That's Where You're Wrong: Capítulo 19

Se realmente correr ajudasse a fugir dos problemas teria feito isso mais vezes. – Pena que isso não é o caso. – O mar com certeza estava agitado, tanto quanto eu. O azul se estendia até o horizonte, alguns veleiros se aproximavam da praia, pessoas corriam na areia. – Parei para arrumar meu rabo de cavalo que já estava frouxo, apertei os cadarços. Passei a mão na testa para tirar o excesso de suor. Uma água de coco seria boa agora, mas não trouxe dinheiro. – Voltei a correr, saindo da orla da praia, indo para rua. Não estava com cabeça para ir para faculdade hoje, vou terminar o trabalho da agência com mais calma. – Passando por algumas casas, pais levavam seus filhos à escola. Olhei para o outro lado da rua e vi um casal de mãos dadas andando com seu cão, senti uma pontada de inveja. – Uma bela manhã, para um dia normal e tranquilo, mas não para mim. As coisas ultimamente saíram foram de controle e, onde eu fui parar, no ápice do questionamento. Se nada esta certo, por que eu tenho que fingir que está? – Virei o quarteirão da minha casa – Do mesmo modo que não consigo parar de pensar em Alex, ele já se tornou tudo e mais um pouco. Eu o amo sem sombras de dúvidas, não preciso mais me questionar sobre isso. Mas e ele? Realmente diz a verdade sobre seus sentimentos? Por que ainda está com Arielle? Por que não acreditou em mim quando as coisas deram errado? Chega de relevar as coisas. Um coração em conflito faz com que se encha de dúvidas. – Ouço um carro se aproximar diminuindo a velocidade, olho de relance e sei muito bem de quem é esse carro... O vidro se abaixa... Alex.
  
- Eu preciso falar com você – ele diz, bem ao meu lado da calçada, mas não paro de correr – Será que podemos conversar?

Ele espera para que eu responda algo, mas eu o ignoro, corro com atenção, olhando para frente.

- Ignorado - diz – Eu consigo ouvir seus pensamentos, sei que está brava e chateada – pior do que isso Turner – e você tem todo direito de ficar – e eu vou – mas eu preciso ressaltar que eu fui enganado tanto quanto você. – ele olha para rua, e se volta a mim – Eu fui atrás do John depois que você foi embora – arqueei as sobrancelhas, estava chegando em frente minha casa – queria saber os motivos que Arielle disse para fazer tudo isso. – Cheguei em frente, e passei pelo jardim indo em direção a casa. Alex parou o carro e gritou antes que eu entrasse – Como podemos resolver tudo isso deste jeito? – parei, estava de costas para ele – Sophie, por favor – suspirei e me virei.

- Eu esperava que você tivesse a resposta. – disse, ele sorriu torto e saiu do carro, andando até mim, cruzei os braços.

- Nós podemos encontrá-la.
  
- Quer dizer que você ainda dúvida da verdade?

- Não foi isso que eu disse – respondeu – eu só estou tentando entender como isso tudo foi acontecer, até que ponto as coisas chegaram!

- Bem vindo ao clube – respondi – Mas parece muito obvio.

- E o que é?

- Sua namorada Alex, está desde começo tentando acabar com nós, e colocando a culpa em mim de todas as sujeiras dela. Ela armou tudo isso, mandou me drogar, sabe o quão isso é sério? Eu podia fazer um B.O. contra ela, a mandar parar na cadeia!

- É absurdo demais! Eu não consigo entender por que ela fez tudo isso, ela nunca foi assim!
  
- Por sua causa! Droga! E sabe o que dói mais? É que você precisou de outra pessoa para acreditar em mim! – gritei – Mas parece que ainda não quer enxergar a verdade.

- Sophie! – ele gritou e segurou meu rosto – Eu acredito em você! Será que dá pra me ouvir! – comecei a chorar – Eu sinto muito, me perdoe por ter duvidado, eu devia ter acreditado em você. Mas eu nunca deixei de te amar por isso.

