Old Yellow Bricks 01: Stop and wait a second

– I'm going back to 505 If it's a 7 hours flight Or a 45 minute drive – Ele cantava com aquela voz rouca, estremeci - In my imagination you're waiting laying on your side With your hands between your thighs – ao terminar de pronunciar aquelas palavras já estava com os olhos fechados. Deixei que sua voz penetrasse meus ouvidos e senti aquele toque de sua música penetrar em minha alma. Ele cantava para mim, olhava diretamente em meus olhos, aquele sorriso irônico no rosto me fazia corar. Eu o olhava fixamente e ele para mim.

07h00min.


– Maria acorda sua boba – Senti alguém me chacoalhar, não queria abrir os olhos e encarar a realidade, a dura realidade que é minha vida. – Vamos sua atormentada acorda, hoje é sábado. – minha amiga berrava ao pé do meu ouvido, ainda com os olhos fechados joguei uma almofada que estava ao meu lado em sua cara.

– Sai daqui – Murmurei.

– Não saiu, levanta vai, vamos dar uma volta – Ela insistia, e parei de lutar contra ela. Abri os olhos e vi sua enorme cara me fitando. Bufei e me enterrei no travesseiro que agora já estava manchado do rímel mal tirado da noite passada.

–  Está bem, saia do meu quarto que vou tomar um banho e vestir alguma coisa – Me levantei, ficando sentada na cama e passando minhas mãos em meu rosto, olhei em volta do meu quarto e percebi o quão patético ele era. Cortinas velhas, uma prateleira de livros, pôsteres de bandas pendurados, outra prateleira de CD’s e Lp’s, um armário com as poucas roupas que eu tinha, uma escrivaninha da mesma cor das paredes, um tom pastel que parecia que meu quarto fora decorado por uma senhora dos anos 80. Levantei-me e fui ao banheiro tomar um banho e me arrumar para ver o que meu dia esperava. Me despi e deixei a água quente percorrer por meu corpo, lavei os cabelos, pois estavam com cheiro de cigarro da noite passada, sai do banho e escovei meus dentes, vesti qualquer roupa e desci para o encontro da minha querida amiga.

Morar em Sheffield era bom até, como a cidade era muito antiga tinha até indícios de que homens da era paleolítica habitavam ali. Era uma das cidades mais populosas e populares da Inglaterra não só por fabricar lindos talheres, mas também por revelar grandes músicos e bandas de rock. Um deles Alex Turner vocalista do Arctic Monkeys. Ele era aquele típico músico que se achava por ser bonito e cantar bem. Havia várias groupies que morriam por ele.  Acho a banda dele autêntica e muito boa, quanto ao Alex, bem ele era um tipo de homem que me atraia muito, seu porto físico, seus cabelos, sua voz...

Moro com a minha amiga Luiza há dois anos, tenho 20 anos e me mudei para cá para ter uma nova vida, longe dos meus pais, trabalho em uma lanchonete no período da noite e faço minha faculdade na parte da manhã, curso Relações Internacionais na Universidade Sheffield Hallam uma das mais conceituadas da Inglaterra. Meu único problema era os meus vícios, como fumar sempre e beber muito. Sempre fui considerada uma garota rebelde aos olhos das pessoas conservadoras da grande e poderosa Inglaterra, pouco me importava com o que elas pensavam, sempre fui muito eu mesma, sempre fiz o que tive vontade, da minha maneira. Luiza era uma das minhas poucas amigas, só haverá duas pessoas que conseguiam me suportar Luiza e dona Brenda minha falecida Avó depois do falecimento dela me tornei o que sou hoje. Uma pessoa fria, anti-social e sem sentimentos.


*


– Qual é a boa para hoje? – Perguntei para Luiza enquanto pegava meu café na cafeteira e me sentando ao seu lado. Abri o jornal esperando uma resposta dela. Ela me encarou. – O que foi? O gato comeu sua língua? – Eu disse ríspida, mas em um tom de brincadeira.

