R U Mine 05: Um Monkey diferente



__ Acorda menina! - Quase pulei da cama ao ouvir o grito agudo e estridente da minha melhor amiga bem em meu ouvido.
__Tá pretendendo me deixar surda é? – sibilei esfregando o ouvido que zunia baixo
__ Você não acordava de jeito nenhum! O próximo passo seria um balde de agua fria na sua fuça!
__ Você não seria louca a esse ponto – murmuro esfregando a face – Que horas são?
__ 8 horas
__ Quê?! Hoje é domingo Catarina!
__ Eu sei que hoje é Domingo e nós vamos à praia!
__ Como é que é?
__ Isso mesmo que você ouviu, o sol está brilhando lá fora
__ Vai se fuder! – murmuro me deitando novamente, só pode ser piada. Me acordar às 8 em um domingo pra ir à praia? 
Quando pensei tê-la convencido de que não sairia de jeito nenhum da minha cama quentinha senti o cobertor ser retirado repentinamente de cima do meu corpo que levou um choque com a jorrada de vento que vinha da janela – Você enlouqueceu?
__ Hoje é domingo, o sol está brilhando e eu não vou te deixar ficar em casa o dia inteiro tá ouvindo? Se arruma e coloca um biquíni bem bonito – disse eufórica já saindo do quarto. Resolvi não contrariá-la afinal tentar qualquer tipo de argumentação contra Catarina é perda de tempo.
Estávamos em uma parte vazia da praia, ao longe alguns homens parafinavam suas pranchas para se juntarem aos que já se aventuravam no mar. Algumas garotas se bronzeavam à alguns metros de nós enquanto um grupo de crianças construíam um enorme e mal elaborado castelo de areia.
Catarina e eu nos sentamos em nossas toalhas de praia admirando a paisagem. O sol ainda estava fraco por ser de manhã e as nuvens do céu formavam desenhos maravilhosos, uma áurea de felicidade me atingiu fazendo-me sorrir bobamente. Catarina tirou a camisa que vestia ficando apenas de short e a parte de cima do biquíni para tomar sol nas costas. Eu preferi ficar de vestido do mesmo modo que antes, não estava muito a fim de torrar em baixo do sol.
Algum tempo depois Catarina quis entrar no mar e eu neguei é claro, não sei nadar e não quero morrer.
__ Ah vamos comigo! Por favorzinho
__ Tudo bem, mas eu só vou molhar os pés.
__ Tudo bem, é só que não quero ir sozinha até lá
__ Ok
Fomos até a beira do mar, a sensação das ondas quebrando em meus calcanhares era deliciosa e libertadora. Não passou muito tempo até que Cata quisesse entrar de vez no mar.
__ Você não quer ir mesmo?
__ Eu não sei nadar criatura! Já te disse várias vezes.
__ Ah, só até a cintura não é perigoso.
__ Obrigada, mas vou ficar por aqui mesmo – ela deu de ombros e seguiu entrando no mar. Permaneci com a água na altura das canelas por um tempo apenas sentindo a frescosidade da agua, mas logo depois me dediquei à tarefa de achar conchinhas ali mesmo.
As conchas eram lindas, algumas bem grandes e resolvi guardar algumas para levar pra casa, quando avistei mais uma no meio da agua salina e estava pronta para abaixar-me e pegá-la fui atingida por um baque que não consegui explicar no momento, me apavorei ao cair de costas ao encontro da agua gelada. Um peso em cima de mim me impediu de levantar imediatamente e eu só conseguia pensar em como sair dali quando de repente o peso saiu e fui içada para cima pelos braços.
Em um primeiro momento só consegui me concentrar em desacelerar meus batimentos cardíacos, abaixada e com as mãos no joelho esperei até que voltasse minimamente ao normal.
__ Me desculpa, eu vim atrás da bola e você estava abaixada não consegui parar a tempo! – eu estava pronta para levantar-me e preferir-lhe os piores xingamentos, mas a ardência em meus braços e pernas me impediu. Levantei o os olhos e os apertei para ter certeza, talvez o baque tenha afetado algo em meu cérebro, mas não Matthew Helders o baterista que adora cerveja me olhava com as sobrancelhas arqueadas.
__ Er, tudo bem... Eu acho – murmurei deixando de lado as injurias de lado.
__Você se machucou né – ele apontou para meus joelhos na carne viva, rasgados pela areia e pedrinhas no fundo do mar.
__ Não foi nada, parece ser pior do que realmente é.
__ Hum, mesmo assim acho melhor limpar isso com alguma coisa – estranhei é claro. Não estou acostumada a ser tratada com educação por um Monkey.
Olhei para trás e vi Catarina bem ao longe então resolvi acompanhá-lo.
__ Tudo bem, vamos lá.
Após ele pegar a bola que foi a razão do nosso infortúnio nos dirigimos em silêncio de volta para a areia, durante o caminho não consegui deixar de pensar que se Matthew está aqui, talvez Alex também esteja. Vamos em direção a um grupo de homens parados que pareciam estar entediados e só depois percebo que os outros integrantes da banda estão no meio, menos Alex e não consigo disfarçar meu descontentamento.
__ Ah finalmente a mocinha voltou – eu o reconheci. Era Nick O'Malley .
__ Houve um pequeno acidente – respondeu apontando pra mim
__ O que aconteceu?
__ Nós nos colidimos quando fui buscar seu arremesso. Vou com ela até o quiosque comprar uma agua pra limpar esse ferimento