Fiquei em silêncio e engoli o choro – Eu também sinto muito – disse – Mas isso não esta certo, nunca esteve, Arielle tem toda razão – me afastei – eu só sou mais uma em 24 e você sempre voltará para ela quando a diversão acabar. – me virei.

- Sophie espera! – Ele segurou meu braço, eu o puxei de volta.
  
- Não, eu não quero mais te ouvir. – andei rápido entrando em casa, ele veio atrás bati a porta e a tranquei.

- Sophie! – ele gritou batendo na porta – Por favor, Sophie! – eu encostei a cabeça na porta e fechei os olhos deixando as lágrimas caírem. – Não faz isso, não jogue tudo fora! – ele bateu mais uma vez – Sophie!! – Então o silêncio surgiu, trazendo a dor maior que alguém pode suportar. Escutei o barulho do motor do carro, ele se foi. Acabou.

- Ele parece que gosta realmente de você. – me assustei, abri os olhos e olhei em direção à voz, Mari...

- As aparências enganam. – me virei e subi para o meu quarto.

(...)

Mariana’s  POV

Sophie saiu da sala e subiu direto para o quarto. Continuei tomando minha xícara de café e não fui atrás dela, acho que esse é um momento em que ela precisa ficar sozinha. As vezes acho tudo isso um exagero, não entendo porque eles não ficam juntos logo de uma vez, mas a vida não é minha então eu não tenho nada a ver com isso. Me sentei ao sofá e peguei uma revista para ler e então meu celular começou a tocar – Peguei o celular para ver quem era e era ele. Matt. Meu coração acelerou.

- Alô, Mari?

Oi Matt

-Tudo bem?

Ótima e você?

- Ótimo também... eu tava querendo saber se você não quer passar o dia comigo?
  
Fiquei um pouco em silêncio para pensar. Por sorte hoje eu teria o dia de folga do curso que estava fazendo - Sim, claro!

- Ótimo, então posso passar ai para te pegar daqui a pouco?

Claro! Eu só tenho que me arrumar...

- Tudo bem, eu passo ai em meia hora. Você acha que é suficiente?

Mais do que suficiente!

- Ótimo. Então até mais...
  
Até. –Desliguei o telefone. Deixei a xícara na cozinha e subi correndo para me arrumar. Depois de meia hora ouvi uma buzina e era ele. Bati na porta de Sophie e entrei, ela estava tomando banho então resolvi deixar um bilhete.

‘’Sophie, eu precisei sair e mais tarde volto. Qualquer coisa me ligue.
Beijos, Mari’’
  
Deixei o bilhete em cima da cômoda para que ela pudesse ver e não ficasse preocupada. Desci as escadas correndo e dei uma ultima olhada no espelho. Hoje o dia estava quente então coloquei um top cropped cinza, um shorts de cintura alta, uma bolsa estilo carteiro e uma bota country. Estava ótimo assim, coloquei meus óculos de sol e sai em direção ao carro. Matt estava encostado no carro e sorriu ao me ver. Ele vestia uma calça jeans, tennis adidas, uma blusa cinza que o deixava absolutamente lindo e também estava com óculos escuros.

- Nossa, como você está linda. 

- Bem observado – Matt deu risada e abriu a porta para que eu pudesse entrar. Depois de segundos ele já estava ligando o carro.

- Então, pronta?

- Sempre!

- Mari, você é mesmo uma graça.

- Uma graça? – fiz biquinho

- Ta vendo? É por isso que é uma graça... Por acaso você já andou de moto?

- Nunca, mas não seria má ideia virar motoqueira agora – dei risada

- Então é isso que iremos fazer – Então Matt era motoqueiro?

- Você é motoqueiro? Daqueles que usam uma jaqueta com o nome do grupo e sempre vai acompanhado de outros motoqueiros?

- Não exatamente. Eu, Alex e o Josh Homme temos o nosso grupo...
  
Josh Homme? – Falei com um certo entusiasmo

- Sim – Matt começou a rir

- Nossa que simpático, você anda de moto com ninguém mais ninguém menos que o Josh Homme!

- E às vezes com o Dave Grohl!

- A Sophie ia ter um desmaio instantâneo agora! Seu sortudo – dei um tapinha no ombro de Matt
  
- É, essa é a minha vida – demos risada.

