You & I, Capítulo 03: I want to kiss you


Eu acordei feliz pelo simples fato de já ser sexta-feira e a semana ter passado voando.
Estava a caminho de casa, eM um táxi. Não tive muitos trabalhos , por isso resolvi fechar o estúdio mais cedo pra dar tempo de me arrumar e ir em uma festa aí, que Natalie havia me convidado.
O trânsito estava um inferno, mas assim que consegui chegar em casa fui direto para o banho.
Coloquei uma leggin imitação de couro, uma camisa branca e um casaco em xadrez. Calcei meus sapatos, deixei meus cabelos soltos, como a maioria das vezes, fiz uma maquiagem para noite, mas nada muito extravagante. Peguei minha carteira e meu celular, e quando estava saindo do meu apartamento, recebi uma mensagem de Matt. Perguntando como eu estava, e contando que havia feito “às pazes” com Breana, a namorada dele que ele diz ser louco para me apresentar, e eu claro, louca para conhecê-lá.
Desde quando nos vimos pela última vez, ficamos assim, trocando mensagens quase todos os dias. Afinal, ele foi e sempre será meu melhor amigo. E ainda não deixou de ser aquele Matthew conselheiro, e que às vezes da uma de meu pai.


A casa noturna estava lotada, completamente insuportável de andar lá dentro. Assim que avistei Nat conversando com o seu namorado, fui em direção dela.


— Psiu – toquei seu ombro, ela se virou sorrindo e me abraçou.
— Que bom que veio, meu anjo!
— Não sou louca de recusar um convite seu, menina. E aí Jake! - cumprimentei Bugg com dois beijos no rosto. Sim, Jake Bugg. Natalie laçou o gato quando foi em um show dele, e deu um jeito de ir no camarim, pois ela era fã de Bob Dylan e estava apaixonada pelo som do garoto.
— Hey Vic!
— A Nat me mostrou sua música nova, está de parabéns, hein cara.
— Valeu!
— Bom, vou pegar uma cerveja e curtir a noite.


Com a minha D&B em mãos, fui para a pista e comecei a me soltar acompanhando o ritmo da música. Já fazia três ou quarto músicas que eu estava ali. Assim que começou a tocar "Lonely Boy" do The Black Keys, todos começaram a dançar. Alguns fazendo a coreografia, outros dançando mais engraçados que o próprio cara do clipe, e eu absorvendo a batida.


Senti uma mão em meu ombro, virei-me e era Matt.

— Você aqui, meu lindo?!
— Cara, que coincidência – me abraçou, e assim pude ver uma moça da mesma altura que eu, com cabelos lisos em um castanho claro e olhos incrivelmente lindos e verdes. Com um jeito meio rebelde, mas sorriso meigo – essa é a Bre, minha namorada.
— Ei, que prazer te conhecer. Matt fala muito de você – beijou meu rosto em forma de cumprimento.
— Nossa, você é mais linda do que o Helders me descreveu. O prazer é meu!

 Vic... - Matthew parecia estar sem jeito – Alex está aqui. E bem, ontem ele não parava de olhar algumas fotos nossas da época da escola. Só que eu não entendo muito o porquê de você fugir dele, e não querer que ele se lembre de você.
— Nem eu sei direito o porquê, acho que eu tenho medo de tudo aquilo voltar... Eu tô confusa.

Eu estava lacrimejando? Ah, não!

Matt me abraçou e Breana fez uma espécie de carinho em meu ombro, tentando me confortar. Acho que Matt havia contado à ela
 

— Você está certo. Ah, Mr Heldes, sempre certo. - dei mais um abraço nele, e outro em Bre — Vou indo então, temos que marcar um jantar lá em casa.
—Ok, marcaremos sim! Te cuida, moça. - disse Bre.
—Tchau! - saí em direção à porta, sem me despedir da Nat.


 Depois mando um sms para ela. Alguém segurou meu braço, com força, mas sem intenção de me machucar. Eu conhecia aquele toque. Eu conhecia aquele perfume. Mas como sou orgulhosa, não olhei para ele, só fiquei tentando desprender aqueles dedos do meu pulso. Attempt fails.

— Não quer olhar para mim, não olhe Vic. Mas só responda uma coisa: por quê você acho que eu não reconheceria você? Eu tenho uma ótima memória, e uma ótima visão também. Claro que de primeira, demorei um pouco para recordar. Você pode ter crescido, seu corpo mudou e, e... - não me segurei e ri, por impulso virei e ele olhava para minha bunda. Mother Fucker. E quando percebeu quando eu o olhava com um olhar assassino, ficou vermelho.

