Knee Socks - chapter 3 - Well you cured my January blues

Eu achava que depois de Carl não pensaria em mais ninguém. Isso estava mudando, será? Minha cabeça era como a imensidão do mar desconhecido, perdido e inexplorado. O qual eu estava conhecendo nos últimos três anos. Estava muito animada com meu trabalho, e a entrevista com Michael me trazia boas expectativas. Mas porque que quando eu penso que estou realmente bem minha mente viaja para o trabalho e meus compromissos? Mas isso estava tomando outro rumo, e eu queria que tomasse ,que mudasse. Parte de mim queria, e eu sabia que não conseguiria sozinha. Parecia errado depender de alguém, mas eu precisava de alguém. Afinal Carl não estava mais aqui, e ele não iria voltar.

Flashback on

Estávamos deitados no chão da sala, os lençóis espalhados ao nosso redor, Carl me abraçava forte. Eu me sentia tão segura...
_Eu poderia ficar aqui o dia inteiro – ele disse, mas se levantava. Enruguei a testa.
_Mas o que... – protestei.
_Adoraria ficar... Mas eu tenho que ir – eu sentei cruzando as pernas, ele já estava de pé.
_Você volta mais tarde né? – perguntei fazendo um biquinho, ele riu e veio até mim.
_Claro.
E com isso me beijou. Parecia que eu podia voar, entre os pássaros, as nuvens e a chuva. Quando estava com Carl parecia que eu era inatingível, tudo era perfeito e maravilhoso. Tudo.
_Eu sempre vou voltar – e eu o observei partir sem saber que nem sempre ele poderia estar aqui.

Flashback off

Olhei no relógio e vi que tinha duas horas antes do voo de Pierre chegar a Londres. Ele havia me ligado no dia em que tinha falado com mamãe, e ele estaria chegando hoje. Eu estava feliz em receber ele aqui, apesar de sermos meio irmãos isso nunca vez diferença para nós, parecia bom ter ele comigo em casa. Apesar de eu ser a irmã mais velha, Pierre sempre agiu como se fosse ao contrário. Eram somente dois anos de diferença; eu tinha vinte e sete e ele vinte e cinco. A idade nunca foi muito importante, Pierre sempre me apoiava, eu não tinha muito o perfil de irmã mais velha, acho que não sabia lidar com isso: ser o exemplo, o apoio.

Resolvi tomar um banho antes de ir para o aeroporto, estava com saudade de Pierre e os minutos no relógio pareciam demorar cada vez mais.
Vesti minha roupa que já havia separado. Tomei um gole de suco rápido e notei que estava atrasada, tinha passado muito tempo no banho. Sequei um pouco dos cabelos e saí correndo pegando a bolsa na poltrona da sala.

No caminho eu praticamente dançava no banco do carro cantando ‘Lonely Boy’(The Black Keys) que tocava no rádio. Como de costume minha mente escondia de mim o que não estava me fazendo bem, o ruim era quanto tudo vinha ao foco e eu não sabia como afasta-los.
Estacionei o carro na frente de uma cafeteria que tinha perto do aeroporto. Caminhei até as grandes portas que se abriram quando detectaram minha presença.

Londres parecia estar inteira no aeroporto, estava lotado e por várias vezes eu esbarrei em algumas pessoas sem querer. Procurei no letreiro o voo de Pierre encarei o horário com raiva o voo estava vários minutos atrasado.
Tentei achar um lugar para sentar, mas todos estavam ocupados por pessoas com malas esperando a hora de seu voo. Eu estava de pé, com fome; pois não havia tomado café. Meu telefone tocou e vi no visor que era Mel. Atendi.
_Oi, Mel.
_Hey, não veio trabalhar hoje... O que aconteceu? – ela quis saber.
_Eu peguei folga hoje pra receber o Pierre, lembra? Eu estou aqui no aeroporto, isso está um inferno! – eu expliquei.
_Ah... Muito cheio?
_É sempre assim né... _fiz um muxoxo.
_É... Ligo pra você mais tarde, então, tchau – ela parecia estar com pressa.
_Tchau, até – desliguei pensando no que fazer até o voo chegar, ir pra casa não era uma opção, com certeza.
Depois de me incomodar com o barulho, e a multidão resolvi ir para a cafeteria em que havia estacionado meu carro em frente. Lá eu teria algo para comer e um bom lugar pra sentar. Depois ligaria para Pierre.