Depois de um tempo e muitas paisagens bonitas Matt parou em uma pequena estrada que parecia deserta. Ele tirou o cinto e eu fiz o mesmo.

- Vamos? –Ele saiu do carro e foi até um terreno e nesse terreno tinha uma pequena casa. Eu fiquei perto do carro o observando e então ele apareceu com uma moto e dois capacetes. Mas não era uma moto qualquer, era uma Harley Davidson.

- Uau!

- Gostou?

- É linda Matt. – passei a mão sobre o banco.

- Essa é a garagem que eu e Alex guardamos nossas motos. No estacionamento do apartamento é ruim, então decidimos comprar esse lote e construir uma garagem, parece brincadeira, mas foi a melhor coisa que já fizemos! – ele deu risada- E essa aqui é minha belezura – ele passou a mão pela moto.

- É bem inovador, nunca pensei em comprar um terreno pra construir uma garagem de motos – dei risada
  
- Somos bem inovadores mesmo

- Autênticos... – disse pondo as mãos na cintura

- Bom Srta, agora vamos andar! Coloque esse capacete para sua segurança – Matt entregou-me um capacete, colocou o seu e sentou- se moto – Quer ajuda?

Fiz que sim com a cabeça e me aproximei. Então ele fechou o encaixe do capacete e o ajustou para que ficasse firme. – Pronto! - Fui até onde fica a garupa e joguei uma das pernas por cima do assento.
  
- E onde eu apoio os pés?

Matt soltou os pedais traseiros – Há um de cada lado. Tente não encostar a perna do escapamento. Ele costuma ficar bem quente e você pode acabar com uma queimadura feia.

- Bom saber.

Ele colocou seu capacete e, em um único movimento gracioso, subiu e deu a partida no motor, permitindo que ele esquentasse. Não era tão barulhenta quanto algumas outras motos, mas eu podia sentir uma leve vibração através do assento. Senti uma ponta de emoção, como se estivesse sentada em uma montanha-russa que estava a ponto de começar seu percurso. Matt acelerou a motocicleta cuidadosamente. Pude sentir o vento batendo contra meu rosto e meu corpo, era excitante estar andando de moto, claro que também era a minha primeira vez. A estrada tinha algumas curvas e depois de algumas aprendi que deveria me inclinar quando ele fazia uma.

 Matt começou a diminuir a velocidade assim que chegamos perto de algumas casas.

- Porque você vai parar?

Ele parou a moto, saiu e sorriu – Acho que seria legal se você pilotasse agora...

- Eu? – seria demais – Não sei Matt, isso não é proibido? Além do mais eu nunca pilotei uma moto!  - obvio que eu queria, mas me meter em encrencas eu também não queria.

- Bom nós teríamos que ser rebeldes e ir contra as leis, mas não se preocupe... aqui não passa ninguém! – houve uma pausa- Você sabe andar de bicicleta?

- Sim, claro
  
- Então, é quase uma bicicleta só que muito mais pesada e com algumas diferenças que definitivamente fazem muita diferença – ele riu

- A que ótimo saber – dei risada – Não sei Matt, não quero me matar sabe ...
  
- A vamos lá Mari. Eu vou estar bem atrás de você na moto, e não vou deixar você cair. Minhas mãos vão estar bem ao lado das suas e também vou cuidar das mudanças da marcha... Então tudo o que você terá de fazer é cuidar do guidão.

Pensei um pouco e olhei pra moto – Não me parece tão difícil assim...

- Não é nada difícil, você só tem que se acostumar, mas não é nada impossível...-  Ele levantou as mãos – Pode confiar em mim. Não há nenhum carro na estrada, ninguém irá nos parar, e eu vou estar com você!
  
- Tudo bem vai...

- Ótimo! – disse ele sorrindo – Vamos começar pelo começo. Vá um pouco mais para frente no assento. Na mão direita você tem o acelerador e o freio dianteiro. Na mão esquerda fica a embreagem. O acelerador é quem comanda a velocidade. Entendeu?

Fiz que sim com a cabeça.

