetá-lo com a sua velha frase do “nunca mais colocarei os pés naquela espelunca”. Estranhamente a notícia também me animou e logo perguntei sobre como tudo aquilo havia sido resolvido. Ryan explicou que há algum tempo os frequentadores do Victrola estavam pedindo uma apresentação do Magic e que Aaron, dono do estabelecimento, decidiu voltar atrás. Desde o final de semana discutiam sobre esse retorno, confirmado em cima da hora, mas que se espalhou rapidamente porque era assim que funcionava a clientela desses lugares, propagando as novidades no boca-a-boca. Desliguei o telefone prometendo estender a notícia a Pam e Susie assim que as visse. Entretanto, quando saí do quarto, o apartamento continuava vazio e silencioso. Não duvidava que estivessem em um motel vagabundo comemorando o sucesso do desfile e principalmente o aumento da conta bancária.
Não consegui voltar a dormir, embora tenha ficado por um tempo na cama ouvindo um vinil de The Velvet Underground. Acendi um cigarro, deixando-o queimar até quase esquentar os meus dedos, mais pensando que tragando, cantarolando “Candy Says” e a frase do “Eu odeio grandes decisões, pois causam reavaliações sem fim na minha cabeça...”.
Música era meu tipo perfeito de meditação. Com o álbum certo, despejava um desentupidor líquido em meu cérebro e observava as inquietações descerem pelo ralo. Dei um “tchauzinho” arteiro para o nome Alexa Chung, tapando a boca do cano com o meu dedo do meio. “After Hours” tocava e passei o meu batom favorito de uva, assanhando meus cabelos curtos e vestindo minhas roupas tomboy. Estava pronta para enfrentar o dia e esquecer os infortúnios da noite passada.

“Deixe o sol brilhar lá fora e diga oi para o nunca”.