Eu queria sair dali o mais rápido possível, mas no fundo, eu queria ouvir o que ele tinha a dizer.

— Continue... - ele riu, em um tom de sarcasmo mas sem sarcasmo, entende?
— Como eu ia dizendo, seu corpo...
— Eu sei Turner. – arranquei um sorriso dele.
— Ah, Vic... Você pode ter mudado fisicamente, mas, eu nunca me esqueci dos seus olhos e seu sorriso. Seu jeito de andar, de falar, de morder os lábios quase o tempo todo... Eu não sou idiota, como você pensou.
—Ok, então desculpe Alex. Mas estou cansada, e bem, tenho que ir.
— Eu te levo, e podemos ir relembrando daquela época no caminho.
— Não – disse ríspida, e vi que ele ficou “assustado” com meu tom grosseiro – desculpa de novo. Pegarei um táxi.
— Eu insisto.
— Alex, não precisa se incomodar, já até chamei o táxi.


Não esperei a resposta, me virei e saí acotovelando todos que estavam na minha frente até a saída. Algumas pessoas se incomodaram, e reclamaram um pouco, por isso acelerei o passo. Na saída, um homem da altura de um armário, empurrou uma das portas pra me deixar sair. Assim que a porta se abriu, um vento frio bateu no meu corpo, e eu puxei o casaco mais pra perto. Caía um dilúvio. Me protegi das grossas gotas de chuva de baixo do toldo verde escuro da boate. Olhei para os lados a procura de um sinal de vida. Não havia nem um fantasma ali, muito menos um táxi me esperando. Estava aceitando o fato de que teria que ir andando na chuva até achar um táxi, quando a porta da boate se abriu, e de lá de dentro saiu Alex. Ele me olhou com um sorriso convencido no rosto, e eu virei a cara, ignorando.


— Desculpe senhorita, mas acho que vai ter que aceitar a minha carona, por que o seu táxi não vira.
— Prefiro ir na chuva, obrigada. - e fingi que estava olhando para o outro lado da rua
— Qual é Vic, ta caindo o maior temporal, para de ser orgulhosa, só agora, e me deixa te levar pra sua casa.
— Já falei que não precisa Alex!


Em um movimento rápido, ele tirou a jaqueta, puxou meu braço, e jogou a jaqueta sobre nossas cabeças, nos protegendo da chuva. Ele passou a mão do meu braço para minha cintura, e me puxou para perto, meu braço tocava sua barriga. Fiquei tão surpresa que nem reagi, e deixei ele me guiar para uma ruazinha lateral. Ele parou do lado de um Cadilac CTS-V prata, que me deixou de queixo caído. Ele sacou as chaves, e apertou o botão do alarme, destrancando as portas, depois me indicou o assento do passageiro. Eu me sentei e ele fechou a porta. Tinha cheiro de carro novo e cigarro. Depois de sentado, ele deu partida, e ficamos em silêncio uns cinco minutos. Quando o silêncio ficou muito incomodo, resolvi falar.


— Você sabe aonde eu moro Alex?
— Claro que não, me diz aí.
— Moro na Leicaster Square - disse azeda.
— Sério? Fui à alguns lugares ali, e nunca te vi..
— Sorte a minha não é? – disse colocando o máximo de sarcasmo nas minhas palavras
— Sinceramente não sei o porque de você está me tratando assim. - ele disse me olhando com cara de cachorro.
— Olha Alex, não estou afim de papo, me deixa em casa e me esquece, por favor. – tive que olhar para a janela, porque a carinha dele estava me matando.
— Olha, vamos tomar uma cerveja e conversar, o que você acha?
— Acho uma péssima ideia, eu já disse que eu estou cansada!
— Ah, não está não !



Ele disse isso e teve outra atitude inesperada. O carro estava parado em um farol vermelho, e de repente ele pulou do lugar dele, e começou a fazer cócegas em mim. Se curvou um pouco pra cima, e começou a bater com os dedos indicadores nas minhas costelas. Eu não aguentei, ri e me contorci, tentando fugir dele.
Isso me lembrava aquela época, ele amava me fazer cócegas e contar piadas, para me fazer rir.
Então ele parou, eu estava meio encolhida, rindo, e ele estava com as mãos paradas em cima da minha barriga. Ele também estava rindo, e o seu hálito de cerveja e cigarro batia no meu rosto. Ele tentou se aproximar, mas o cara do carro de trás buzinou, e ambos nos assustamos. O farol já estava verde, e Alex se sentou e acelerou, e depois olhou para minha cara e começou a rir. Meu coração que ainda estava meio fraco por causa dos últimos acontecimentos, me forçou a rir.
Ele parou o carro em frente a um pequeno bar, com pequenas mesas altas. Ele pegou a minha mão que estava repousada sobre e banco, e acariciou minha mão com os dedos, depois, fazendo de novo aquela carinha que derretia meu coração.

