BE CRUEL TO ME (THE SECOND PART) 13: NEVER LET ME GO

ONE MONTH LATER

  Estávamos sentados no chão de seu quarto e Eliza me mostrava os sonetos que ela mesma havia escrito. Enquanto ela recitava seus favoritos, tive a impressão de que não eram muitas as pessoas que havia os ouvido. 
  - Tem um que é especial, – falou levando seus olhos até os meus – eu prometi para mim mesma que nunca iria deixar alguém o ler. É meio bobo.
  - Nada que você escreve é bobo. São seus sentimentos.
  - Mas eu acho que você iria rir.
  - Eu não vou rir. Leia.
  Eliza suspirou e tirou uma folha amassada que estava no final da agenda. Ela deu mais uma olhada em mim, respirou fundo e começou:

“Porque és tu, aquele que me tira o sono
Que me faz implorar para que nunca chegue o dia do abandono
Digno de meus beijos, ardente calor e desejo.

Agarro-me a teu peito com força para que sinta o elixir de meu amor
Para que sinta o meu imprudente e inconsciente temor
De vê-lo partir e nunca mais voltar a sorrir.

Arrancar-me o coração com tuas palavras
Não me abandone, nunca deixe a tua amada.”

     A fitei por uns segundos. Uma vontade súbita de sorrir me atingiu, mas trouxe consigo o receio da responsabilidade. Eu tinha muito medo de magoar Eliza, eu já havia feito o bastante e não podia ferrar com as coisas mais uma vez.
   - Eu sabia, é um monte de bobagem – ela disse escondendo o rosto entre as mãos.
   - Não, não é isso – tirei suas mãos do rosto – Eu não acredito que você fez isso para mim.
  Eliza deu um sorriso infantil e desviou os olhos para o chão.
   - Você escreveu uma música para mim...
  - Você nomeou uma estrela com o título dessa música...
  Ela me olhou docemente. Ela era como um anjo.
  - Você nunca me disse o que aconteceu com o CD.
  Desde que havíamos decidido ficarmos juntos, Eliza nunca tocara no assunto do sumiço que deu no CD que eu havia deixado junto com o bilhete, que mais tarde fui descobrir seus pedaços colados em sua caderneta. Quando perguntei se havia sido ela que tinha rasgado em um momento de raiva, disse que não, mas também não me falou quem foi.
  - Eu só não acho relevante – falou se levantando.
  - Ah, Eliza! Eu quero saber o que aconteceu – puxei-a pelo braço.
  Eliza se jogou na cama e fechou os olhos. Deitei-me ao seu lado e segurei sua mão.
  - Foi Dave.

Flashback on

  Quando terminei de ler o bilhete de Alexander, suspirei aliviada. Coloquei todos os pedaços dentro de minha caderneta e então, peguei os cacos do CD rachado. Ao menos se alguém meio maluco, ou até mesmo Arielle tivesse arrombado minha casa, eu sabia quem tinha feito aquilo, só não sabia o porquê.
  Desci as escadas depressa e mostrei para Lia os cacos do CD em minhas mãos.
  - O que é isso? – ela perguntou pegando George no colo.
  - Alexander deixou para mim.
  - Você está com tanta raiva dele assim?
  - Não fui eu que fiz isso.
  Ela se sentou no sofá e permaneceu em silêncio.
  - Você acha que foi Dave? – falou então.
  Sentei-me a sua frente.
  - Quem mais poderia ter sido?
  - Quem é Dave? – perguntou meu irmão.
  - Um amigo meu – respondeu Lia.
  - Eu vou até a casa dele.
  Minha amiga se levantou bruscamente quase derrubando George.
  - Eu vou com você.
  - Eu também vou! – disse George animado – Mas aonde nós vamos?
  Eu ri e peguei as chaves do carro.

...