Antes de sair de casa coloquei a pasta com os quadros brancos e o modelo do Humbug debaixo do braço. Em alguma hora mostraria o trabalho final aos garotos, embora não tivesse a mínima vontade de encontrá-los assim tão cedo. Por enquanto estava sem rumo e faminta.
Andei pelo Brooklyn agraciada pela luz matutina do sol, tentando encontrar alguma cafeteria que nunca visitara. Ao lado de uma livraria com obras de segunda mão, havia uma chamada Petulia. Como diria minha mãe, ela era um “mimo”, em tons pastel e dourado, com conjuntos de mesas negras, enfeitadas por pequenos jarros de flores rosa e amarelo. Logo lembrei o filme Petulia, de 1968, e talvez remetesse a ele. No caixa pedi um café e perguntei se normalmente indicavam algum prato; a especialidade da casa era cheesecake e foi o que escolhi. Para ser sincera, poderia passar uma manhã inteira devorando doces de qualquer tipo. Expliquei que os pedidos seriam para a viagem, já pensando no banquinho em frente à livraria, que dava uma ótima visão para a galeria de arte do outro lado da rua. O plano seguiria se, enquanto esperava o troco, não tivesse olhado sobre o ombro. Na mesa do canto, ao lado da janela que ocupava toda uma parede, alguém acenava animadamente para mim com um sorriso caloroso e surpreso.
- Poderia direcionar os pedidos para aquela mesa? – disse ao caixa, indicando com a ponta do dedo o local que esperaria.
 Parecia uma brincadeira de mau gosto, um teste implantado por um duende brincalhão que tagarelava “vamos ver se ela é tão resistente assim!”. Apesar do rápido flash da noite passada, trazendo o tom de ameaça recitado na pontinha do meu ouvido, caminhei para a mesa com sincera simpatia, porque, querendo ou não, aqueles caras – antes de qualquer infortúnio - eram meus amigos. Dei um beijo amoroso na bochecha de Matt e Alex logo ergueu a cabeça do prato cheio de panquecas, um tanto disperso devido ao jornal ao lado da xícara de café.
- Ei...! – exclamou com certa graça.
- Bom dia. – puxei uma cadeira de outra mesa, juntando-me a eles – Onde estão os outros?
Eram os únicos da banda na cafeteria.
- Alex dormiu em meu apartamento. – respondeu Matt.
- Cara, eu nunca pensei que um clipe pudesse me foder tanto. – ele resmungou, revirando os olhos – Meus músculos ainda doem da noite passada. Mal consegui dirigir para casa, tive que pedir ajuda ao Matt.
- Sobrou para mim. – o baterista suspirou – Você não deveria estar em aula?
- Não hoje. – respondi distraída. Tentava encontrar um lugar para colocar a pasta, sem que atrapalhasse o espaço alheio.
- E o que é isso? – Matt apontou com o queixo.
- O bebê de vocês. – suspirei e dei um sorriso, poderia desistir de guardá-lo para outra hora – Ele está pronto.
Matt e Alex se entreolharam curiosamente, quase ansiosos.
- Podemos ver?
- Bem, mais tarde terão o trabalho de mostrar ao Jamie e ao Nick, mas... – então empurrei alguns objetos da mesa, abrindo espaço para a pasta – Aqui está o trabalho final, caso aprovem.
Há dois dias tudo aquilo estava terminado, desde então buscava coragem para mostrar a conclusão à banda. Apresentar o projeto em seu fim era me entregar ao primeiro julgamento profissional dos que me contrataram. Se desse certo, outras oportunidades viriam, se não, eu seria afastada de vez do Arctic Monkeys, e eu tinha minhas dúvidas se isso era uma boa ou má notícia.
Ao franzir a testa, Matt finalmente rompeu o silêncio:
- Pensei que seria muito pior.
- Ah, valeu por valorizar meu trabalho. – sarcástica, cruzei os braços.
- A culpa não é sua, a culpa é nossa. – ele se corrigiu, abanando a mão no ar – Esperava que a capa fosse ficar deplorável com a gente a estampando.
- O fato de menosprezarmos a ideia da Ali contribuiu para que ela nos surpreendesse. – Al explicou, erguendo as sobrancelhas.
- Tentei não ser tão radical. Quando conversamos, não pareceram tão favoráveis a uma foto da banda na capa. Se perceberem... – puxei o quadro branco para mim, apontando os detalhes da imagem – Apenas os rostos do Matt e Jamie estão mais expostos. Alex se esconde sob o cabelo e Nick, o que mais discordou da ideia, quase não tem destaque. É o Arctic Monkeys, os integrantes individualmente e um pouco do mistério do Humbug.
- Eu tenho medo de você e dos seus malditos argumentos. – Matt balançou a cabeça, incrédulo – Escute o que estou te dizendo, Alex, essa daí consegue convencer qualquer um a fazer e acreditar no que ela deseja.
- Já havia percebido. – em poucos segundos os olhos indecifráveis de Al se prenderam em mim – No final das contas, contratamos a pessoa certa, não é mesmo?
- Isso quer dizer que estão satisfeitos com o resultado?
Eles concordaram, passando para os outros quadros com as letras das músicas e as fotos na Califórnia.
- Resta saber a opinião do Nick e do Jamie. – lembrou Matt – Mas qualquer coisa damos um jeito de dobrá-los.
De certa maneira os outros dois integrantes não me intimidavam tanto quanto os que estavam em minha frente. Carregava a responsabilidade de provar que a garota que Matt sugerira realmente era uma boa artista, assim como queria convencer ao Alex que minhas qualidades iam além das de uma amante. No fundo eu confiava no meu talento, só queria reafirmar que podia ser mais que desenhos em um caderno.
Os planos de seguir pelo resto da manhã completamente sozinha foram por água abaixo. Logo percebi que não fazia sentido me desprender dos rapazes, para depois encontrá-los mais uma vez, se fosse preciso explicar os quadros do Humbug a Nick e Jamie. Após o café da manhã e os comentários de Alex sobre as notícias mais importantes do jornal, partimos para a livraria ao lado com a única intenção de perder tempo e quem sabe encontrar obras interessantes.
