Rockstar - Eight

Acordar na manhã seguinte foi difícil. Eu tinha medo de abrir os olhos e me encontrar em meu quarto e ter a certeza que eu passei a noite inteira tendo sonhos eróticos com Miles Kane. Mas eu também não estava a fim de acordar e me dar conta de que, sim, eu havia dormido com Miles, e todo aquele papo de me manter afastada de astros de rock havia ido por água abaixo. Por isso respirei fundo e continuei de olhos fechados enquanto minhas mãos procuravam por qualquer indicio de outro corpo na cama.
Mas eu não achei. Não tinha ninguém ao meu lado. Relutante, abri um olho só. Talvez eu estivesse passado à noite com sonhos eróticos, mas o que minha visão reconheceu não foram as paredes em tons pastel do meu quarto. Era o quarto de hotel de Miles.
Prendi meu cabelo em um coque mal feito e puxei um dos lençóis me enrolando nele. Procurei Miles no banheiro, mas ele não estava lá. Aproveitei e fiz minha higiene matinal rapidamente. O lugar era enorme, aquele tipo de hotel que os apartamentos têm de três a cinco ambientes. Conforme eu me aproximava da sala principal podia ouvir sua voz, talvez estivesse falando com alguém no telefone. E quanto mais próxima eu ficava, percebia que seu tom era sério.
Quando cheguei à sala comprovei minha tese sobre o telefonema – ele estava se despedindo – mas não estava sozinho no cómodo.
Alex estava sentado numa poltrona com o punho cruzado sob o queixo enquanto observava o chão com uma curiosidade incomum. Mas ele pareceu perder o interesse quando me viu. Seu olhar ia subindo lentamente por mim passando pelos meus pés descalços e o longo lençol branco, parando em meus olhos que denunciavam perfeitamente o fato de eu ter acabado de acordar.
Senti-me incomodada com a presença dele mais do que já podia ter sentido antes. E quase violada pelo seu olhar fixo em mim. E quando pude parar de me preocupar com a forma que eu estava vestida, vi que Alex estava completamente surpreso por me ver ali. Seus olhos estavam grandes e assustados, como se tivesse acabado de descobrir que a mulher no quarto ao lado era eu, como se a possibilidade de eu dormir com Miles fosse algo completamente errado e... inimaginável.
– Miles... – chamei baixo na esperança que alguma coisa nele me fizesse sentir segura de alguma forma.
Ele, que até então estava de costas para mim perfeitamente vestido como se fosse sair a qualquer momento, se virou e me deu o sorriso mais lindo que eu já havia recebido de alguém.
– Vic, você acordou. Que bom. – Ele parecia realmente aliviado pelo fato de eu ter acordado.
Miles passou um braço por minha cintura me puxando para si e me dando um selinho demorado.
De soslaio, vi Alex virar a cabeça para o lado com rapidez desnecessária.
– Aconteceu alguma coisa?
– Nada de muito importante, vou ter de ir para New York agora, mas estarei de volta até amanhã.
Minha expressão ainda assustada se desfez para uma de desapontamento. Eu imaginava que, pelo menos, poderíamos tomar café da manhã juntos.
– Tem alguma coisa a ver com o CD? Ou o single? – Fiz biquinho, odiava quando eu ficava por fora das coisas que estavam a minha volta.
Por breves segundos, Miles desviou o olhar parecendo ponderar sobre algo. – Também. Olha, – Ele tocou meu queixo com delicadeza me fazendo olhar em seus olhos. – eu volto amanhã pela tarde, vamos jantar juntos. Vou reserva uma mesa no Madeo. Esteja lá às 7hr, okay?
Alex ainda estava sentado na poltrona encarando o nada. E o que esse infeliz está fazendo aqui? Tive vontade de perguntar, mas eu apenas disse: – Okay. Amanhã no Madeo.