Gemi de dor quando Matthew jogou agua em meu ferimento em meu braço.
__ Desculpa, mas é preciso – ele não parecia estar ligando mesmo para minha dor, seu tom de voz era mais para “Cala boca e me deixa limpar isso logo”. Não posso reclamar afinal ele ao menos estava se preocupando em me ajudar.
__ Não ligue pra mim e continue – murmurei querendo que aquilo acabasse, logo ele acatou minha fala e  começou a limpar meus joelhos com a água gelada. Logo após limpar o ferimento ele começou a passar um remédio amarelo que não doía, mas tinha o cheiro horrível.
__ Atropelando menininhas agora? É o seu novo truque? – A voz rouca e divertida me fez arregalar os olhos.  O mesmo cabelo penteado m um topete charmoso, o mesmo óculos escuros no rosto e o mesmo sorriso, mas o que me fez perder fala foi vê-lo sem camisa. A barriga definida e tronco largo, nada exagerado, porém perfeito.
__ Não enche Alex, eu já estou terminado aqui e volto pro jogo – neste momento ele já colocava os curativos e mesmo com toda a delicadeza do mundo doeu pra caramba.
__ O jogo esfriou depois que você foi buscar a bola e não voltou mais – ele se aproximou e sentou e um dos bancos ao meu lado no balcão – Me vê uma cerveja – disse para o atendente.
__ Prontinho, terminei. E me desculpe de novo por todo esse transtorno, espero que não fique marcas.
__ Obrigada por me ajudar - respondi sorrindo-lhe
__ Não há de quê - ele me retribuiu um sorriso sincero - Você vem? – perguntou ao Alex
__ Vou esperar minha cerveja – Dito isso Matthew se foi, nos deixando sozinhos.
__ Tsc Tsc Tsc, você só se mete em problemas garota e de um jeito ou de outro sempre nos esbarramos... Mas por outro lado talvez seja sorte sua. – Mais convencido impossível.
__ Ou talvez seja uma sina, ter de te encontrar – eu não daria o braço a torcer em hipótese alguma.
Ele sorriu, talvez não esperasse a minha resposta.
__ Com certeza sorte, ou você preferia voltar pra casa mostrando aquele delicioso sutiã florido para o mundo?
Corei na mesma hora, como é que ele podia falar aquilo tão escrachadamente? E mesmo não querendo, tive de dar o braço a torcer.
__ É aquilo foi uma tremenda sorte. Obrigada mais uma vez.
__ De nada. Mas sabe que eu me arrependi de ter te dado aquela jaqueta? Você estava sexy – disse e deu uma piscadela, eu apenas sorri de volta tentando não aparentar um tomate de tão vermelha – Até amanhã senhorita – ele murmurou passando por mim com sua garrafa de cerveja me deixando atônita. Até amanhã? 
O segui com os olhos até que minha vista não o alcançasse mais. Suas palavras me deixou eufórica de alguma maneira eu o veria novamente. Ele me veria novamente.

__ O que aconteceu com você? – Catarina berrou preocupada quando voltou do mar e me viu estirada na areia com band aids pelo corpo.
__ Eu caí no mar e acabei me ralando inteira. Será que podemos ir pra casa?
__ Ah eu estava pensando em ficar mais um pouco, mas tudo bem.
__ Obrigada Cata
__ Obrigada nada, me fazer ficar em casa em um domingo ensolarado não saíra barato pra você – disse em um tom divertido e ao mesmo tempo de ameaça. Ela com certeza estava bolando algo em sua cabecinha maligna.

2 comentários:

  1. Só achei meio exagerado ela ter se machucado com uma queda na praia, mas tá ótimo.

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  2. Hhahaha ela não se machucou tipo muito... sabe quando a gente se rala inteira nas pedrinhas do mar? pois é...

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