- Seu pé direito controla o freio traseiro. O pé esquerdo faz a mudança de marchas.

- Fácil. 

- Achou mesmo?

- Não, só estou tentando fazer com que você se sinta bem em relação às suas habilidades como professor. – Ele riu.
  
- Bem, as mudanças de marcha são bem parecidas com as de um carro com câmbio tradicional. Você solta o acelerador, aperta a embreagem, muda a marcha e depois acelera novamente. Mas você pode ir observando isso durante o caminho, certo?

- Sim

- Está pronta? 

- É...

- Então vamos lá. Chegue mais perto do guidão.

Fui para frente, e Matt subiu na moto. Após colocar o capacete, ele se encostou em mim, apoiando as mãos nas manoplas.

- Agora, coloque suas mãos em cima das minhas – instruiu ele. – E faça a mesma coisa com os seus pés. Eu quero apenas que você sinta o que está acontecendo. É uma coisa que envolve ritmo, mas, quando você perceber como tudo funciona, não vai mais esquecer.

- Foi assim que você aprendeu?

- Não. Um amigo meu ficou por perto gritando as instruções. Na minha primeira tentativa, apertei a embreagem em vez do freio, e acabei batendo em uma árvore. E é por isso que eu quero estar aqui na sua primeira tentativa.

Ele levantou o pé de apoio da moto, apertou a embreagem e deu a partida; assim que percebi a vibração, eu tive a mesma sensação de frio na barriga. Coloquei minhas mãos sobre as dele. Ele girou o acelerador e soltou a embreagem lentamente. No instante em que a motocicleta começou a avançar, ele levantou o pé do chão. Eu pousei meu pé suavemente sobre o dele.

Começamos lentamente. Matt acelerava aos poucos, depois diminuía a pressão do acelerador, e depois acelerava novamente, até finalmente mudar para outra marcha antes de frear mais uma vez, até que a moto parasse. Depois repetíamos o procedimento, e ele explicava pacientemente o que estava fazendo. Pouco a pouco, conforme o processo continuava, comecei a assimilar todas as informações. Depois de algum tempo, trocamos de posição. Minhas mãos e meus pés agora estavam no controle; com os dele por cima dos meus. Repetíamos o processo desde começo, não era tão fácil quanto ele fez parecer. Às vezes, a moto parecia ratear ou eu apertava o freio com muita força, mas ele era paciente e encorajador e não levantava a voz. Nos quinze minutos seguintes, enquanto eu continuava a treinar a pilotagem da moto, o toque dele ficou cada vez mais leve, até que ele finalmente deixou que eu tomasse o controle inteiramente. Embora não me sentisse totalmente confortável, comecei a acelerar mais e de forma mais suave, e a frenagem também estava mais natural. Pela primeira vez senti o poder e a liberdade que a moto oferecia. 

- Você está indo muito bem Mari – disse ele.

- Que demais!– gritei

Andamos até o final da estrada que era longa e realmente vazia, quando voltamos ao ponto de partida Matt quis que eu pilotasse sozinha. Fiquei com um certo receio, mas ele disse que iria atrás de mim com o carro. Concordei com a cabeça e segui. Se andar com ele atrás de mim era demais, sozinha era como ter a liberdade em minhas mãos. Demos algumas voltas e finalmente voltamos ao ponto de partida novamente.

- Você é uma ótima motoqueira – ele riu
  
- Acho que meu próximo passo será comprar uma moto e entrar para um grupo de motoqueiros – dei risada

Resolvemos ir comer algo. Matt me levou a um café nos arredores, comemos panquecas e finalmente ele me levou em casa. Quando chegamos ele olhou pra mim e então nos beijamos.

- Foi ótimo Matt.

- Devemos fazer isso mais vezes, ai você treina bem para poder entrar em um grupo de motoqueiros  – ele começou a rir

- Isso ai, os motoqueiros que se cuidem! – dei um ultimo beijo nele e sai do carro.