– Eu preciso mesmo ir agora. Senão perco meu voo. – Miles fez carinho na base das minhas costas enquanto mantinha o olhar preso ao meu, aquele toque me deu vontade de abraça-lo e pedir que ficasse, era difícil ver Miles ir, e aquela voz dentro da minha cabeça me dizendo que ele podia não voltar. – Vou sentir sua falta nessas horas. Quanto eu voltar vou querer muito mais do que passar uma noite com você, você não escapar de mim, Victória.
– Vou cobrar. – Dei um sorriso bobo sentindo meu coração bater mais forte. Depois de todo o tempo que se passou o que sentíamos não se foi.
– Vou chamar um táxi para te levar até seu apartamento. Assim, caso você queria, pode tomar café da manhã aqui mesmo.
– Não precisa. – Pensei em dizer, mas quem o fez foi Alex. – Eu estou indo para o Mondrian, o apartamento dela é bem próximo, posso dar uma carona.
– Valeu, Al. – Mas que merda... eu não iria a lugar nenhum no mesmo carro que o Alex, e por que, para início de conversa, ele me ofereceu uma carona? – Até amanhã, Vic.
Ele me deu mais um beijo, dessa vez, mais demorado, e quase pude me perder naquela sensação e fingir que ele ficaria comigo o dia todo.
Miles pegou a pequena mala que estava próxima à porta, já pronto para ir embora. – Boa viagem. – Disse acenando um tchau desanimado.
– Tchau.
Soltei um suspiro irritado quando a porta se fechou e fui até minha bolsa que estava no sofá à procura do meu celular. Eu queria ligar para Alison para que ela providenciasse um táxi ou qualquer coisa do tipo, mas meu iPhone estava sem bateria. Saco...
Tentei ignorar a presença de Alex naquela sala, mas era impossível quando eu sabia que seu olhar me seguia em cada passo que eu dava. Continuei mexendo na minha bolsa até encontrar meu carregador, eu sempre o levava comigo para emergências do tipo. Conectei o aparelho na tomada e ligue para recepção do hotel para fazer o pedido do café da manhã. Alex havia me oferecido uma carona, mas pelo pouco que eu o conhecia sabia que não teria paciência para me esperar.
Voltei para o quarto e tomei um banho bastante demorado, sequei meu cabelo, fiz uma maquiagem leve, coloquei minha roupa, peguei meu colar no criado-mudo e coloquei na bolsa... tudo isso da maneira mais lenta possível. Eu tinha certeza de que quando eu voltasse à sala a encontraria vazia.
Mas Alex estava mesmo a fim de estragar o meu dia.
Bufei teatralmente e me sentei à mesa que já estava posta com o café da manhã.
– Não adiantou.
– Hum? – Deu um gole no meu suco de laranja.
Alex se levantou e se sentou de frente para mim. Pegou do meu prato uma das torradas que eu havia acabado de passar geleia.
– Esse seu showzinho de ficar enrolando para se arrumar, durou exatamente uma hora e vinte minutos e eu só vou sair daqui com você.
– Não sei por que perde seu tempo.
– Acredite, não é perca de tempo. – E lá estava aquele sorriso intrigante em seus lábios mais uma vez.
Concentrei-me na minha refeição – completamente saudável, enquanto Alex comia uma tigela de cerais e uma fatia de bolo de chocolate. Como ele conseguia manter um corpo perfeito comendo tantas calorias assim só no café da manhã? – e fiz o meu melhor para ignorar o ser humano sentado do outro lado da mesa.
Quando saímos do hotel era mais de onze horas da manhã. O Audi preto de Alex nos esperava estacionado em frente à recepção. Sentei-me ao banco do carona em silêncio e me sentindo completamente errada por estar ali. Por quase todo o caminho o único som existente era o que saia do rádio, King of Leons. Eu me limitava em cantar baixinho as minhas músicas favoritas tamborilando os dedos em meus joelhos. Passamos pelo Mondrian e Alex continuou pela principal por mais um quilômetro parando na divisão da pista.