  Falei para Lia esperar no carro com meu irmão. Eu tinha que fazer aquilo sozinha.
Apertei o número do andar de Dave, e a cada número que se passava eu ficava mais nervosa. Quando o elevador logo apitou indicando o quinto andar, as portas se abriram. Saí lentamente e avancei o corredor em silêncio. Parei na frente do quinhentos e seis e bati na porta duas vezes.
  Ele a abriu sorridente. Não podia negar, Dave era um belo rapaz. Ainda mais sorrindo.
  - Fiquei surpreso quando te anunciaram pelo interfone – ele disse.
  - Eu preciso falar com você, se não for o incomodar.
  Sua expressão se tornou um tanto tensa. Dave me deu passagem para que eu pudesse entrar.
Seu apartamento era incrivelmente claro e arejado. Nas janelas apenas uma fina cortina e o frescor se misturava ao cheiro de chá quente. Uma parede estava repleta de fotografias em preto e branco e havia uma máquina de Jukebox. Eu até pararia para comentar o quanto aquela máquina era legal, mas eu precisava focar no assunto.
  - Sente-se, por favor – ele apontou para o sofá de couro próximo a varanda – Eu acabei de fazer chá, aceita uma xícara?
  - Sim, obrigada – agradeci enquanto me sentava.
Eu não fazia muita ideia como eu iria falar, então usei o tempo de ele ir até a cozinha para ir pensando.
  Dave voltou com duas xícaras em mãos e me entregou uma. Dei um gole no líquido quente.
  - Eu acho que eu sei sobre o que você quer falar – disse Dave – Acho que devo uma explicação.
  Apenas concordei com a cabeça para que ele prosseguisse.
  Ele colocou a xícara sobre a mesa de centro, suspirou estalou os dedos das mãos e olhou para mim.
  - Quando Lia e eu chegamos a sua casa, não achamos ninguém. Então, ouvimos uma música melancólica soar do terceiro andar. Subimos e bem, você estava lá. Nunca pensei que um dia você pudesse ficar daquele jeito, quero dizer... Nunca havia conhecido alguém que sorrisse tanto como você. Vê-la daquele jeito partiu meu coração. Lia pediu-me licença para que pudesse conversar a sós – ele engoliu seco – Nisso, eu desci e vi um bilhete em cima de sua cama. Sei que não era de minha conta, mas eu o li mesmo assim. Era de Alex. Ou Alexander, tanto faz. Não sabia o que ele havia feito para implorar pelo seu perdão e a ter deixado daquele jeito. Só fiquei com receio de que você lesse aquilo, voltasse para ele e se magoasse de novo. Não podia arriscar vê-la daquele jeito novamente. Não podia deixar que você voltasse para aquele cara e ele a machucasse. Eu nunca conheci alguém como você, Eliza... – fez uma pausa - Junto ao papel havia um CD, sabia que era dele também. Eu rasguei o bilhete e quebrei o CD. Joguei no lixo no meio das outras coisas, você só iria perceber se revirasse aquilo, mas pelo visto, você revirou.
  Fiquei calada. Não estava com raiva de Dave, estava com pena. Ele era uma pessoa legal, mas eu sabia que não era ele com quem queria estar.
  - Você vai voltar para ele, não vai? – perguntou em um tom baixo.
  Deixei a xícara ao lado da sua.
  - Acho melhor eu ir agora.
  Levantei-me e fui em direção à porta. Dave se apressou e colocou-se entre a porta e eu.
  - Me desculpe – falou.
  - Dave, tudo bem. Não estou brava com você, mas eu estou com meu irmão e ele está me esperando.
  Ele balançou a cabeça em concordância e abriu a porta para mim.
  - Até algum dia – falei quando já estava do lado de fora.
Ele encostou a cabeça na soleira da porta enquanto me via ir embora.
  - Eliza – me chamou quando eu já havia chamado o elevador.
  Virei-me para ver o seu rosto.
  - Se você mudar de ideia... Eu vou esperar por você.  