Entrei em casa e percebi que estava sozinha ótima hora para terminar alguns pequenos trabalhos do curso. Subi para meu quarto e me joguei na cama. Matt Helders, esse nome vinha a minha cabeça com muita frequência ultimamente, mas apaixonada eu não ia ficar... Não mesmo, não estava aqui pra isso, só quero curtir e afinal de contas eu só tenho 18, quase 19 anos. Tenho muita coisa pra viver antes de me apaixonar, por enquanto só vou aproveitar.

Fim do Mariana’s POV

Alex’s POV.
  
- Acabou Arielle, acabou.

- Como assim acabou? – ela gritou.

- Acabando, eu já devia ter feito isso há muito tempo.
  
- O que? – ela me empurrou – Você bebeu? Está drogado?

- Drogado né? Você entende muito bem disso...

- Do que você esta falando?

- Do que você fez com a Sophie! Francamente Arielle!
  
- Eu não sei do que você esta falando...

- Chega de mentir, de fingir, acabou! Eu já sei de tudo! O John confessou o que realmente aconteceu! – Ela ficou quieta, estava nervosa – Por você fez isso? – perguntei. 

Ela demorou alguns minutos para responder – Por que eu te amo Alex.

- Que tipo de amor é esse? Que passa por cima de tudo e todos?

- Você não tem o direito de falar assim comigo! Você estava me traindo já faz tempo com aquela vagabunda da Sophia!

- Ela não é vagabunda! – gritei – Não fala assim dela!

- Ela é sim! – gritou de volta – E eu não acredito que você está defendendo ela, e não eu, a sua namorada!
  
- Você está errada Arielle! Você não mediu as consequências!

- Você que não está medindo as consequências! Vejo que ela fez sua cabeça direitinho... – ela andou de um lado para outro – O John inventou tudo isso junto com ela, é tudo mentira, por que ele faria isso, depois do que fez?

- Como você pode falar isso ainda? – ela me encarou – Como você tem coragem?

Ela suspirou – Você está cometendo um grande erro Alex.

- O único erro que eu cometi foi ter acreditado naquela armação, mas parece que você pensou em tudo – balancei a cabeça – Você se superou.
  
- Você não presta Alex, você sempre estava me traindo com uma e outra, achou que eu ia aguentar até quando? E você acha que eu nunca soube? – ela continuou – Eu sempre soube, mas suportei por que era só por uma noite, mas ela eu não admito, você está fazendo isso por causa de uma garota jovem! Ela não presta! Ela mente pra você! Conheço o tipo dela, qualquer um que passar ela ta dentro!

- É incrível sua capacidade de falar, criar, ofender os outros – eu disse – Eu vou sair, e quando voltar espero que você não esteja aqui, e leve suas coisas junto. – me virei.

- Alex! – ela gritou – Você está comprando briga com a pessoa errada! – me virei encarando-a – Se você sair por essa porta você vai se arrepender!

- Você ainda não entendeu que acabou?
  
- Isso não vai ficar assim! – ela gritou, estava me ameaçando – Você vai se arrepender amargamente!

- Você está fora de si Arielle! – peguei minha jaqueta em cima da cadeira – É melhor você ir se tratar!

Filho da puta, você não sabe o que está fazend... – fechei a porta, e ouvi alguma coisa quebrar. Ela estava completamente alterada, e como mentia, como fiquei tanto tempo assim com ela... – Acendi um cigarro, e entrei no carro, não ia atrás da Sophie, eu preciso de um tempo para reorganizar as ideias... Além do mais ela não quer me ver tão cedo... E eu prefiro ficar longe de problemas. – Eu fiz o que tinha que ser feito, dane-se tudo. Preciso de algo forte para me tirar desse caos.

...

Fim Alex’s POV.

Cheguei à agencia e, me deparei com a mesa cheia de trabalhos acumulados.  Torci a cara. Sentei à minha mesa e suspirei.  Bem, “vamos lá”. Disse a mim mesma. O jornal em cima da minha mesa me chamou atenção, tinha como primeira capa Universidade de Los Angeles, uma matéria escrita sobre dados estatísticos dos resultados tendenciosos dos exames de SAT usados para a admissão no ensino superior. Analisei a matéria, e a maioria dos comentários eram estudantis, manifestações para falar a verdade. Lembrei-me que havia feito uma vez, reunido colegas para uma “pequena manifestação” sobre o grêmio estudantil, engraçado lembrar disso. Por que sempre há uma repercussão, não importa se é grande ou pequena. Sempre faz alguma diferença.