– Para onde?
– Aqui mesmo. – Alex deu uma espiada pela janela e pelo retrovisor.
– Não vejo nenhum prédio aqui que não seja comercial, Bodini.
– Eu sei, mas é aqui que eu fico. Posso muito bem chegar ao meu apartamento sozinha. – Fiz menção de abrir a porta, mas Alex foi mais rápido a trancando. – Alex abre essa porta.
– Não, eu disse ao Miles que eu ia te levar até seu apartamento, e você não vai sair desse carro até que esteja lá.
– Alex, por favor, não vamos agir como crianças, abre a porta.
Ele nada disse. O silêncio durou por pelo menos cinco minutos e nenhum sinal de Alex me deixar ir, por fim me dei por vencida. – Esquerda. E quando chegar na Avenue of Star vire a primeira esquerda de novo.
Turner me deu um sorriso vitorioso dando partida.
Não demoramos a chegar. Alex parou em frente ao meu prédio, mas não destravou as portas, ao invés disso senti sua mão repousar levemente sobre minha coxa. Seu olhar continuava perdido olhando para além da rua.
– Obrigada pela carona, eu... – comecei, mas logo fui interrompida.
– Você dormiu com ele.
– O que? – Não escondi o espanto em minha voz.
Os olhos de Alex encontraram os meus com uma intensidade desconhecida. Eles me repreendiam como se eu estivesse feito algo de errado. Eu sentia sua mão, ainda em minha coxa, um tanto quanto tensa.
– Por que você fez isso, Bodini?
– Alex, eu... Hã? – Forcei a porta tentando abrir, mas nada. – Olha, eu tenho mil coisas para fazer, eu preciso ir embora.
Ele soltou uma risada fraca e aquela expressão tensa se foi como se nunca tivesse existido em seu rosto.
– Você é mesmo incrível, não consegue não ser o centro das atenções, não? Eu aposto que você está em alguma capa de revista. Quer apostar? Eu vou andar por dois quarteirões e se eu não achar nenhuma revista com alguma foto sua com o Miles na capa, eu faço o show de graça. Se eu encontrar...
– Eu não tenho tempo para os seus joguinhos.
– Se eu encontrar você passa uma noite comigo. – Disse assim, tão cara de pau como se eu nem mesmo o tivesse interrompido.
– Você é detestável, Alex. – minha voz expressava nojo. – Me deixa ir embora. Eu não tenho tempo pra você.
– Tenho certeza que se fosse o Miles você teria todo o tempo do mundo para ele.
– Qual é o seu problema? Por que você se importa tanto com o fato de eu ter dormido com ele? – Eu praticamente gritei.
Alex ficou estupefato, como se aquela afirmação fosse algo que ele não quisesse ouvir de verdade.
Eu mesma consegui destrancar o carro e abri a porta.
Saí sem olhar para trás. Passei correndo pela portaria e só parei quando cheguei ao elevador que para minha sorte estava parado no térreo. Abri minha bolsa na procura pela minha chave quando sentir o aroma do perfume do Alex, talvez tenha ficado grudado em mim. E se fosse isso, eu tomaria um banho mais rápido possível, eu estava com ódio dele, e queria me esquecer da sua presença no mundo.
Porém senti uma mão envolver meu punho com certa determinação me puxando de encontro ao corpo num encaixe perfeito, eu não queria me virar e constatar que era Alex me abraçando, eu queria poder abrir os olhos e ver que estava a salvo em qualquer outro lugar, porque era exatamente assim que me sentia na presença de Turner, em perigo.
Suas mãos foram para meu quadril me virando enquanto ele me imprensava contra a parede do elevador e me beijava. Assim, sem mais nem menos. Seus lábios tocaram os meus com uma precisão exata, os moldando para o beijo que eu não queria dar, mas eu não sabia como parar aquilo. E quando nossas línguas se tocaram eu segui o ritmo que ele impôs a mim.  Seus dedos dedilhando a lateral do meu corpo enquanto eu desistia da sanidade e cruzava meus dedos em sua nuca fazendo questão de bagunçar seu cabelo cuidadosamente penteado.