— Por favor, toma uma cerveja comigo, eu senti sua falta.
— Ok, mas não posso demorar muito. Como eu disse, estou cansada.


Já havíamos tomado umas quatro ou seis cervejas, não lembro. Apesar de toda a mudança no visual, que o deixava um Deus Grego, por dentro ele ainda continuava aquele garotinho que conheci em Sheffield. Ele era o líder de uma das bandas mais incríveis da Inglaterra, mas ainda tinha o mesmo jeitinho tímido de uns oito anos atrás. Ele contava as mesmas piadas sem graça, e eu queria poder dizer que não ri. O bar estava um pouco vazio, e tocava um jazz baixinho ao fundo. Alex levantou a mão, e pediu mais duas cervejas. Eu ainda estava rindo um pouco da piada extremamente sem noção que ele havia contado, e quando levantei o rosto, ele me olhava, com um sorriso bobo nos lábios. Franzi a testa, e sorri de volta. Desviei os olhos, e olhei para as lâmpadas que enfeitavam uma das paredes do bar, esperando ele parar de me olhar. O garçom veio e deixou as garrafas já abertas em cima da mesa, quando olhei de volta para Alex, ele ainda me olhava.


— O que foi Turner? – tentei parecer despreocupada, mas acho que não consegui.

 — Eu já disse, você está muito linda. Gosto de te olhar.
 — Ah, para com isso Alex - dei um gole na minha cerveja. 
— Sabe, você tem belos lábios. – ele disse chegando um pouco para frente. Acho que não deveríamos ter tomado tantas cervejas assim, não mesmo. 
— Obrigada. – já estava ficando levemente desconfortável.
 — Acho que mais uma vez você não vai me deixar beija-los.
— Você foi um idiota de tentar me beijar somente no dia em que eu estava indo embora, Turner.

FLASHBACK

Matt me ajudava a guardar as últimas coisas em minha mala. Ele me colocava um CD do QotSA na parte de fora de minha bolsa de mão. Matt estava com uma cara estranha, como se fosse chorar. Sorri com a fofura de meu melhor amigo. O abracei, ele retribuiu com entusiasmo, me dando um daqueles abraços de urso, me deixando sem ar. Dei um tapinha em suas costas indicando que ele estava me amassando, e que o ar já estava faltando. Ele afrouxou o abraçado e me levantou do chão. Quando ele me soltou, notei uma lágrima escorrendo pela sua bochecha. Iria sentir tanta falta dele!

—  Ah Matt, não chora, se não vou chorar também!
—  Quem disse que eu estou chorando, Victória? Vou sentir sua falta ,mas não é pra tanto!
— Matt para de besteira! Não vou contar pra ninguém pode deixar!
Matt revirou os olhos e me abraçou mais uma vez. Definitivamente eu iria sentir falta dele. Minha mãe pigarreou na porta de meu quarto, e Matt me liberou do abraço de urso.
— Matt, eu e o Sandro queremos ter uma última conversa com a Vic antes de ela viajar.
— Ah, ok tia, deixa eu só...- e me deu outro abraço. Eu estava começando a achar que ia chorar.



Matt me olhou nos olhos e se despediu com um aceno de mão. Ele se dirigiu para a porta do meu quarto, deu um sorriso de despedida pra minha mãe e foi. Eu sentei em minha cama, e peguei um porta retrato que estava em cima da minha mala. Estávamos eu, Matt e Alex em primeiro plano, e Jamie aparecia lá no fundo fazendo palhaçada. Minha mãe se sentou do meu lado e me abraçou.

Meus pais não falaram nada diferente do que eu já esperava. Me disseram coisas básicas, do tipo “se comporte” , disseram que esperavam que eu não bebesse, nem usasse drogas, para não me meter com problemas com a policia, e ficar longe de caras “estranhos” . Me falaram algumas coisas sobre Belfast, sobre alguns costumes Irlandeses, e depois sobre a minha futura faculdade em Londres. Falaram sobre a mulher que me receberia em sua casa, Elizabeth Ward, que era chefe de um grupo de estudo de antropologia na Queen’s University , e que contaria como curso extra se algum dia eu fizesse qualquer faculdade.