Flashback off

  Apertei a mão de Eliza mais forte como se aquilo fosse a impedir de fugir daqui e correr para os braços de Dave. Não sei exatamente se gostei de ouvir aquilo. Explicava o fim do CD e do papel rasgado, mas isso só me deixou mais apreensivo em relação a nós. Eu confiava nela, mas não deixava de ter insegurança. E isso era o mais estranho.
  - Satisfeito? Eu disse que era irrelevante – falou.
  - É...
  - Está tudo bem? – perguntou apoiando seu rosto em meu peito.
  - Nada. Só me sinto melhor sabendo que sou eu que estou aqui, não ele.
  Eliza riu e encostou seus lábios nos meus.
  - Você está parecendo uma garota falando.
  Passei meus dedos pelos fios de seus cabelos e estava prestes a beija-la quando a campainha tocou.
  - Eu tenho que atender – ela se levantou e desceu as escadas correndo.
  Depois de uns cinco minutos, decidi descer para ver o porquê de Eliza estar demorando tanto.
Assim que adentrei a sala a vi junto com mais outra pessoa de costas, e não era Lia.
  - Ah, Alexander – disse quando percebeu minha presença - Essa é minha prima, Sam. Ela vai passar um tempo aqui.
  A garota se virou e sorriu para mim. Até que ela era bonita.

***


N/A: Olha só quem decidiu voltar! Hahahaha. Então, essa é uma nova fase de BCTM por isso achei importante colocar “A segunda parte” lá em cima. Espero que vocês gostem dela. Eu adoro escrever essa fanfic então, resolvi postar logo, pelo menos esse capítulo. Tomara que estejam felizes de ver Eliza e Alex de novo por aqui! E muito obrigada pelo carinho e por acompanharem os primeiros doze capítulos dela. Beijos, Bel

8 comentários:

  1. Mrs. Helders15/08/2013, 15:23

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH TÔ COMENTANDO ANTES DE LER PQ JSDBDDISKSISJJWVSKDN BCTM IS BACK, THANKS GOD!!!!
    agora eu vou ler ^_^

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  2. Some com essa prima ai pq eu fiquei insegura com esse "ate que ela é bonita" ><
    Ameeeeeeei BCTM ter uma segunda parte (que as outras não me ouçam, mas essa é a melhor fic do site junto com R U MINE")
    Aguardo loucamente pela próxima atualização), xx <3

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  3. Meu deus Bel!!!!!!!!!!!!! Levei um susto (bom) quando abri o blog e vi o capítulo, de longe esses dois me conquistaram.
    Adorei a revelação sobre o Dave, e eu não consegui ficar com raiva dele, apesar dele ter quebrado o Cd e rasgado o bilhete.

    Já esse finalzinho me deixou com gostinho de quero mais. Essa Sam pode ser uma pedra no sapato, talvez. hihihi

    Só quero mais, please, please.

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  4. "Até que ela era bonita"? ATÉ QUE ELA ERA BONITA, ALEX? ALEEEX! ATÉ QUE ELA ERA BONITA?

    ok... ok... to calma, to calma.
    Isso vai dar merda, não vai? Ai, Alex, pelo amor de dels.

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  5. AHHHHHHH ! Como é bom ter a fic de volta! Adorei o fato do Dave falar sobre o que aconteceu de uma forma natural e senti um pouco de pena dele, por ele gostar da Eliza e não ter ela... Mas quem consegue competir com o Mr. Turner né??!! Hahaha... Ok, a última frase me deixou muitoooo ansiosa sobre o que irá acontecer. Não pode!! Alex não faz isso!!! Ahhhh! Estou pirando completamente aqui. Beijooos e até o próximo capítulo :*

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  6. AAAAAAHHHHHH ELIZA DE VOLTA!!!!!
    QUE LINDO <3333
    Enfim, acalmando-me aqui: O Dave é meio chato, eu não gosto dele, tomara que ela não volte pra ele quando o Alex provavelmente fizer merda em relação à Sam, hahah (eu prevendo a fanfic)
    To muito feliz que BCTM voltou, eu amo seus personagens, amo seu jeito de escrever, amo essa fanfic inteira!!!

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  7. AHHHHHH! Não acredito que vcs voltaram! Tinha ficado tão triste quando a história terminou... Que bom que voltou! <3
    Beijos!!

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