Eu sentia seu corpo cada vez junto do meu, seu toque não precisava ser ousado para me fazer entrar em êxtase, ele só precisava... me tocar. Seus dedos correndo pelos meus braços, subindo até minha nuca onde ele juntava meu cabelo e o puxava sem medir força me obrigando a pender a cabeça para o lado para que ele pudesse beijar meu pescoço. Nosso tempo estava acabando, logo o elevador chegaria ao meu andar e eu não queria. Talvez fosse a sensação que ele me causava, mas eu não queria que Alex Turner afastasse seu corpo do meu. E quando a voz robótica avisou que estávamos chegando no 23º andar, Alex soltou um “fuck” e por poucos segundo uma de suas mãos me deixaram. E quando o elevador parou, e me dei conta de que ele o havia travado. Turner desceu suas mãos até minhas coxas me dando impulso para cruzar minhas pernas em sua cintura. E eu o fiz. Sem pensar na merda que eu estava aprontando, sem pensar nas complicações que eu teria por conta dos meus atos, sem, simplesmente, pensar em porra nenhuma. Desci minhas mãos até seus ombros os arranhando por cima da camiseta de malha preta que ele usava. Meus lábios soltava um ruído que vinha do fundo da minha garganta, e eu precisei mordê-los para abafar o som. Ainda com seu rosto próximo ao meu pescoço, Alex soltou uma risada fraca, antes olhar em meus olhos. Ele sorria, um misto de excitação e felicidade que eu nunca havia visto naqueles olhos negros. Turner começou a distribuir pequenos beijos por toda a extensão do meu colo, mas eu não queria sua boca longe da minha. Puxei seu cabelo e aproximei nossos lábios para dar uma leve mordida no seu inferior, seus dedos pressionaram minha bunda enquanto ele empurrava seu quadril de encontro ao meu.
Alex não estava a fim de apenas uma troca de beijos no elevador, eu podia ler em seus movimentos, em seus toques. E o que eu queria? Eu não sabia o que dizer. Porque uma parte gritava desesperada me pedindo que o levasse até o meu apartamento. E outra tentava me lembrar de que aquele era Alex, o cara que quase fudeu a minha carreia, porém o vestígio da minha sanidade me lembrou de Miles, e meu coração bateu desesperadamente, eu não poderia dar continuidade aquilo.
Coloquei minhas mãos em seus ombros o afastando levemente enquanto descruzava minhas pernas de sua cintura.
– Alex... Eu não... isso – eu não sabia o que dizer, não conseguia expressar meus argumentos. – Para! – Ele deu um passo para trás, para olhar bem em meus olhos por meio segundo, colocou aquele sorriso bobo no rosto tentando se aproximar de novo.
– Bod- mas eu o cortei.
– Não, eu não... O Miles. – Soltei quase num sussurro.
Alex, então, deu uma gargalhada alta. – Tá me zoando né, Bodini? O quê que tem o Miles?
Deixei meu queixo cair, chocada. – Como assim o quê que tem? Miles é o seu melhor amigo, e você sabe o que aconteceu noite passada.
– Que sentimental. – Ele soltou debochado. – Não vai me falar mesmo que você tá levando a sério a noite que vocês passaram juntos. Justo você? Se fosse o Miles com esse papo, mas você Bodini? Você não pode ser tão burra. – O olhei assustada, não fazia ideia do que ele realmente estava querendo dizer com aquilo tudo. – O que você pensou, que iriam voltar ou coisa do tipo?
– Eu não...
Mas que droga, por que ele tinha de ser tão detestável?
– Você mostra o qual ingênua você é ao acreditar numa casual viagem até New York. Pensei que você fosse mais esperta. – Ele destravou o elevador. – Seu andar, sai logo.
E eu saí, como uma garotinha desorientada que obedece aos mais fortes.

