Fireside - Capítulo 04

- Hm...
Fiquei revirando o nome na ponta da língua, querendo me lembrar de onde eu o conhecia, mas não conseguia lembrar de onde. Talvez eu não o conhecesse, era coisa da minha cabeça, que começava a doer, como se um prego estivesse tentado sair dela pela minha têmpora direita. O rapaz atrás do balcão entregou um papel com a nossa conta final, e protestei mais uma vez, balançando cabeça, mas ele sacou a carteira de um dos bolsos da jaqueta e entregou algumas notas ao rapaz. 
No fundo eu havia gostado da atitude dele de pagar a conta, apesar de minha cabeça estar latejando com a voz da minha mãe dizendo que eu não deveria deixar o cara pagar a conta sozinho. Isso foi a tanto tempo, como eu me lembrava disso?
Nick me puxou pela mão, me despertando dos meus devaneios, e saímos na noite fria. Ele enroscou o braço dele no meu, e involuntariamente olhei para o lado oposto, tentando conter uma risadinha. Eu estava parecendo uma menininha. Nem na primeira vez que saí com um cara eu estava assim. Ele devia ter percebido.  O vento trazia o cheiro dele, de sabonete, loção pós-barba, respirei fundo, e gravei na memória os cheiros. Reparei que não estávamos longe da minha casa, e sugeri que fossemos andando. Quando dobramos a esquina, uma menina, com cara de uns dezesseis anos, ficou olhando para Nick, o que achei muito estranho.

- Nick, minha cabeça está estourando, se importa se dermos uma passadinha na farmácia?

-Não, vamos lá. Essa dor de cabeça é resultado de algumas canecas de vinho vagabundo?

- Provavelmente, mas talvez tenha sido o estresse do meu dia – disse tentando parecer menos fraca pra bebida.

- Dia estressante é?  Trabalho ou família?

- No meu caso às vezes os dois são a mesma coisa.

- Entendo. Vamos naquela farmácia ali?

Atravessamos a rua, e no momento entrei, as luzes fortes e brancas do estabelecimento me cegaram, e eu fiquei tenta. Mais uma vez naquela noite, Nick me segurou, e me sentou no na porta da farmácia, dizendo que compraria o remédio. A única coisa que me passava pela cabeça era como Nick tinha salvado a minha noite, e eu estava claramente estragando a dele. Eu nunca tinha sido tão patética, caindo de bancos e passando mal. Meu estomago revirava e queimava. Parecia que eu tinha engolido uma fogueira. Nick voltou com uma cartela de comprimidos para dor de cabeça e uma garrafa de água. Nick tirou um comprimido da cartela e abriu a água, e em seguida engasguei com um dos goles de água que eu tomava desesperadamente. Depois de quase tossir o meu pulmão, Nick me levantou, e me amparou, sem fazer comentários sobre o meu estado.  Andamos duas quadras, e apontei a portaria iluminada do meu prédio.

- Desculpe ter estragado sua noite.

- Você não estragou.

- Você é muito gentil Nick, não consigo imaginar um motivo pra você estar solteiro.

- Você quer que eu te leve lá em cima? – disse ele depois de alguns segundos de silêncio – você ainda não parece muito bem.

- Pra falar a verdade, quero sim. – tinha mais decisão na minha voz naquele momento do que teve a noite inteira 

Ele sorriu, e passou mais uma vez um de seus braços pela minha cintura. Ao me ver entrar acompanhada, o porteiro fez cara de paisagem, e nos desejou uma boa noite. Velho malandro.   Antes de chegar em frente aos elevadores, Nick passou seus braços por baixo de meus joelhos, segurando as pontas de meu vestido, e me levantou, e sem dificuldade nenhuma. Com o movimento rápido, minha cabeça girou, e meu estomago embrulhou mais ainda. Estava pra lá de Bagdá quando murmurei meu andar, e quando indiquei minha porta. Estava começando a me imaginar vomitando em cima dele, a cara dele de chocado, e o cheiro azedo do vômito. Afastei as imagens, que me enjoavam ainda mais.  Catei as chaves na bolsa quase vazia e entreguei a Nick, que a abriu comigo ainda no colo. Impressionante.
Nick me deitou com suavidade no sofá, e se ajoelhou no chão ao meu lado.

- Laura? Você ta meio verde. Estou começando a ficar preocupado.

- Não precisa ficar, amanhã eu vou acordar melhor, pode ter certeza, eu já estou até me sentindo melhor – disse me levantando, o remédio para dor de cabeça estava fazendo efeito, mas o estomago ainda dançava.

- Ok, qualquer coisa... – ele se levantou e caminhou até porta, comigo colada em suas costas.

- Obrigada mais uma vez Nick, eu me diverti muito.

- Eu que agradeço por você ter ido, eu estava achando que você não ia.

- Eu seria estúpida se não fosse – balancei a cabeça com o exagero de minhas palavras, e ele riu.
Olhei para aquele rosto gentil mais uma vez, e para minha própria surpresa, me inclinei e o beijei. 


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Arrastei-me do banheiro até o quarto. Depois de vinte minutos sem vomitar eu achei que já podia voltar pra cama. Quatro da manhã.  Meu braço estava gelado pelo tempo em que fiquei abraçada com o vaso sanitário. Me deitei e puxei o meu edredom fofo até o queixo. Sem que eu me desse conta , minha mente flutuou até Nick. Fiquei pensando se ele realmente tinha gostado de sair comigo, se ele era tudo isso ou só papo, e fiquei relembrando nossos diálogos. E eu me odiava por isso, não era do tipo que tinha essa noias pós-encontro. Espasmos. Empurrei as cobertas e voltei pro banheiro. 



N.A.: Desculpe a demora, mas ta ai. Tava meio travada e não saia nada de proveitoso, aai eu to nervosa, to muito insegura sobre esse cap, mas foi o meu melhor e eu espero que vocês gostem <3 
Boa Leitura 
Bjks, Rasfa 

4 comentários:

  1. Gente, a Laura! Fiquei com pena dela ter ficado tão mal mas ao mesmo tempo agradeci, porque só assim pude ver o Nick fofo em ação. Fiquei em dúvida se o beijo de despedida foi na boca ou na bochecha, mas sendo o Nick lindo na frente dela torço pra ter sido um selinho. Heheehe Quero mais um capítulo e... Laura, agarra o Nick! Beijos

    Steph

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  2. Laura foi um amor. E Nick então? Gente esses dois exalam fofura. É incrível a sintonia que eles possuem um com o outro. E estou um pouco curiosa com o andar da carruagem. <3

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  3. Esta fanfic é perfeito por favor, continue <3

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  4. Tô apx, quero continuação T.T

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