You & I, Capítulo 08: The last thing I thought was friendship

Depois do beijo, ambos ficamos sem reação, até o momento em que um cara entrou no estúdio com um carrinho de limpeza. Ele fingiu que não estava acontecendo nada demais, pediu desculpas e estava se retirando quando Alex disse que nós já estávamos de saída. E ele resolveu me dar uma carona pra casa. Eu estava muito sem graça, mal conseguia olhar pra ele. Foi tão intenso que eu não conseguia ficar descontraída. Eu estava dura igual a uma pedra no banco, e Alex parecia uma estátua com as mãos no volante. Pra tentar relaxar o ambiente, ele ligou o rádio em uma estação aleatória, e para nossa surpresa estava tocando Stuck On The Puzzle. Não consegui me conter e comecei a rir, e ele me acompanhou com sua risada rouca, que me deu vontade de parar só pra ouvir. Ele desligou o rádio.

— Para quem você escreveu essa música?
Perguntei, levando minha mão ao rádio novamente, e ele a retirou me lançou um olhar de negação.
— Oliver.
Ele riu da minha cara de incredulidade.
— V-você escreveu para um cara, Alex?
— Ah, Victória, só você mesmo. Essa música, e outras, escrevi para a trilha sonora de um filme. Submarine, já ouviu falar?
— Ah, eu acho que já li o livro. Esse Oliver é o da Jorndana, certo? “My name is Oliver Tate...”
Sussurrei.
— Sim, esse mesmo.
— Ela é linda. A música. Mas você... se inspirou só na história, ou teve um outro alguém por trás?
— Quantas perguntas, Vic.
Ele falou em um tom calmo, como se estivesse pensando em algo, e baixou o olhar.
— Você nunca escreveu nada para mim.

Alex olhou para mim com as sobrancelhas erguidas  e sorriu, deu um beijo na minha bochecha e continuou dirigindo. A cada momento estávamos mais perto da minha casa. Eu ainda estava tentando me recompor do que tinha acontecido no estúdio, quando ele parou o carro do outro lado da rua. Me olhou, e eu vi que tinha que falar alguma coisa.

— Desculpa, desculpa ser intrometida assim. – disse com um fiapo de voz.
— Não precisa se desculpar, você está certa. Ficamos tanto tempo sem nos ver, há muitas coisas que ainda não sabemos sobre o outro.
— Da minha parte, poucas... Minha vida é bastante parada.
— Vem, vamos subir.

O silêncio voltou. Eu sabia o que queria fazer, beijá-lo com todas as minhas forças, e nunca mais parar. Mas era só eu pensar nisso que vinha Arielle em minha cabeça. Mas ele não pensou em Arielle no estúdio, por quê eu deveria pensar agora?
Entramos no prédio, e ficamos no saguão esperando o elevador. Assim que as portas se abriram, entramos em silêncio. Alex passou um dos braços pela minha cintura e em um impulso passei minhas mãos pelo seu pescoço e o beijei. Senti as mãos dele passando por de baixo da minha blusa, fazendo-me sorrir de prazer só com seu toque. Quando ele começou a beijar meu pescoço com uma intensidade louca, não consegui reprimir o gemido que escapou de meus lábios. Puxei o seu cabelo e trouxe sua boca de volta à minha, e continuamos naquele ritmo acelerado. Estávamos de um jeito que parecia que iriamos entrar um no corpo do outro. Paramos pra respirar e Alex começou a rir. Risada maravilhosa da porra.

— Você não sabe quanto tempo eu imaginei isso, Victória.

Ouvir aquilo da boca dele, fez eu me arrepiar por completa. Ele desejava aquilo tanto quanto eu.
Minha testa e meu nariz encostavam-se ao de Alex. Minhas mãos descansavam em seus ombros, e as deles apertavam levemente minha cintura. Nos beijamos de novo, com mais calma, e eu sentia as carícias no meu cabelo, eu sentia ele sorrindo durante o beijo. Senti a mão dele deslizando pelo meu corpo, e os pelos da minha nuca se eriçaram. Passei a mão em seu cabelo, o bagunçando mais ainda. Nossas respirações eram calmas e sincronizadas.