* * *

Por volta de 3hr da tarde, liguei para Alison e pedi que desmarcasse todos os meus compromissos do dia. Procurei meu celular na bolsa, mas não o encontrei. Liguei para o Raffles L'ermitage e perguntei se o haviam encontrado no flat onde eu fiquei, porém também não estava lá. Eu queria ligar para Miles, conversar com ele só para ter certeza que tudo o que Alex havia insinuado era uma completa idiotice.

Meu telefone tocou, e eu levei dois longos minutos para decidi se atenderia ou não, mas quando olhei na bina e vi que era da recepção do condomínio decidi que não poderia ser nada que deixasse meu dia ainda pior.
– Alô.
– Senhorita Bodini, há uma correspondência para senhorita na recepção, posso levá-la a senhora?
– Ah sim, por favor.
Levantei-me da cama onde eu estava atirada desde a hora que eu havia chegado e coloquei o café para passar. Não demorou muito para o mensageiro, que eu ainda nem sabia o nome, tocar a campainha com a minha entrega; era um pacote pardo com as minhas iniciais, não havia remetente. Deixei o pacote na bancada, e fui tomar o banho que há tanto tempo eu desejava. Não me preocupei com o tempo que eu fiquei sob a água quente da minha banheira. Eu poderia dormir ali se fosse mais confortável. Depois de quase uma hora ali deitada, meu telefone voltou a tocar e eu me amaldiçoei pelo fato de não trago o aparelho comigo. Me enrolei no roupão indo até a cozinha.
– Oi?
– Victória, posso saber onde você se meteu? – Era Laura.
– Não posso sumir nem por um dia?
– Não, não pode. E por que está deixando o celular desligado?
– Acho que perdi. – Peguei uma caneca enchendo de café e dando um grande gole. – Não está em lugar nenhum.
– Estou desde ontem te procurando, passei ai, mas o recepcionista disse que você não estava.
– Eu saí. – Minha cabeça doía um pouco. Fiz careta, abrindo o armário para pegar uma aspirina. – Mas o que houve?
– O dono do clube que alugamos para o IMF não quer ceder o lugar para data. Parece que outra pessoa alugou o espaço.
– Mas já não temos o espaço alugado desde o início do mês?
– Hum... então. Houve um probleminha.
– Como assim houve um probleminha? – disse alterada. – Eu te deixei encarregada disso há semanas, Laura.
– Eu sei Vic, mas eu não estava conseguindo falar com o proprietário. Me desculpa, mas eu já estou vendo outro lugar, talvez onde o Coachella – a cortei antes mesmo de completar o raciocínio.
– Nem pensar. Primeiro não há outro lugar em que o Indie Music Festival possa ser realizado, e segundo os nossos principais concorrentes são o Lollapalooza e o Coachella. Não podemos simplesmente usar o mesmo lugar. – Bufei. – E ele falou quem alugou o espaço?
– Não queria, mas acabou deixando escapar. O nome da pessoa era Vandenberg, alguma coisa Vandenberg.
– E para que alugaram?
– Não sei, Vic. – Ela ficou em silencio por um bom tempo. – Me desculpa.
– Arrume o contado dessa pessoa-
– Mas, Vic. Eu não sei quem é...
– Não interessa, coloca a Meanna nisso também, eu preciso saber quem é e fazer alguma coisa. O evento já foi divulgado, e não podemos simplesmente desmarcar.
– Tudo bem.
– E Laura... – chamei antes de desligar. – Não se esqueça; por enquanto, ninguém pode saber que o Oasis vai tocar. A participação deles será anunciada uma semana antes do evento. Acho que nem o Arctic Monkeys devia ter ficado sabendo disso.
– Não é como se eles fossem usar isso contra você de alguma forma, Vic. E sim, pode ter certeza que ninguém ficará sabendo disso.
Desliguei o telefone e contei até três. Eu não podia acreditar em tudo o que estava acontecendo, tinha alguma coisa errada com a ordem do universo. Senhor...
Terminei meu café e avistei o envelope que eu havia recebido, mas que merda será que aquilo é?
Abri o pacote e na mesma hora me dei conta de que era uma revista. Só podia ser brincadeira... Na capa estava eu e Miles nos beijando no corredor do hotel. Mais abaixo, numa caligrafia torta, estava escrito:

Nos vemos amanhã à noite, então.

Tinha um tipo de piada sem graça ali. Por vários motivos, principalmente pelo fato de Miles ter marcado de nós dois sairmos amanhã. Joguei a revista no lixo, peguei uma garrafa de álcool derramando o conteúdo na lixeira e taquei fogo.

* * *

Passei a manhã trancada no escritório com o proprietário do clube tentando qualquer tipo de negociação, mas o meu dia foi completamente perdido. Ele simplesmente não aceitou nenhum tipo de proposta, nem mesmo quando ofereci comprar o lugar na hora, ele disse que não podia porque nosso documento estaria valido a partir do mês seguinte, apenas. Minha última opção era descobrir quem infernos era Vandenberg e subornar a pessoa de todas as formas possíveis. Mas quando se joga Vandenberg no google as opções de pesquisas não são muito favoráveis. Não acreditava que alguém da base da força aérea tivesse alugado o lugar, nem que o ex-guitarrista do Whitesnake tivesse o feito.
Quando dei por mim, já se passava das cinco da tarde e eu estava perdida em Bel Air, e nem me pergunte o porquê.
Dirigi o mais rápido possível até meu apartamento para me arrumar. Optei por um modelo básico da Gucci que foi o primeiro que eu vi pela frente. Procurei em minha bolsa o colar que Miles havia me dado e o coloquei, eu estava encantada por ele. Quando consegui sair do apartamento já era quase 7hr. Preferir ir de táxi pelo fato de possivelmente não voltar para casa.