Durante algum tempo andamos pelos estreitos corredores, esbarrando em pilhas de livros velhos e pontas de tapetes dobrados. Alex observava as estantes de altura média, segurando Um Homem por Inteiro, A Fogueira das Vaidades e The Kandy-Kolored Tangerine-Flake Streamline Baby, o trio de Tom Wolfe, autor que muito o empolgava ultimamente.
- Já não leu A Fogueira das Vaidades? – perguntei ao passar por seu corredor.
- Esqueci o meu na última visita a Sheffield. – justificou – Acha que eu deveria levar esse? Li uma crítica sobre a decadência do autor.
- Só poderá concordar ou discordar da crítica caso leia a obra. – dei de ombros, sem olhá-lo, analisando os autores da letra W – Então, sim, acho que deveria levar Um Homem por Inteiro.
Alex confirmou com a cabeça, lendo a orelha do caderno e se afastando de mim. Dei mais algumas voltinhas até encontrar O Falcão Maltês, um romance policial muito importante para o gênero noir, e depois Três Livros de Filosofia Oculta. Matt, pouco tempo depois de entrarmos no estabelecimento, enfiou o celular no ouvido e nunca mais o largou, distraído com a conversa que levava com Jamie, para quem enviara uma foto da capa do álbum.
Sentada na ponta da velha escada para o andar superior, folheei as obras distraidamente, lendo trechos e me familiarizando com a escrita e assunto. Logo depois Alex ocupou o lugar ao meu lado, no mesmo processo que eu, tão silenciosos quanto o momento pedia. Não era a primeira vez que acompanhávamos cada um com sua introspecção.
Permanecemos assim até Matt nos alertar, lembrando a Al que em breve dariam uma entrevista para uma rádio não muito longe dali. Pagamos nossas compras e conversamos na calçada:
- Ei, eu preciso resolver algumas coisas. – menti, tentando me desvencilhar do compromisso de seguir em grupo.
- Ah, claro! – Alex sorriu – Será que vai precisar falar com o Nick, Jamie...?
- Não, não, está tudo bem. – Matt avisou – Conversei com eles e os caras gostaram do que viram na capa, podem ficar tranquilos.
- Essa é minha deixa. – brinquei, dando um abraço em meu amigo e um aperto de mão no cara com quem eu transava – Nos vemos por aí.
- Poderíamos marcar algo para hoje à noite. – sugeriu Alex – O que acha?
- Seria uma boa. – concordou o outro.
- Bem, não vai dar. – assanhei meus cabelos, sem jeito – A banda de uns amigos meus vai se apresentar hoje, sabe? Preciso ir.
- E eles são bons? – perguntou Matt, cruzando os braços com interesse.
- Sim, até que são.
- Ficaria um pouco estranho se eu me autoconvidasse? – o baterista sorriu, balançando a cabeça – E o resto dos caras também?
Alex pôs as mãos na cintura, dando uma discreta risada irônica e incrédula.
- Eu não faço questão, mas a responsabilidade é toda de vocês. – ergui os braços, como se não me importasse – Talvez se sintam deslocados no lugar.
- Estamos falando do Victrola? – sugeriu Al, curioso – Se eu consegui, eles conseguem.
- Então vocês já foram juntos para esse Vic...?
Entreolhando-nos, confirmamos sem muita preocupação.
- Lembra o endereço, Alex?
- Claro. Pode deixar que me encarrego dos três.
- Vamos nos encontrar às 22h, em frente ao galpão. E, repito, a responsabilidade é toda de vocês. – dei uma piscadela e um aceno, antes de começar a andar para o lado oposto.
Em minha última olhada para a dupla, eles pareciam empolgados. Já eu, me perguntava o que merda estava fazendo em não contar nada da noite passada ao Alex. A entrega do meu trabalho com o Arctic Monkeys seria o ponto final perfeito para uma despedida silenciosa antes da bomba explodir. No entanto, era complicado abandoná-los, pois estava dividida em duas. De um lado, a companheira da banda, de outro, a amante do Alex. O rompimento de dois relacionamentos parecia muito para mim e meu modo de defesa foi chutar a resolução com a pontinha da bota. Não queria assumir, mas até eu estava empolgada e curiosa para unir dois mundos no Victrola.
Um pouco depois da hora do almoço voltei para casa com a intenção de começar um dos livros adquiridos. Mais um plano que não deu certo. Susie e Pam saíram de seus quartos me enchendo de perguntas sobre o meu desaparecimento, quando para mim elas que haviam desaparecido. Explicamos os dois lados, o meu um pouco mais demorado já que foi a primeira vez que falei da Alexa.
- Aquela vagabunda! – resmungou Pam – Te pegou desprevenida!
- Na hora fiquei um pouco mais temerosa e irritada, mas agora... – chacoalhei os ombros – Eu até entendo a atitude dela, de uma mulher ferida e magoada.
- E por causa disso vai sentir peninha? – alfinetou Susie – Não me decepcione, Ali.
- Sério, Su? – falei despreocupada, quase sonolenta – No fundo quero que ela se dane.
As duas trocaram risadinhas maldosas. Revirei os olhos.
Para mudar de assunto, contei a notícia de Ryan, emendando com a explicação sobre ele voltar a frequentar o Victrola. Então percebi quão enferrujadas estávamos, estateladas na sala de estar, conversando ao invés de agir. Nos meses passados teríamos preparado tudo, roupa, bebida e drogas, os amigos que convidaríamos, horário e condução... Agora falávamos sobre a mancha de café no tapete e os produtos de limpeza que poderíamos usar para melhorá-la.
Foi bom comparar o presente ao passado, pois me agitou o suficiente para que eu ficasse de pé e despertasse as minhas amigas da inércia. Era uma quase volta do “Eastern”, como normalmente nos chamavam nas boates e casas de shows, então não podíamos fazer as coisas de qualquer maneira. Pam deu cabo dos telefonemas, Susie da roupa e eu das bebidas para o esquenta. Corríamos pelos cantos, trocando detalhes aqui e ali, um pouco ansiosas, mas controladas, apenas preocupadas com o pouco de tempo que restava até o anoitecer.