Entrei na internet e comecei a pesquisar sobre promotoria pública se haveria alguma fraude, processo com alguma importância. Pois bem, precisaria de alguma matéria para esse trabalho chato. – Avaliar qualidade, desfecho, situação, gratificação e tudo mais. Certeza que aquilo tudo iria me enlouquecer. Os editores gostavam de entretenimento tanto quanto uma pessoa comum, pois os assinantes eram a força vital do negócio. E o entretenimento, infelizmente, estava se tornando à matéria-prima da mídia. – Alguém parou na minha frente e levantei o olhar, não acredito que ela está fazendo aqui... É muita cara de pau.

- Belo lugar para se trabalhar – disse com tom de deboche.
  
- O que você está fazendo aqui? – meu sangue subiu.

Ela sorriu – Vim lhe dar os parabéns.

- Eu não estou entendendo.

- Como você é cínica...
  
Levantei-me – Escuta aqui! Se você veio aqui pra me ofender é melhor dar o fora, antes que eu quebre a sua cara terminando o que eu comecei!

- A selvagem voltou... – respira – Sabe não vejo graça em você.

- O que você quer?!

- Se você pensa que acabou, está redondamente enganada, eu nunca perco!

- Você tem problemas mentais?

- Eu não sei o que o Alex viu em você!
  
- O que não viu em você – touché – Mas é muita cara de pau sua aparecer por aqui depois do que fez!

- Isso que acontece com quem fica no meu caminho – ela colocou as mãos sobre a mesa – Eu vou te dizer pela última vez fica longe do Alex!

- Eu não tenho medo de você Arielle.

- Que azar o seu, pois deveria ter – ela colocou os óculos de sol – Isso não acabou ainda! – fuzilei ela – Até mais querida – sorriu. Vagabunda... Eu queria voar no pescoço dela e esgana-la. – Sentei na cadeira, coloquei os cotovelos sobre a mesa e enterrei as mãos na cara. Mas que porra! Eu não aguento mais isso! Que inferno! Essa maluca conseguiu, sempre consegue mesmo. E eu não sei do que ela esta falando... Alex obviamente ainda ta com ela. Mas se veio até aqui é por que se sentiu ameaçada... Vadia... Devia tropeçar nos próprios pés e beijar o chão. Suspirei.

...

Minhas costas doíam de tanto ficar encostada naquela cadeira. Meu expediente já havia acabado já era sete da noite. Mas tinha que levar tanta papelada pra casa. Guardei tudo no carro.  – Cheguei em casa e, Anne estava se arrumando para sair com Nick, vai dormir por lá mesmo... Passei no quarto da Mari e, estava se arrumando também... – Parei no mesmo instante.

- Pra onde a senhorita está indo deste jeito? – perguntei pelo vestido sexy dela

 Ela me olhou colocando os brincos – Eu vou ir ao um pub... Com alguns amigos.
  
- Que amigos?

- Do curso... Por que tantas perguntas?

- Cheia de mistério...

- Não sei quais... Eu só não quero ficar aqui trancada – ela se voltou ao espelho se arrumando – E não se preocupe pela hora que eu chegar, já tenho 18 anos.

- É claro que tem, mas está sobre a minha responsabilidade.
  
- Você devia relaxar ok? – ela me deu um beijo na bochecha – Estou com meu celular! – piscou e desceu as escadas. Rolei os olhos, relaxar? Como se isso fosse possível. Fui para o meu quarto e me joguei na cama. A noite parece que vai ser longa e solitária.

...