– Boa noite. Tenho uma mesa reservada no nome de Kane, Miles Kane. – disse ao chegar no Madeo.
– Senhor Kane?
– Exatamente. – O recepcionista deu mais uma olhada no computador, sem resultados positivos. – Tente meu nome; Bodini, Victória Bodini.
– Ah, sim. Está no nome da senhora. – Ele me deu um sorriso simpático. – A mesa tem uma vista maravilhosa, tenho certeza que vai adorar. Vou lhe acompanhar.
O segui até a área superior do restaurante onde ele abriu uma grande porta de vidro para entrarmos numa sacada que tinha vista para as luzes da cidade. Lá tinha apenas uma mesa, do lado esquerdo um sofá de dois lugares e outro lado duas poltronas. Era realmente um lugar lindo e eu havia gostado do fato de termos o máximo de privacidade possível que se pode ter em um restaurante. Ele puxou a cadeira para que eu me sentasse e colocou o menu em minha frente.
– Muito obrigada.
Não havia sinal de que Miles já houvesse chegado, e quando perguntei pelo meu acompanhante, o garçom confirmou minha tese. Dei uma olhada no cardápio me perdendo nas opções de massas. Dava água na boca só de ler.
Ouvi a porta se abrindo e sorri impulsivamente. Miles estava chegando.
– Boa noite, Bodini. – Mas quando levantei meu olhar, a pessoa a minha frente era ninguém menos que Alex Turner.

Continua...
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N.A.: Olá, olá. Olha só eu por aqui de novo, acho que essa foi a atualização mais rápida que eu já fiz. HAHA!
Essa semana eu assisti ao filme Scott Pilgrim vs The World e não consegui não fazer comparações idiotas entre a Victória Bodini e a Ramona Flowers e entre o Alex e o Scott, kkk’ Eu sei, viajei feio, mas tive que compartilhar isso com vocês.
Bom, não vou ficar enchendo linguiça, porque preciso dormir o mais rápido possível.
Bye, bye ;*

In this room of darkness I ain't undercover, that won't stop my prowess rubbing off on to another. Elevating higher as my body's moving lower, now I've reached my element you better move over oh ♫♪




10 comentários:

  1. MUITO BOM!!!! Esse Alex é um safado mesmo ne
    Adorei! Hehehehe

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  2. PARA TUDO PARA TUDO PARA TUDO! Meu Deus, que capítulo perfeito foi esse???????
    Então quer dizer que o Senhor Kane provavelmente não foi a Nova York para fazer negócios? Alex é um ciumento e um fofoqueiro, hã???
    E como COMO cOmO C-O-M-O alguém consegue resistir a uma pegação com Alex Turner???? Hahahahahahaha
    Só quero ver no que esse jantar vai dar (e eu espero que dê em algo bom).
    Cada vez mais apaixonada pela fic.
    Beijos.

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  3. Yaaaaaaaay, atualizações rápidas aquecem meu coração, hahaha.
    Primeiro, eu queria dizer que li o outro capitulo e curti, mas meio que imaginei o Miles como outra pessoa, porque na minha cabeça, ele sempre vai ser mais afeminado que masculino, mesmo que eu o adore.
    Esse capitulo, porém, foi meio surpreendente. Eu não esperava que um beso caliente acontecesse, mas gostei muito da forma como ele veio a acontecer! Sério. É um dos meus capitulos favoritos até agora e to MEGA CURIOSA. :)

    Beijos, Lairitcha

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  4. Primeiramente, eu gostaria de dizer que estou cada dia mais ansiosa pelo andamento da tua história, ela é tão envolvente, empolgante, me da uma sensação tão prazerosa de ler. Os capítulos são grandes, bem explicativos que nos fazem estar ali, na cena, observando tudo ao lado.
    Bem, ao mesmo tempo que eu esperava alguma filha da putagem do miles, eu não esperava. Quando ele estava na sala com o Alex e disse que iria pra NY e depois não quis contar o verdadeiro motivo pra Victoria, já percebi uma irregularidade. Espero, que ele não parta o coração dela, porque me apeguei tanto nesta personagem, que se algo de ruim acontecer com ela é capaz de eu chorar.