* * *

Nunca fui dessas garotas interessadas em carros, mas sabia a importância daquele Chevy 500 pelo tanto de vezes que ele nos transportou nas noites da cidade. Pam, Susie e eu dividíamos uma garrafa de Absolut, sentadas na parte de trás do automóvel de cabine simples, enquanto tentávamos não criar muito alvoroço para não chamar a atenção dos guardas. Gabe nos transportava por ruas pouco movimentadas, dividindo o banco da frente com a irmã mais nova, que mostrava o dedo médio para algumas prostitutas em seus pontos de trabalho, essas nos xingando com os mais terríveis e divertidos palavrões.
Eram 22h e no grupo de treze pessoas já havia alguns bêbados. Começamos a festa um pouco mais cedo, com um esquenta no apartamento, recebendo os nossos velhos e novos amigos guiados pelo som alto de The Clash. A sala de estar e a cozinha estavam uma tremenda confusão, com gente falando alto em conversas e derramando bebida no piso estragado. Alguém queimou uma das almofadas indianas de Susie, o que a fez gritar com qualquer pobre coitado que tivesse um cigarro em mãos. Até então não havia percebido a saudade que sentia desse tipo de agitação, do meu tipo de agitação, ao lado de gente conhecida e desconhecida, provavelmente muito mais cativantes que qualquer meio-termo fora da redoma.
Passei um bom tempo discutindo sobre neonazismo e os filmes A Outra História Americana e A Onda com um cara de dentes amarelos e cabelo picotado. Era incrível como nos encaixávamos no clichê de grupos que adoram discutir sobre as desgraças do mundo como se um discurso polido fosse salvar milhões de alienados e vidas. Esse garoto com quem conversei – conhecido como Whitey - falava com tanta firmeza sobre a mente podre dos jovens de hoje que soava mais convincente que um político.
As caronas apareceram em horários diferentes, mas finalmente chegaram. Eram três carros tão velhos que ninguém podia assegurar que sobreviveríamos ao passeio. Pelas escadas do prédio um mar de gente de roupas pretas e rasgadas, aqui e ali com tecidos brancos, cabelos bagunçados e maquiagem pesada, desceu causando tumulto, recebendo os gritos incompreensíveis do senhorio.
- Você ouviu o que ele disse? – perguntei a qualquer um que quisesse me responder.
- Falou algo tipo “discutir sobre o assunto na reunião do prédio”. – Pam deu de ombros, despreocupada.
- Nunca vamos as reuniões mesmo. – sorri em descaso, enquanto minha amiga forçava uma alta risada de deboche.
Sentada no carro, encostei a cabeça na borda da caçamba e observei o céu; ele estava lindo, cheio de pontinhos brancos e escassas nuvens. Susie explicava para a namorada sobre cada uma das roupas, baseada no estilo inglês ou americano, comentando que as minhas eram tipo Siouxsie Sioux no final dos anos 70. Era um assunto desinteressante, mas estávamos no Bronx e em breve ouviria algo como The Slits ou Sleater-Kinney soando na rua.
Nunca havia parado para pensar o que fazia Victrola tão especial. Era apenas mais uma casa de show no meio de várias outras casas de shows bagunçadas e fora da lei. Durante muito tempo ela serviu como um retiro, para mim e meus amigos, em que nos ferrávamos a semana inteira e na sexta-feira nos enfiávamos debaixo de seu teto furado para agir como jovens dos anos 70 ou 90. As preocupações eram postas de lado porque eram tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que nossa cabeça explodiria caso nos importássemos com tudo. Também a considerava como a responsável por meu batizado em Nova Iorque. Se eu sobrevivi a uma noite no Victrola, poderia sobreviver a qualquer outra merda imposta em minha vida.
Obviamente ficava localizado na periferia da cidade, montado em um galpão no meio de um terreno vazio, atrás de uma rua residencial. Dizia-se que nenhum dos vizinhos se atrevia a denunciar a barulheira devido ao acordo entre o dono e os traficantes da área. Se Aaron permitisse que os revendedores circulassem em frente ao estabelecimento vendendo suas drogas, automaticamente teriam proteção contra qualquer popular ou policial metido a reclamão. Eu e os meus amigos adorávamos umas atitudes politicamente corretas, mas o Victrola fazia parte do nosso pecado, éramos egoístas e ninguém arriscava falar sobre o assunto em tom crítico.
