In My Room 02: A Kiss With A Fist

N/A: Capítulo minúsculo :(

Narração Alex

Tentei ignorar os constantes comentários imbecis dos garotos que me perseguiam. Tudo começou por que eu não quis ficar com a gostosona da Ashley. Foda-se os peitões dela! Eu não ligo. Principalmente porque o corpo é dela, e o fato dela ter peitos enormes não a fazia melhor nem pior que nenhuma menina. Agora eles dizem que eu sou um viadinho porque não fiquei com aquela vadia. Eu estava muito chateado e imerso em pensamentos quando ouvi um:

— Ei, psiu, Turner. — Achei que fosse um babaca qualquer, olhei para a esquerda procurando a origem do som, mas eu percebi que a origem do som vinha da direita. Uma fenda entre o prédio leste e o prédio norte. Dentro dela se encontrava Mark. Um jovem bonito de olhos azuis e cabelos negros caindo sobre o rosto. Seu sorriso canalha me fez sentir as pernas bambas. Uma sensação eternamente boa se fosse uma menina, e se eu tivesse 11 anos. Mas eu tinha 16 recém-feitos. 

— O que foi Mark? — Perguntei já sabendo a resposta. Mark abriu ainda mais o sorriso malicioso e me chamou com os dedos. Olhei para os lados vendo que meus perseguidores estavam distraídos com um nerd asiático. Arrisquei entrar na fenda. Com meus dedos espalmados sobre o concreto da parede comecei a caminhar na direção dele enquanto eu me sentia hipnotizado por seus olhos azuis. Maldito... Meu peito se contraía e soltava a cada passo que eu dava. Eu sabia que naquele momento eu estava para fazer algo que mudaria minha vida para sempre. 

— Você acha que eu não sei por que você não ficou com a Ashley? — O meio sorriso de Mark havia se tornado medonho. Era como se ele soubesse de algo que ninguém mais poderia saber, e eu sabia que ele estava falando a verdade principalmente porque nos conhecíamos bem... Bem demais para que ele... — Você gosta de meninos, não é, Turner? — Meu coração acelerou de forma descontrolada, minha respiração pareceu falhar e meu ar sumia aos poucos  Minha expressão de pânico deixou a verdade transparecer. — É claro que sim... E eu também. — De todas as coisas do mundo o que eu menos esperava era aquilo. Mark fora meu melhor amigo durante a infância, agora eu entendia porque éramos tão próximos (próximos demais até), Mark era... Gay assim como eu... — É um grande bom gosto, Turner. — Me aproximei mais dele ansiando por algo que talvez eu tivesse apenas aquela oportunidade. Eu não me sentia com medo, aquilo não era uma pegadinha, pelo menos eu achava que não. Coloquei minha mão sobre o ombro de Mark e a escorreguei pelo ombro do mesmo, meus braços o envolveram, Mark me puxou gentilmente pela cintura, o lugar apertado trazia muito mais diversão (era o que eu achava), nossos rostos se colaram na altura do nariz. Enquanto minha respiração era trêmula a dele era relaxada, fato que me causava agonia. Coloquei meu rosto mais próximo e Mark não hesitou em ele mesmo me beijar. Seus lábios macios e seu cheiro de Armani e loção pós-barba...  O toque dele era perfeito, eu já havia ficado com umas garotas, três, mas aqueles três sabores de gloss diferentes não tinham nada a ver com o que eu queria. Era um homem que eu queria... Não estava apaixonado por ele, mas estava sendo bom tê-lo ali naquele momento.  Mark tinha uma forma única de me beijar, de me segurar, não sei por que, mas só em pensar no que ele estava fazendo me senti excitado, não sei por que, meus braços se arrepiaram, borboletas sucumbiram em meu estômago e me senti como uma garotinha de 12 anos. Mark percebeu minha ereção e num suspiro pesado desvencilhou os seus lábios dos meus.

— Fique calma, boneca. Você já teve emoção demais para um dia. — Mark soltou sua risada maliciosa e me deixou ali, parado, olhando para o lugar vazio onde ele estava. Levantei meus dedos e acariciei meus lábios finos recordando a sensação maravilhosa que era o beijo de Mark, comecei a fantasiar outros beijos, de outros homens, e naquela hora eu tive certeza que passaria o resto da vida ignorando Ashleys da vida...

O sol se punha no céu alaranjado de Los Angeles e eu não estava nada satisfeito com o fato de estar sozinho na varanda de uma sorveteria. Mesmo que o sorvete de chicote branco compensasse a solidão. Minha mente estava presa nos olhos perdidos de Miles, na forma que sua voz soava casual, principalmente acompanhado daquele sotaque britânico... Eu tinha aquele mesmo sotaque, meio forçado, devido aos três anos de ensino médio em Sheffield, Inglaterra. Miles para mim me soava como muito mais que uns beijinhos e o sexo escondido... Valia sempre lembrar que eu era passivo, e por mais que Miles soasse como o ativo perfeito para mim, mesmo assim tal garoto havia despertado em mim tal interesse... E o que eu queria naquele momento com ele era algo mais... Profundo... Miles não era qualquer um. Miles era um Kane.

Meus pensamentos estavam tão fortes sobre o mesmo, que não me surpreendi quando o vi parado no outro lado da rua. Meu coração acelerou com a vontade. Tomei o resto do sorvete derretido e me arrumei para ir, segui até o outro lado da rua com a coluna ereta e olhando para meu alvo. “Vamos lá, Alex...” Pensei, vi Miles puxar um cigarro e colocar nos lábios. Entendi aquilo como a deixa perfeita para que eu pudesse ir lá falar com ele, comecei a andar até a ele enquanto ele parecia perfeitamente distraído com o cigarro em seus lábios, ele parecia extremamente sexy para mim, cheguei e fiquei atrás dele falando para ele:

- Pode me dar um cigarro? – Perguntei, ele pareceu não reconhecer minha voz, pois não havia tido a reação que eu esperava.

- Claro. – Ele respondeu ainda de costas para mim, puxou um cigarro no bolso e quando se virou com o mesmo entre os dedos abriu a boca em surpresa, deixando o cigarro que ali estava cair no chão.

- Bom... Você não me ligou, nem me procurou como o prometido, então... Acho que foi bem legal da gente se encontrar, sabia? – Miles ficou me olhando, ele parecia perfeitamente nervoso com o fato de não ter me procurado, eu tentava olhar em seus olhos a procura de algo que pudesse responder a minha pergunta, mas parecia que o ar lhe faltava.

- Ah... Desculpa... Eu... – Sorri malicioso vendo que Miles estava no lugar que eu queria. 

- Tudo bem, ok? Eu não estou chateado. – Miles sorriu com aquilo, e relaxou os músculos, então ele se importava com o que eu sentia... Interessante... – Olha para te provar que não estou nem um pouquinho chateado eu vou te convidar para ir lá a minha casa.

- Mas... Eu... To sem meu carro... – De novo, ele parecia querer se safar de mim, como se eu fosse algo muito medonho. Como alguém que ao mesmo tempo se importava comigo, Miles estava se tornando muito confuso. Comecei a achar que o problema era eu...

- Eu te levo no meu, na volta eu te deixo em casa.

- Ah... Ok... – Miles não tinha para onde correr. Ele expressava aquilo na forma em que sua voz, meio desanimada, meio excitada com a ideia de conhecer minha casa, Miles expressava aquilo na forma em que seu olhar parecia perdido e animado com a ideia. E eu gostei daquilo.