    O que foi o pega do Al com a Vic no elevador? (tenho um fetiche sexual, meu sonho é transar em um elevador)acho que eu senti umas pontadas de excitação em mim por imaginar a cena. Alex é mesmo habilidoso huh? hahahaha Sempre sabendo como deixar uma mulher louca e ceder facilmente a seus encantos. Mas quem é a louca de não responder aos próprios desejos quando o assunto é Alex Turner?
    Amei a ironia do Turner, imaginei até a cara dele de cínico dizendo pra Vic "– Que sentimental. – Ele soltou debochado. – Não vai me falar mesmo que você tá levando a sério a noite que vocês passaram juntos. Justo você? Se fosse o Miles com esse papo, mas você Bodini? Você não pode ser tão burra. –''

    Adoro esse jeito que você explora a personalidade da nossa protagonista. Ao mesmo tempo que ela é poderosa e centrada, ela é uma garota com um coração enorme que sofre com o amor, digamos de passagem. Espero que ela de um trato no Alex e o faça comer na mão dela #TeamVictoria

    E por fim, achei genial a ideia de usar a Vandenberg. Creio que causara sérios problemas com a Vic! E já até espero ela surtando quando souber quem é.

    Aguardo pelo próximo haahahahhahaha to morrendo de ansiedade!

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  5. Meu Deus do céu, se eu fiquei louca com o capítulo passado, eu posso dizer que esse quase me matou beleza. Esse Alex bipolar é algo extraterrestre de sexy... E quase pulei da cadeira ao ler o sobrenome da Arielle como a pessoa que "roubou" o lugar! Agora ainda vem esse jantar que eu sinto que promete.
    Sério, eu tô cada capítulo mais apaixonada pela história, e com o tempo ela fica ainda mais interessante e empolgante hihi IMPLORO pelo próximo capítulo, POR FAVOR <3

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  6. Helena Hartin15/07/2013, 18:37

    omg me apaixonei demaaaaais por essa fic, o que foi aquela pegação com lelex? omg muito ansiosa pra ver o que vai dar desse jantar hahahah ~teamturner~ uahsuahsauhsuashahs

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  7. Sedenta por mais, esse capítulo foi... indescritível!

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  8. Eu amo essa fanfic, fico com gostinho de quero mais a cada vez que termino um capítulo. Seria simplesmente perfeito se o próximo capítulo fosse com o POV do Alex, sabe, pra saber como ele se sente com tudo isso :3... Morrendo por mais dessa fanfic perfeita!

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  9. Ameeeeeeeeeeei, amei, esse capítulo está perfeito do início ao fim.
    Li duas vezes sem parar, e eu amo como você deixa ele bem grandão, que é pra gente ler devagarinho rezando pra não acabar!

    Não deixei de pensar o quanto gosto da Vic e do Miles, mas a tensão entre Vic e Alex está batendo à minha porta e pôxa vida, essa cena do elevador!
    Além de me surpreender me deixou de queixo caidinho.
    "Ele destravou o elevador. – Seu andar, sai logo.
    E eu saí, como uma garotinha desorientada que obedece aos mais fortes."
    SOCORRO!!1

    Laira seu nível de escrita é tão envolvente e acolhedor, eu sinto como se entrasse de cobertor e com uma xícara de café quentinho na sua fic, e observasse tudo fazendo caras e bocas.
    Pra resumir este comentário absurdo, é uma delícia e está se tornando ainda mais gostoso ler essa fic.

    O que será Miles foi fazer em NY?? Miles seu lindo, não quebre o coração da Vic.
    E esse Alex enciumado, meu Deus, desde o apartamento eu fiquei prendida nos detalhezinhos que você soltava da reação do Alex ao saber da noite entre Miles e Bodini. Parabéns pela cena do carro, achei incrível e dei vivas pois me prendeu muito!

    Simplesmente tô amando tudo.
    Ansiosa!
    Bjs Laira!

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  10. E nesse capítulo ela prova que já não é mais tão apaixonada pelo Miles (ela só acha que ainda é). O modo como ela ficou perdida nos braços do Al no elevador...ela não fez nada demais com ele, mas ficou num estado de êxtase maior do que por ter transado com o Miles #PrestençãoBodini
    Adoro o Alex safado assim. É demasiadamente sexy (6'

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