Embora normalmente o considerassem como participante da cena underground, a relação com as demais culturas da área era pacífica. Os garotos que cuidavam do grafite, comumente vistos nas áreas de hip-hop, o preencheram dentro e fora com arte de rua, desenhos incompreensíveis gerando ícones do punk e riot grrrl. Um deveria ser a resposta do machismo do outro, mas no galpão ambos ficavam lado a lado, em respeito a igualdade da mulher e do homem.
Em sumo: os de fora consideravam Victrola um lixo, os de dentro preferiam exageradamente chamá-lo de Olimpo, no menor nível de comparações.
Mal pulamos do carro e duas garotas de aparência muito jovem estenderam suas mãos como se pedissem grana. Inventavam desculpas como perda de carteira ou assalto, quando na verdade só queriam comprar drogas. Tirei um pouco de dinheiro preso na bota e dei a elas com certo peso no coração. Fazia isso porque sabia que se não conseguissem o suficiente para a compra, elas recorreriam à prostituição para completar a “cota”. Era assim não só com essas garotas, mas com qualquer pedinte dos arredores do galpão.
- E aí, será que o Arctic Monkeys vem mesmo? – disse Susie, enquanto esperávamos Pam trazer nossas entradas.
- Até onde sei, sim. – sorri um pouco receosa – Você acha que vai der certo?
- Eu estou torcendo para que dê errado. – brincou, batendo as mãos – É sempre mais divertido!
Antes que Pamela voltasse a banda nos encontrou, isso quando mal terminamos de falar deles. Enquanto os outros três pareciam impressionados, Alex andava um tanto solto, como se estivesse em casa. Vestia uma jaqueta de couro sobre a camiseta preta, a calça apertada nas pernas magricelas e os sapatos de bico fino. Jogou o cigarro para o lado, dando um sorriso de cumprimento, antes de depositar um beijo na minha bochecha e de Susie.
- Boa noite. – disse por todos – Chegaram há muito tempo?
- Acabamos de pular do carro. – respondi risonha, logo após assanhar o cabelo comprido e desleixado de Matt – Tiveram problema com o caminho?
- Não muito. Preferi seguir o mesmo das outras vezes.
- A Pam está comprando nossas entradas, então acho melhor te levar até lá para não pegar fila.
- Beleza. – Alex confirmou, virando-se para os amigos e fazendo um gesto de chamada com os dedos indicadores – A grana.
- A gente já volta. – avisei, enquanto ele recolhia o dinheiro – Ah, sim, e essa é a Susie.
Ela deu um aceno e os rapazes começaram a dizer seus nomes, apertando sua mão.
O caminho entre nós dois e Pam não era muito distante. Ainda assim era quase impossível ver os cabelos vermelhos da minha amiga devido a quantidade de gente circulando pela área. Enlaçando meu braço no de Al, atitude que não despertava nenhuma suspeita, aproveitei para soltar uma indireta que tranquilizaria ou me deixaria completamente atônita:
- Está tudo ok com você e a Alexa? – tentei manter a voz mais casual possível.
Alex me olhou rapidamente, balançando a cabeça.
- Tudo bem. Por quê?
- Nada... – dei a minha melhor atuação de desinteresse – Dois dias passando a noite fora de casa, sei lá... Provavelmente hoje você não vai chegar muito sóbrio como se estivesse dentro de um set ou estúdio de gravações.
- De manhã fui um pouco precipitado aceitando o rolê, percebi isso logo que tive tempo de voltar para casa. Ela estava lá, sabe? Então perguntei se faria algo à noite, Alexa disse que era aniversário de uma amiga e pediu para que eu a acompanhasse.
- E você recusou?
Se Alex soubesse o que eu sabia, ia achar a sua atitude extremamente imbecil.
 - Comentei que havia marcado algo com os caras para comemorar o termino do CD. – ele deu de ombros – Acho que ela não ligou muito.
Forcei um sorriso torto, apertando seu braço com delicadeza. Logo chegamos em Pam e ambos começaram a conversar sobre as entradas. Esse foi o único momento da noite que tive para pensar sobre os movimentos de Alexa e sua estranha quietude. Ela já sabia de tudo, o que estava esperando para finalmente encostar Alex contra a parede? Bem, poderia dar cabo da situação abrindo a minha boca e deixando claro para ele que a brincadeira havia chegado ao fim. Mas estava hipnotizada por covardia e ansiedade, excitada ao ver as coisas se agitarem além da monotonia de encontros sob a sombra. Quase podia sentir um amigo invisível sussurrando que eu deveria me preparar para mudanças, independente do “a favor ou contra”. Até lá, me limitava à covardia, guardando o segredo da melhor maneira possível, caso precisasse agir silenciosamente. Jamais fui de estratégias, xadrez nunca foi meu forte, mas eu poderia sobreviver aquilo, assim como sobrevivi ao Victrola.