Trocava de canal umas quinhentas vezes, mas estava entediada. A temperatura havia caído muito, estava usando um suéter e enrolada nos cobertores... Olhei o relógio ao lado da cama um pouco mais de onze horas da noite... Peguei um livro sobre a escrivaninha, preferia ir dormir, mas não estava conseguindo. Até esperaria Mari, mas ela sabe se cuidar. – Enjoei do livro e fui ver o canal de culinária. Até parece. – Ouvi estrondos do lado de fora, me assustei. Abaixei o volume da TV... Estavam batendo na porta com muita força... Quem seria uma hora dessas? E parece que não conhece a campainha... Visita que não é. – Andei até o corredor parando na escada – Socaram de novo a porta, ótimo é um ladrão. Vou ser assaltada e estou sozinha. Não paravam de bater. Fui até o quarto de Anne, o quarto dela era de frente para rua daria pra ver quem seria, mas espero que não me veja, não quero levar um tiro. Abri a janela devagar e olhei quem era... Ah não... Só podia ser brincadeira... Alex. O que você esta fazendo aqui?

Ele continua a bater na porta – Sophie! – começou a gritar, ai meu deus. – Eu sei que você está ai! Abre essa porta!

Desse jeito ele ia acordar os vizinhos, e eles não são muito receptivos. O que ele quer? – Ele andou até o meio do jardim cambaleando... Ele estava bêbado? Ah eu mereço! – Se agachou e pegou uma pedra no chão e, começou a atacar na minha casa! – Sophie! – gritou – Sophie! – Droga.

- Alex! – gritei chamando sua atenção, ele se virou pra janela do quarto – Para Alex!

- Sophie... – ele andou até em frente, sorrindo e abrindo os braços– Sophie... abre a porta... eu... quero falar com você...
  
- Eu não vou abrir! – gritei – Você está bêbado! Vai embora! – eu entrei e ele voltou a gritar.

- Cala essa boca! Você vai acordar os vizinhos!

- Fuck off!

- Vai embora!
  
- Eu não vou! – disse – Abre a porta... Eu terminei com a Arielle! – você o que? Fechei a janela, e ele continuou gritando, droga! Desci as escadas e abri a porta.

- Porra, o que você quer Turner? – ele veio cambaleando até mim e, me abraçou. Tive que me equilibrar, ele estava jogando seu peso em cima de mim. O cheiro forte de álcool me acertou, ele estava muito bêbado. Eu não sei como ele conseguiu vir dirigindo assim, mas não posso mandá-lo ir embora neste estado... Até por que duvido que ele vá, ele sabe ser bem teimoso quando quer, ainda mais... Bêbado.

Entrei com ele e, o deixei no sofá, seus braços não desgrudaram de mim... Ele estava falando umas coisas incompreensíveis. – Alex? - Ele olhou pra mim, seus olhos estavam vermelhos – Você terminou com a Arielle?

- S-sim...  – e então entendi a ilustre visita da ruiva mais cedo. – Você quer falar comigo agora Sophie? Eu quero falar com você...

- Eu sei Alex, eu sei! Mas acho que você não está bem para nós conversamos agora... – ele me puxou para que eu sentasse no sofá ao seu lado, sua cabeça caiu em meu ombro.

- Não aguentava mais não poder estar com você... – ele soluçou e começou a rir – Você não sabe o que ela me disse, ela me disse que eu iria me arrepender... – ele continuava rindo. Eu apenas não sabia nem o que responder. Arielle era louca e depois de ter feito o que ela fez eu não duvidava mais de nada.

- Você não deveria ter bebido demais Alex

- Eu nem bebi, to ótimo! – ele tentou se levantar, mas acabou tropeçando nos próprio pés e caiu sobre o sofá – Só uma falta de equilíbrio, normal... – então ele deu mais risada. Ele tinha que tomar uma ducha gelada e ir dormir, esse costumava ser o remédio para os bêbados.

- Você precisa de uma ducha, vamos – puxei sua mão e então ele se encostou a mim.

- Só se for com você e sem roupas... – mais risadas. Isso já estava ficando chato. Até bêbado ele era safado. Não respondi nada, apenas comecei a andar. O problema seria leva-lo até o andar de cima...

...
  
- Alex não joga água em mim! – sim, eu estava dando banho nele! A que pontos chegamos. Coloquei Alex apenas de cueca em baixo de um chuveiro com água bem gelada. Nem sabia como ele estava aguentando. Alias não sabia como eu estava aguentando, com muita dificuldade consegui leva-lo pela escada, acho que perdemos uma meia hora nisso.