Pedi um croissant recheado e uma xícara de cappuccino. Ai meu Deus minha dieta.
Apesar de adorar as cafeterias de Londres e conhecer a maioria delas eu nunca tinha estado naquela ali. Era espaçosa clara e tinha os móveis do século passado. Era um ligar lindo, tomei uma note mental para voltar ali com mais calma.

Estava cheirando aquele aroma maravilhoso do meu cappuccino e olhando pela janela vendo a cidade correr quando escuto alguém me cumprimentar. Era um francês barato, ri quando vi quem era.
_Bon jour, Madame – era Alex. Não sabia dizer se era bonitinho ou cômico ver ele  falando francês.
_Bon jour Monsieur – falei com meu francês perfeito.
Ele sorriu, e eu retribuir. Era ótimo olhar para aqueles olhos quando ele sorria.
_Eu estava passando – ele começou – e vi você sentada aqui sozinha, pensei que podia fazer companhia.
_Claro... Sente-se –eu apontei para a cadeira na minha frente – peça alguma coisa...
Depois do pedido dele chegar, que era um simples cappuccino com canela, ele bebeu me observando. Eu tinha a estranha sensação que ele sempre me observava, mas eu não me incomodava.
_Você é da onde?- ele perguntou – quer dizer... Que lugar da França?
_Paris – respondi tomando meu cappuccino.
_Mora aqui ha muito tempo? – ele voltou a perguntar.
_Sim, desde os dezesseis quando vim para fazer intercâmbio – eu expliquei – depois voltei pra Paris e fiquei por um ano lá, voltei faz dois anos. Acho que meu lugar é aqui mesmo.
Sorrimos concordando. Não sabia por que eu explicava minhas idas e vindas de Londres. Era natural falar com Alex, quando dava por mim, as palavras já haviam saído de minha boca.
_Você vem sempre aqui? – eu disse antes que pudesse notar que havia aberto a boca.
_Às vezes, o café daqui é muito bom – ele disse levantando sua xícara – e é perto do meu apartamento. E você? Nunca te vi aqui antes.
_Nuca tinha vindo aqui antes – eu disse olhando ao meu redor – é um lugar ótimo. Na verdade eu vim pra cá esperar meu irmão no aeroporto, mas está muito lotado e o voo dele foi cancelado, resolvi esperar aqui – de novo dando explicações sem motivos. Mas que...

Ficamos conversando por longos minutos e, o verdadeiro motivo de eu estar ali me fugia a mente, eu estava quase me esquecendo de Pierre.
Não tinha notado como Alex estava bonito naquela manhã. Seu cabelo caía naturalmente pela testa sem estar seguro pela cola ou gel que ele parecia geralmente usar. O dia não estava muito frio então ele usava preta sem mangas a qual revelava seus braços longos e claros. Ele não fazia o tipo atlético, mas não era o que eu chamava de magricela, e eu nunca me interessava por atletas, eu odiava esportes.

Meu telefone tocou interrompendo Alex que falava como Londres sem parecia ser a mesma mesmo que ela mudasse sua aparência e estação, como a cidade sempre parecia estar esperando quando você volta de algum lugar.
_Brigg, eu estou no aeroporto, não encontro você. Onde está?  - era Pierre, o tempo passara e eu nem tinha me dado conta disso.
_Estou em um café na frente do aeroporto, resolvi esperar aqui, seu voo atrasou – respondi.
_Ok, você veio de carro ou eu tenho que chamar um taxi?  Eu podia escutar a voz da mulher que falava no alto-falante, avisando o próximo voo.
_Não precisa, estou de carro.
_Está bem, estou saindo.
Desliguei o telefone e o coloquei na bolsa. Peguei minha carteira e tirei algumas notas para pagar meu cappuccino e o croissant.
_Desculpa, tenho que ir – disse a Alex – Pierre, meu irmão, chegou.
_Claro, mas eu gostaria de poder ver você de novo – ele disse enquanto eu colocava o dinheiro na mesa e me levantava.
Abri minha bolsa e peguei um dos poucos cartãozinhos que eu tinha com o numero do meu celular.
_Você pode – eu disse deixando o cartão na mesa em sua frente – au revoir, Alex.
Saí o deixando sozinho com meu número.