18 comentários:

  1. Valeu a pena esperar, esse capítulo tá perfeito, pelo amor de Deus não nos torture mais e poste a continuação logo pls :) <3 <3 <3
    Alex achando que tá tudo bem com a Alexa, sabe de nada inocente rsrsrsrsr

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    1. "Sabe de nada inocente" melhor definição do Alex para esse último capítulo, Rúbia hahaha
      Espero terminar a atualização logo para poder postá-la, odeio atrasar muito Misfit Love.

      Beijos <3

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  2. É agora que o Matt descobre sobre o casal? É que sinto falta da camaradagem entre eles no meio da história toda, aquele clichê de "papo de homem", sabe? Pelo que me lembro de Misfit Love, Matt era o mais por dentro de tudo (principalmente pela proximidade dele com a Ali), até que os outros guris fizeram aquela gracinha pro Alex reconquistar a Ali no Rancho de La Luna.
    Adorei o capítulo, pra variar. Palmas pra "Candy Says" do Velvet, nunca foi tão bem colocado na história e, particularmente eu piro com a essência underground da banda nos meus momentos mais introspectivos (ou bipolares, diga-se de passagem ha ha).
    E, mais uma coisinha, você poderia ter ficado super, hiper à vontade de postar um capítulo gigantesco, porque acredito que a opinião seria geral, todas as leitoras amariam. De toda forma, esse climinha de suspense quanto ao que virá pela frente é ótimo! Já estou ansiosa à espera de uma nova atualização.
    Beijos enormes,
    Thaís. ♥

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    1. Também sinto muita saudades de uma participação maior do Matt na vida do Alex e da Alice ): mas quem sabe isso mude agora nos últimos capítulos, não é mesmo?
      Velvet é uma banda muito, muito, muito boa, principalmente para momentos pensativos, dá uma trilha sonora e tanto para responder aquelas questões profundas que rondam nossas mentes hahaha
      Imaginei que uma atualização bem grande deixaria vocês felizes, mas também pensei que quanto maior mais tempo ia passar sem postar, então preferi dividir em duas partes e satisfazê-las em duas rodadas ao invés de uma.
      Obrigada por comparecer aqui Thaís <3 e já que deixou algo para mim lá no ask! Assim que terminar te respondo lá também.
      Beijos enormes xx

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Olá, Bia.
    Tomei conhecimento de Misfit Love/Humbug através do tumblr, o Red in Coffee, mas como já sabia da existência desse blog, recorri a ele, e finalmente pude me atualizar com os capítulos de sua fanfic. Também escrevo algo nesse gênero, apesar de não maravilhosamente, mas esse detalhe eu deixo à parte, porque de princípio quero lhe dar os parabéns pelo trabalho que você faz aqui. Admito que não sou o que pode ser chamado de fã dos AM, não a ponto de ser comparada com a maioria das leitoras do blog, mas a banda me pegou pelos ouvidos, sou uma quase audiófila e inevitável é a minha simpatia por Alex e Cia. E, partindo justo dessa simpatia, mais o conjunto de elementos alusivos a gêneros e subgêneros da cultura pop que igualmente influenciam o trabalho dos ingleses, e que você descreve muito bem, é que tomei o partido de fazer esse comentário. Apesar da minha vaga e ainda inexperiente passagem pelas fanfics, foram poucos os roteiros que li e que conseguiram unir realidade e ficção de maneira tão concisa, sem absurdismos ou uso extremo de senso comum. Sua história me parece cuidadosamente elaborada, do tipo que se gasta horas para escrever, dada a atenção especial que você dá tanto à ambientação quanto à identidade dos personagens. Conheço bem desses pequenos "caprichos" (e não estou falando de rótulos, muito pelo contrário), é realmente animador encontrar autoras tão dedicadas quanto você. Fica aqui meu elogio e pode ficar sabendo que você ganhou mais uma leitora assídua.
    Um abraço, Paula.