Depois do sermão sobre drogas, a campainha tocou, fui atender, provavelmente era alguém querendo se despedir de mim. Meus pais foram ao meu quarto pegar minhas malas. Quando abri a porta, Alex estava lá com um pequeno buquê de girassóis nas mãos. Ele me entregou o buquê, e me abraçou. Retribuí o abraço, também iria sentir muita saudade de Alex, talvez mais saudade do que gostaria de admitir.



— Obrigada pelas flores Alex, são lindas.
— De nada - ele sorriu tímido, e passou a mão pelos cabelos — vou sentir muito sua falta Vic.
— Não precisa chorar de saudades de mim Al, eu volto! – quis fazer uma piada que não foi muito bem sucedida

Ele deu uma risada forçada, e eu o puxei para outro abraço. Quando o mesmo terminou, Alex segurou meu pulso direito, e chegou perto de mim. Notei suas intenções na mesma hora. Quando ele criou coragem e chegou perto de me beijar, virei o rosto, ele acabou beijando minha bochecha esquerda. Ele ficou com os lábios ali, como se estivesse congelado. Meu pai chegou atrás de mim com uma de minhas malas, e Alex se afastou de mim. Tentei agir como se nada tivesse acontecido. Deu um último abracinho em Alex, e me joguei no banco de trás do carro do meu pai. Olhei enquanto minha mãe falava com Alex, e ele respondia e dava uns sorrisos forçados. Finalmente mamãe parou de papo furado e entrou no carro, e Alex ficou em pé na porta de minha casa com as mãos nos bolsos, e cara de poucos amigos. Meu pai acelerou com o carro, e eu não conseguia parar de olhar pros girassóis. Não queria aquele beijo, por que sabia que não conseguiria esquecer, e que eu ficaria presa a Alex de alguma forma macabra. Tentei me convencer que era melhor assim. E no fim, me convenci de que era melhor assim.

FLASHBACK OFF


Ele tomou um gole da cerveja, e enquanto bebia, olhava para o além. Depois colocou a garrafa na mesa, e abaixou a cabeça, olhando para a mão que estava pousada em sua perna. Comecei a achar que tinha pegado pesado com ele, e inclinei um pouco a cabeça tentando ver sua expressão. Mas então, ele olhou para cima, com um sorriso de garoto, pegou a minha mão e disse:
— E se eu prometer que não vou mais deixar você ir embora, você negaria o beijo que eu quero te dar agora?







n/a: A reação de Vic? Leia no próximo capítulo da nova "novela" You & I.

 Alô meninas, muito obrigada pelos comentários do último capítulo, eles no motivam muito, obrigadíssimo mesmo! Como sempre, um "little thriller", mas faz parte.
Bom, deixem suas palavrinhas sobre o capítulo, e talvez na quinta já postaremos o Capítulo 04.

Beijos!

  

9 comentários:

  1. GENTE, GENTE, GENTE! desmaiando em 3, 2, 1... se ela se negar a beijar eu chuto o pc!!!! coraçao parando, ui. respira, respira... hahahahaha
    querendo desesperadamente o proximo <3 hahah

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  2. Awn, achei esse capítulo muito fofo *-* Quem resiste ao Alex fazendo carinha de cachorro???
    Quero muito muito muito outro capítulo, já estou apaixonada pela fic <3
    Bjs

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  3. Eu amei ese capitulo!
    Veeei como ela consegue resistir ao alex diliçaaa? ??! Gsghahhsbshajajsjshdh OMG eu preciso do proximo capitulo veeeeeii kkkk
    aiaiii to indo ;-)
    Poste o proximo quinta por favoor!
    Bjssss

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  4. Outro capitulo lindo <3

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  5. "— E se eu prometer que não vou mais deixar você ir embora, você negaria o beijo que eu quero te dar agora?
    "

    ONDE. ESTA. O. ARRRRR.

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  6. AAAAAAAAAHH QUE FOFURA DE FANFIC!

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  7. vai postar hoje? posta pfvr!!! estou apaixonada por essa fic

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  8. Vic, my dear, don't let me down! huehue
    Amando essa versão tímida do Alex!

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  9. Imaginei ele fazendo cara de cachorro que caiu da mudança agora hahah
    Oh Al, você fofinho é uma coisa agradável de se ler #meabraça
    xô ler o proximo capítulo, xxx.

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