— Vamos.

Alex me deixou ainda mais surpresa quando segurou a minha mão me deu um beijo na bochecha. E pela centésima vez eu sorri pelo prazer de ver o meu Alex ali. Assim que entramos no corredor, entrei em choque quando vi Danilo sentado na escada da porta do meu apartamento. Olhei para Alex e ele estava com um sorriso bobo nos lábios. Eu tinha menos de três metros pra pensar no que fazer, mas uma ideia não veio. Danilo fumava, e ele apagou o cigarro no pequeno corrimão de pedra. Ele se levantou, e sua cara se enrugou em questionamento ao fato de minha mão estar presa a de Alex.

— Hãn.. Danilo esse é o...
— Alex Turner, sei quem é – disse Danilo estendendo a mão, que Alex apertou com relutância.
— Alex esse é o Danilo...
— Amigo da Natalie né? – ele perguntou, com a cara amarrada.
— Sim.

Respondi com a voz fina de nervosismo

— Olha Victória – me deu um aperto no peito quando ele pronunciou meu nome com aquele tom de decepção. Tudo bem, que já havia sentido o mesmo de Alex, toda vez que o via com a ruiva, mas, mas... Ah, droga! — Matt entra em contato com você, ok?

Sem esperar por resposta, saiu andando em direção ao elevador.
Fiquei olhando pras suas costas enquanto se afastava. Péssima hora Danilo!

— Ele é seu namorado? – perguntou Danilo descaradamente
— Não – minha garganta estava seca — ele é só meu amigo.
— Ele pareceu com ciúmes, chateado, ou sei lá.
— Impressão sua, mas o que te traz aqui essa hora?
— Esqueceu que te liguei avisando que viria buscas minha jaqueta?
— É, esqueci! Vamos entrar, eu pego pra você

Depois de ter dado a jaqueta à Danilo, deitei no sofá com um copo de whisky e ele sentou em seguida pondo minhas pernas sob seu colo.
Ele deve ter percebido que eu não estava muito bem e que havia algo entre eu e Alex, pois desde que chegou não tentou nada, além de um beijo em minha testa.
Danilo fazia um carinho gostoso na região das minhas panturrilhas e fumava compulsivamente.
Era daquilo que eu precisava. Um cigarro. Minha mãe me mataria se soubesse, pois já havia três anos que eu não colocava nicotina na boca. Mas, só ela me acalmaria.

— Dani... Me dá um cigarro.
Sentei ao seu lado, e pousei minha cabeça em seu ombro.
— Não sabia que você fumava.
— Mas eu não fumo, não mais. Só que agora eu preciso.
Ele me olhou e balançou a cabeça negativamente com um olhar de “Nem pensar.”
— Ai, Danilo, me dá essa porra logo.
Ele sorriu maliciosamente, e lembrei que tinha de cuidar o que falava pra ele, pois tudo naquela mente envolvia sexo — seu idiota, anda, me dê isso aqui.
Danilo acabou se rendendo e acendo um cigarro para mim. Traguei aquilo o máximo que pude, e senti meus pulmões serem preenchidos. Danilo me olhava enquanto fumava o seu também. Soltei a fumaça em direção à sua boca, e ele fez o mesmo. Fazendo nossos rostos se aproximarem, e o cheiro de nicotina ficar mais forte. Ele mordeu meu lábio inferior.
— Danilo...
— Fala.
Ele deu um beijo em meu ombro, e me olhou.
— É que hoje, hoje não dá. Eu não consigo.
— Por causa do Turner?
Assenti.
— Quer que eu vá?
— Não! Não... eu ia pedir pra você dormir essa noite aqui. Mas só dormir, me fazer companhia, se é que me entende.
— Não precisa se preocupar. Eu fico com você aqui, sim. Juro que me comporto. Só que eu estou faminto, - eu o fuzilei com os olhos, e ele riu - de comida, Vic...
— A cozinha é logo ali, abusado.
— Mas antes, vamos em alguma locadora de filmes?
— Já sei até qual eu quero pegar.