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    1. Olá, Paula!
      Ainda bem que você encontrou a fanfic aqui no blog, porque acabei deixando de lado a atualização no tumblr devido a minha preguiça com HTML nesses últimos tempos.
      Um dos motivos de ter me tornado fã do AM foram as referências nas músicas deles, um trabalho muito bem feito e bastante difícil de encontrar em outras bandas. Comecei despretensiosa e veja como estou, uma fã como qualquer outra (talvez você termine como eu hahaha).
      Obrigada por valorizar a minha história e entender o meu lado de autora, coisas que às vezes algumas leitoras não conseguem captar. Tento ao máximo me aproximar da realidade, porque acho que os erros de muitas das fanfics que são "cotidianas" e não de "fantasia" é justamente o absurdismo de alguns elementos e a falta de preocupação com pesquisas para enriquecer a história. Não que considere Misfit Love um exemplo de perfeição, mas me esforço ao máximo para receber comentários como o seu, quando finalmente posso sentir a sensação de que meu trabalho está no caminho certo e atingindo gente que o compreenda :) a famosa "missão cumprida" haha.
      Caso queira compartilhar algumas das suas história, pode deixar o link por aqui, viu? Terei prazer de lá, já que vi pela sua escrita aqui no comentário que você é muito cuidadosa.
      Enfim...
      Obrigada pelos elogios <3 pelo comentário <3 por ser uma leitoras <3 e por entender o que acontece por trás das palavras.
      Beijos enormes, Paula! Espero vê-la outras vezes aqui no blog e em Misfit Love - Humbug xx

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    2. Oi, Bia.
      Pois é, que bom então que você decidiu ficar por aqui, pq às vezes o tumblr é de matar. Aliás, perdão por retornar somente agora, é que tive mil e um motivos pra me afastar de todo e qualquer meio que me fornecesse informações e ideias pra minha fanfic. Sério... O que eu leio (de bom) acabo tomando como referencial pro que escrevo, é contagioso aparentemente. Valorizo muito fanfics que partam de uma pesquisa bem elaborada, sobretudo, cuidadosa com referências culturais. Mas a despreocupação com tais quesitos também me surpreende. Comecei minha própria fanfic partindo de uma forma meio canhestra, às vezes dá vontade de voltar atrás e apagar as banalidades, mas enfim, por enquanto deixo como está, mesmo pra me servir de bússola, se é que você me entende. Sua fanfic me tocou por aspectos que talvez outro dia eu possa revelar, mas sobretudo pela sensibilidade musical e estética. A Alice parece viver basicamente no mesmo extremo que eu, apesar de certas particularidades. Gostaria sim de compartilhar minha fanfic com você, não sei bem se te agradará de início. Aliás, prefiro até te passar o link dela via e-mail, se importa? Ainda trabalho de forma anônima. Bem, por outro lado, te sigo no instagram, uma fã sua me indicou e eu atrevidamente te procurei por lá ... enfim, quando vi Marlon Brandon entre os seus posts, foi amor à primeira vista, hahaha'. Então, sou a figura "finniciusrevem". Meu e-mail é depaulasl333@yahoo.com. Caso queira entrar em contato pra eu te passar o link da minha fanfic, disponha!
      Desculpe o incômodo e novamente, parabéns pela escrita!
      Beijos, beijos...
      Paula. ;)

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    3. Marlon Brando*

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  5. sentindo falta de agitação nessa fanfic, a Alice anda tomando a estória com sua vidinha descolada , metida a culta, e apagando a personalidade do Alex. Só um toque pra autora!