– Mas como você é desligada Maria, hoje é sábado dia da chegada do Arctic Monkeys à nossa cidade. Parece que Alex quer rever seus laços por aqui... – Ela me disse maliciosamente. Eu dei de ombros e me concentrei no café – Maria O ALEX VAI VIR PARA CÁ É SUA CHANCE – Ela berrou me fazendo a fuzilar com os olhos.

– Eu já escutei sua energúmena, eu estou apenas me contendo. Até porque não há uma chance de chegar perto dele com toda essa gente querendo o ver, por isso vou ficar em casa vendo minhas séries e quem sabe ir trabalhar hoje. – Falei a fitando e depois tomei um gole de meu café.

– To bom, mas você é quem sabe, está perdendo uma oportunidade e tanto. – Ela disse se levantando e levando seu prato até à lava-louças.

Terminei meu café e subi para meu quarto pegar um moletom, decidi que iria dar uma volta, ir a biblioteca quem sabe, faz tempo que não iria visitar o seu Eduardo o dono, ele era um senhor de um pouco mais de 55 anos, bem atencioso com todos. Fui caminhando e olhando várias meninas com camisas do Arctic, posers logo pensei. Continuei caminhando. A biblioteca não era muito longe de casa o que me alegrava muito, sou bem sedentária odeio andar. Às vezes eu queria saber voar, na verdade quase todo o tempo eu queria ter esse dom. Cheguei por volta das 09h45min e seu Eduardo já havia varrido a entrada, como de costume. Adentrei ao lugar e fui até o balcão. Ele me olhou com toda a ternura de sempre.

– Bom dia Maria, como dormiu? – E falou limpando seus pequenos óculos.

– Bom dia Edu dormi sim... Sonhei com ele de novo – Estremeci ao lembrar-se de meu sonho.

– E você sabe que ele esta chegando hoje né? – Ele falou como se conhecesse o que eu pensava. O olhei, mas caminhei até uma prateleira para escolher um livro.

– Sei sim – Tentei parecer indiferente. Em vão, ele me conhecia com a palma de suas mãos.

– E você vai ir vê-lo não vai? – Ele disse agora espanando alguns livros.

– Não, eu não tenho coragem – Eu sempre me odiei por ser essa covarde, tímida. Mas o que eu poderia fazer para mudar isso? Seu Eduardo me fitava por cima de seus óculos dei de ombros.

– Meu anjo, assim você não a lugar algum... Tem que tentar – Eu sabia que ele estava certo, tanto Luiza quanto ele, mas será que eles não entendiam o meu lado. Eu uma reles garçonete, estudante, que escrevia poesias que era viciada em cigarros e café teria alguma chance com um músico famoso que poderia ter a mulher mais desejável do mundo?

– Tem coisas que não são pra ser – Falei um pouco segura de si, porém queria desabar de chorar e voltar correndo para o colo de minha avó, sua lembrança me fez ter um momento de pausa e ficar imaginando ela com seus cabelos brancos igual a neve acariciando meu rosto e dizendo que ia ficar tudo bem. Seu Eduardo chegou perto de mim e me olhou sério.

– Então faça ser. – E voltou a espanar seus livros.

3 comentários:

  1. Só tenho a dizer que a fic é tão linda quanto a fama que tem! Sempre fui curiosa por essa história e finalmente posso desfrutá-la :)))) Pelo que vi, você já começou como profissional. A escrita é ótima e só me dá vontade de mais. Yupiiii. To dando pulinhos pela volta de OYB. Quero mais. Beijos <3


    Steph

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  2. comecei a acompanhar sua fic e: tem uns errinhos ortográficos e melhore só um pouco a sua escrita, veja isso por favor, mas tirando isso a fic é muito boa mesmo. PARABÉNS!

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  3. Olha estou lendo agora sua fic e esta otima para uma primeira. Tentei fazer algumas mas acho que elas não ficam realmente boas. Acho que nem todos tem o dom. XOXO

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