*
— “Songs by Alex Turner”, sério mesmo, Vic?
— Eu ainda não vi esse filme, só li. E nem é pelo Alex... é uma história legal.
Ele me olhou como se dissesse “É claro que é por causa dele.” E talvez fosse, mas de qualquer jeito, eu queria Submarine.
— Tá bom, fazer o quê.
— Não vai ficar chateado, né? - Danilo começou a rir.
— É claro que não, também quero assistir.

*
O filme já havia acabado. Confesso que chorei, mas não sei direito se foi mais pela história ou por causa daquela maldita trilha sonora.

— Agora me conta sobre esse cara, qual é a de vocês dois?
— Eu e o Alex nos conhecemos há muito tempo Danilo. Mas a gente perdeu o contato, e nos reencontramos a quase um mês, mais ou menos. E nesse pouco tempo já aconteceu muita coisa. E é tudo tão complicado.
—  A maioria das coisas não são complicadas. Você já pensou que vocês estão complicando?
— Bem – pensei um minuto nas palavras de Danilo – acho que eu não estou complicando nada. As coisas podem ser naturalmente complicadas.
— Me explica como.
— Bem, primeiro sempre tem alguma coisa no caminho, impedindo de dar certo.

E era verdade. Primeiro o fato de Alex só ter tentado alguma coisa no dia em que fui embora. Depois Arielle, e Danilo também havia se tornado uma “coisa no caminho” quando eu e Alex demos de cara com ele na minha porta.

— Então quer dizer que definitivamente rola um sentimento.
— Claro. – fiz uma careta, admitir meus sentimentos por Alex em voz alta era no mínimo estranho – e o que deixa tudo complicado é o fato de rolar um sentimento da parte dele.
— Isso não deveria facilitar?
— Não quando ele tem uma namorada. E... não é fácil Dani. Às vezes sinto as mesmas coisas que eu senti quando era adolescente. Eu queria que desse certo, mas acho que só dá certo na amizade.
— Quando vi vocês juntos a última coisa que eu pensei foi amizade.




n/a: Sim, esse capítulo foi bem curto. É que depois desse D&V, era pra ter POV Alex, mas decidimos postar ele na terça ou na quarta. Pois ainda não terminei de escrever, e quero um POV que demonstre bastante os sentimentos de Alex, e pra isso necessito de um tempinho à mais.
E cara, vocês são umas lindas, sério! Ficamos encantadas com os comentários do último capítulo. Obrigada mesmo! 
E esperamos que vocês tenham gostado desse, mesmo sendo pequeno. Por isso pedimos que comentem, para sabermos as suas opiniões, elogios, e críticas.

Beijo!

6 comentários:

  1. Helena Hartin09/06/2013, 20:28

    aaaaaainnnn gente, que fofura *----* sinto uma amizade vindo hein? uahsuahusas muito amor prum capitulo só s2 amando demais, faz tempo que não leio algo tão bom

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  2. Que capitulo lindooooo! submarine e sua soundtrack são meus preferidos pq sera? hahaha ai tadinho do Alex deve ter ficado nada frustado hein? To louca pra ler o pov dele. Mais uma vez, vcs arrasaram kkkkk beijoss

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  3. Eu acho o Danilo um fofo! Adoooooorei o capítulo e to esperando ansiosa pelo POV. Essa fic é linda demais, beijos

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  4. Que lindo capitulo! Amei demais! Ansiosa pro próximo capítulo! Não demorem, hein.

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  5. Essa fic é tão, mais tão fofa <3<3<3
    Quando é que esses dois vão se acertar, hein?
    Quero muito esse POV do Alex pra saber o que se passa nessa cabecinha linda :)
    Ansiosa pelos próximos capítulos!

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  6. Tadinho do Danilo, foi friendzoneado. Não que eu estivesse torcendo por ele, mas... ;)

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