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    1. Obrigada pelo toque! Mas acho que devo explicar algumas coisas, porque talvez esteja acontecendo um bloqueio entre nós duas, de autora para leitora.
      Esse "novo" jeito da Alice é completamente intencional. Ali é uma garota com uns 20 anos de idade, totalmente solta numa cidade desconhecida. Ela tem um grupo de amigos que são "descolados" e andam em lugares "descolados", mas que em Nova Iorque acabam participando da cena underground. Toda essa adaptação dela faz parte de sua personalidade, não é por acaso que tem uma tatuagem de camaleão, porque a Ali de Humbug é diferente de Misfit Love. Com a diferença de anos, de 2009 para 2013, mostra o quão ela era imatura quando mais jovem, levada a agir como uma garota de conceitos politicamente corretos, influenciada pelo grupo, um tanto hipócrita e inconsequente.
      Algumas leitoras minhas já perceberam que tento fazer ML o mais próximo possível da realidade. Muitas coisas de Alice e de seu grupo fazem parte daquilo que vejo nas faculdades, várias pessoas sentadas em um DA conversando sobre como salvar o mundo, mas ninguém levantando a bunda para fazer algo. Acreditam ter a opinião mais coerente sobre cinema e música, e desprezam qualquer um que diga o contrário. A Alice de Nova Iorque é o que classificamos hoje em dia como "cult", por isso todo esse exagero em afirmar sua opinião sobre qualquer coisa que faça parte da história. E não parece interessante saber os gostos musicais de uma personagem, os filmes que ela curte, os lugares que ela frequenta e os amigos mais próximos? Pense nisso como a construção de uma biografia.
      "Ah, mas e o Alex? E a personalidade dele?". Diferente de Misfit Love, em que Ali e Alex compartilhavam uma vida, Al em Humbug faz parte da vida de Alice, mas não compartilham a nada seriamente. A história é no ponto de vista dela e isso mostra que, por mais que ela goste de Alex, ele não é a coisa mais importante que acontece naquele momento, que os próprios amigos e as novidades da cidade são mais interessantes do que o próprio cara que é seu amante, que às vezes trás mais desprazeres que prazeres. Esse é o ponto mais diferente de Misfit Love 1, em que tudo gira em torno do casal, porque Alice já ama Alex.
      Assumo que Humbug é cheia de referências, mas até isso é intencional, porque se aproxima do trabalho do Arctic Monkeys. Obviamente não sou genial como o Alex hahaha mas tento não deixar a história vazia, preenchendo o máximo possível com pesquisas que completam o perfil da fanfic. As bandas, filmes e livros colocados, ou fazem parte de Alice ou do AM, às vezes dos dois, como Mean Streets, 1984, Tom Wolfe, etc etc.
      Esse lado da Alice talvez esteja a incomodado, o que acho completamente compreensível, mas, como disse no começo, tudo é intencional e, por erro meu, pode não ter ficado tão claro na história.
      Sobre a agitação, só posso pedir desculpas, porque é complicado escrever algo que todo mundo já sabe o final. Não posso alterar muitas coisas e alterar grandes eventos, porque em Misfit Love já foi dito a parte mais importante do período Humbug. Então a fanfic vem sendo linear, mais para mostrar fatos do que para oferecer um ápice.
      Espero que tenha entendido o que venho fazendo aqui e espero ter te convencido de que faz sentido o perfil da personagem ser desse jeito nesse momento em particular da fanfic. De qualquer jeito, gostaria de agradecer a crítica construtiva, que é sempre bem vinda <3 você foi sincera e educada, por isso senti a necessidade de dar essa explicação enorme, porque desejo mantê-la como minha leitora, já que vocês são o que movimentam todo o meu fogo para a digitação hahaha
      Beijos enormes xx E, por favor, não abandone a Alice! kkkk

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  6. Não mude nada na sua fic pq ela é perfeita!

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  7. Cada um com sua opinião, a autora melhor que ninguém saberá filtrar os comentários que recebe, até mesmo pra avaliar o andamento da estória. Nem toda crítica é ruim e nem todo comentário positivo é construtivo. Só queria deixar isso claro aqui!

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    1. Um dos pontos principais dos comentários é receber o feedback da história. Há quem esteja adorando e há quem não se sinta tão empolgado quanto antes. Sinta-se completamente a vontade para dizer quando está fazendo parte do segundo grupo, embora na maior parte do tempo eu me esforce para mantê-la no primeiro.
      Enfim, leitoras, vamos manter o respeito pelos pontos de vistas diferentes e acompanhar o desfecho da história que é o mais importante.
      Beijos para todas e até a próxima atualização <3

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  8. Ainda sobre a base musical, dessas que calam nossos pensamentos, eu adiciono Nick Cave and The Bad Seeds e, claro, Elvis Costello. Junto do Velvet, pra mim eles formam um trio fatal.
    Esperando ansiosamente a sua atualização...
    Te vejo no ask, beijos,
    Thaís.

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  9. poste mais prfvr <333333333 to morrendo de amores por essa fic sério

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