- Ta muito frio Sophie, você quer me matar?

- Já vai acabar calma! – disse desligando o chuveiro - Toma essa toalha... Agora tira sua cueca, eu vou por na secadora – Então simplesmente ele tirou a cueca sem ao menos por a toalha para que eu não pudesse ver. Eu já o tinha visto nu várias vezes, mas agora eu definitivamente não estava no clima então apenas fechei os olhos – Coloca esse roupão Alex – joguei um roupão.

- Porque você está fechando os olhos? – ele deu mais risadas. Bufei, peguei sua cueca molhada e desci até a lavanderia. Liguei à secadora e coloquei a cueca. Dentro de alguns minutos ela já estava seca. Subi ao quarto e Alex estava sentado na cama com a mão na cabeça.

- Toma, coloca sua cueca! – me virei e ele colocou a cueca

- Pronto... Eu acho que agora eu preciso de mais umas cervejas

- Cervejas Alex? – me exaltei – Vai, deita agora e dorme! – e como uma mágica ele fez o que eu disse. Peguei algumas cobertas e coloquei em cima dele. Segundos depois ele estava dormindo, incrível como alguém conseguia dormir tão rápido.

Fiquei parada o observando, ele até parecia um anjo dormindo. Quem diria que as coisas iam mudar assim, achei que ia passar uma noite triste e solitária, mas me enganei completamente. Estava começando a ficar com sono e Mari não chegava, teria que confiar nela. Escovei meus dentes e me deitei na cama. Alex estava muito gelado, então simplesmente o abracei.
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N/A: Olá meninas, gostaram do capítulo? Percebemos que algumas não curtiram muito a Mari com o Matt, mas calma que ainda tem muito chão pra essa história! Enfim, sobre os personagens nós não achamos um cara que se assemelhasse ao John, por isso depois iremos postar para vocês!
Beijos, Julia e Letícia.


7 comentários:

  1. Esse cap foi perfeitooo!!
    o que q a arielle vai fazer agora ??? dps daquela eu n tenho ideia...
    poste logo o prox cap!!
    bjbj

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  2. Que capitulo lindo!!!! Amei simplesmente.
    E essa Arielle hein? Tô começando a ficar com muito medo!!!
    Postem o próximo logo!!!!!
    Por favor por favor.
    Beijão

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  3. Capitulo incrível! hum... Arielle vai aprontar mais alguma hem? E o alex até q enfi tomou coragem pra largar aquele mala, já tinha passado da hora da sophie parar de ser a "amante"

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  4. POSSSSSSSSSSSSSTAAAAAAAAAAA O PROXIMO PFVR

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  5. Ana Carolina27/08/2013, 22:06

    Muito boooom, vcs se superam a cada capítulo! Serio, quem lê o começo não imagina que vocês iam fazer uma história dessas! Lindas <3 Sophie e Alex precisam voltar e sobre a Mari e o Matt eu n achei ruim não. Ansiosa pelo próximo. bjoooos

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  6. Eu li no mesmo dia da att mas comentar que é bom nada , né, fazer o que... Até que enfim o Alex terminou com a Arielle! Estou realmente dando pulinhos. Essa Arielle ameaçadora está me fazendo arrancar os cabelos e com certeza ela promete muita coisa no futuro da fic. Esse Alex todo bêbado no final foi a coisa mais fofa do mundo e me lembrou um pouco "Why'd you onlu call me when you're high?". Quero um ! Mesmo eu amando o Matt com a Breana, ele com a Mari nesse capítulo me surpreendeu muito e eu simplesmente amei!
    Concordo com veemência o comentário acima e desde o primeiro capítulo eu me apaixonei pela fic. A cada att ela fica cada vez mais elaborada e melhor (bom, não consigo ter um capítulo preferido porque todos são perfeitos!). Quero muito saber o que vai acontecer quando o Alex acordar... Então, espero o próximo capítulo! Beijoos e até

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    1. **"Why'd you only call me when you're high?"
      Sorry....

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