Pierre me esperava no outro lado do vidro perto de meu carro.
_Pierre! – eu disse me jogando nos braços dele que largaram as malas no chão – como senti sua falta.
_Eu também – ele disse me abraçando de volta.

Soltei-o me afastando para olhar para ele melhor.
O pai de Pierre era alemão e os dois se pareciam muito. Seu cabelo era ruivo escuro, pele tão clara quanto a minha e olhos azuis. Lindos olhos azuis que me lembravam das águas calmas de um mar sereno. Ele não se parecia nada comigo ou com a família de nossa mãe. Minha avó era inglesa e foi para a França quando muito nova, se casou com meu avô que é francês. Eu sou uma francesa com cara de inglesa, pois sou muito parecida com a família de minha avó assim como a minha mãe, já Pierre é um alemão por completo, nem de longe alguém diz que ele nasceu na França.

_Vamos? – perguntei.
No caminho Pierre olhava pela janela certamente com saudade da cidade. Nós vínhamos aqui quando criança visitar nossa bisavó, mas depois que ela morreu não viemos mais. Só eu claro depois que comecei o intercâmbio e não quis mais voltar.
_Com saudades? – eu disse olhando para ele que ainda encarava a cidade pela janela.
_Claro, faz algum tempo que vim aqui – ele me respondeu ainda sem tirar os olhos da janela.
_E aquele clipe que você me falou que ia gravar – eu comecei curiosa, Pierre dirigia videoclipes de bandas francesas, ele não tinha conseguido nenhuma banda com muito prestígio, mas era questão de tempo, ele era bom no que fazia – começa quando?
_Não deu certo, fecharam com um cara mais experiente que eu – agora ele me olhava, sua expressão era meio desanimada.
_Ah, que isso... Você consegue outro Pierre, você vai ver - eu o encorajei.
_Sim, sim... Mas e você... – ele hesitava, parecia escolher as palavras – Como está indo? Quero dizer... Você continua... – ele deixou a frase morrer.
_Está tudo bem comigo Pierre – minha expressão mudou, eu já não estava mais tão contente por ele ter tocado no assunto – está tudo bem, tudo bem – eu repetia pra mim mesma.

Alex’s POV

Ela havia deixado o número dela comigo. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa ela já estava saindo ao encontro do irmão, Pierre, ela havia dito.
Pude ver do lado de dentro da cafeteria como ela havia ficado feliz com a chegada do irmão, seu sorriso espontâneo ao abraça-lo era como de uma criança sozinha em casa ao vê a mãe chegar, ela se sentia segura junto ao irmão.
Brigitte tinha algo que me intrigava. Parecia que todos seus passos eram pensados, calculado, como se tivesse medo de errar. Quando ela estava, ainda pouco conversando comigo, pude ver que as palavras escapavam de seus lábios e somente depois ela tomava conta do que havia digo, e era visível o espanto que tinha quando isso se tornava espontâneo. Ela tinha medo.
Voltei para meu apartamento pensando nela.
Janeiro havia passado e com isso já não me sentia mal pelo termino com Arielle. Brigitte de algum modo havia me curado daquelas tristezas.


9 comentários:

  1. Não só o Alex tá interessado nela como ela vai conhecer o Michael Fassbender? Sortudaaaa! hahahahahahahahahaha
    Mistérios do passado... adooro! *-*

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    1. Sim!! eu tinha que colocar o Michael na fic, adoro ele <3 <3 <3 e que bom que vc ta gostando... já já vc vai descobrir o passado da Brigitte. e obg por comentar fofa ;)

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  2. Ahhhh!! vou morrer de curiosidade! preciso muito saber o passado da brigitte!
    Beijos

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  3. Meu amor por essa fic não tem fim <3

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    1. o meu por você tbm não, anônimo lindo do meu <3 Que bom que ta gostando!!!
      Beijos !!!

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  4. Pelo visto o maior problema dela é o passado, e não o Alex-ataca-novamente! A Brigg nem se dá ao luxo de ser tão "mardy bum"... Entregou o cartão sem muita cerimônia, o que não anula todos os feelings causados pelo Turner at the same time. Conta mais, beijinhos.

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  5. Gostei do jeito direto dela. E esse passado tão misterioso aí hein? Tô adorando Knee Socks, e amando a sua não-demora em atualizar haha
    Xxx.

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  6. Estou cada vez mais interessada no passado dela e a forma como as coisas andam com o Alex <3

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