Evil Twin 01: Feels like you're making a mess



N/A: Shortfic(?)/Songfic. Até onde estou planejando, essa fic não vai ter mais que quinze capítulos. Quero que seja algo curto mesmo, com uma pegada um pouco diferente de Now then (ainda que, por ser da mesma autora e a NTMB não estar finalizada, pode haver algumas semelhanças na escrita, haha). Algo mais descompromissado, sem grandes expectativas. Lembrem que esse é o primeiro capitulo... Meio 10 coisas que eu odeio sobre você, hahaha. Alguns rabiscos (não sobre Breana e Matt, porém) que eu tinha de dois anos atrás. De todo jeito, espero que cês gostem e comentem! :)


You've never met before
But still she greets you like a long lost rock and roll...

— Quantos anos você tem mesmo, bonitinha? — o cara que estava sentado na primeira fileira perguntou dando um sorriso sacana. Ele não era exatamente feio, devia ter uns 36 anos, mas era um cara bonito. Ele parecia o meu pai. Merda, isso era uma comparação que eu não deveria estar fazendo. Senti meu estomago dar umas voltas e não soube distinguir se era fome ou o asco.
— Dezoito. — Mentira. Eu não tinha dezoito e muito menos aparentava ter. Talvez eu pudesse passar por vinte, com meus vinte e dois, mas nunca dezoito.

— Você não parece ter dezoito, bonitinha. — ele tentou tocar meu rosto com os dedos. Me encolhi e tentei sorrir. “sério, Sherlock?” eu queria responder, mas me limitei ao sorriso.

Havia momentos como esse em que me perguntava se ainda valia a pena fazer o que eu estava fazendo há mais ou menos três semanas. Parecia que o sonho americano tinha ficado murcho e apodrecido, junto com minha vontade de conseguir um emprego decente. Seja lá qual fosse. Meu trabalho como modelo no verão passado tinha rendido uma grana satisfatória e um apartamento com vista para a piscina alheia. Nos dias mais quentes eu ficava dividida entre cortar todas as mangas das minhas camisas ou pular pelada na piscina do vizinho. Não pegaria bem, então eu me contentava em sentar em frente ao ar condicionado e amaldiçoar a boa vida do pessoal da casa ao lado.

Eu não era uma prostituta. Deus, não. Muito menos uma stripper. Eu era a cereja do bolo do Secretés, se quisesse soar clichê. Eu não precisava tirar a roupa para que fosse uma das mais requisitadas dançarinas do salão. Talvez tivesse algo a ver com a minha aparência. Talvez o fato de eu ser a típica mimadinha adolescente das comedias românticas fizessem eles felizes. Talvez ter a carinha de anjo, como costumavam dizer, deixasse eles excitados. Meu estomago protestou mais uma vez e dessa vez eu pude distinguir. Era o asco. Definitivamente o asco.

O Secretés era um lounge, um lugar com pouca iluminação, boa comida e musica, um lugar onde homens ricos vinham para relaxar. Não havia sexo, não havia massagem com final feliz e nem mesmo um roçar de corpo na pélvis alheia. Nós não tínhamos permissão nem mesmo para sair com os caras que frequentavam o local. Certo... Como se uma de nós fosse querer ser a namoradinha de um empresário pançudo. Obrigada, mas não, obrigada. 

— Você é gostosa pra caralho. — ele sorrio o sorriso sacana de novo.
Tava aí algo que eu nunca soube e achava que nunca saberia responder. 

O sujeito que te olha como se você fosse um Big Mac de 1,70 e diz com a boca cheia de orgulho que você é gostosa pra caralho, com certeza não espera ouvir um obrigada. 
— Obrigada. — respondo mesmo assim.

— Dança aqui pertinho de mim, dança. 

Tava aí algo que eu infelizmente também não podia me recusar a fazer.
Tentei o acompanhar no sorriso e mexi no cabelo de um jeito que todo mundo julga sensual. Desliguei minha mente uns minutos não ligando para quem estivesse a minha volta. Era assim no começo, eu dançava porque me fazia feliz. Agora que eu era praticamente obrigada, já não tinha mais tanta graça. 
Então como se ele decidisse que era uma boa ideia ou como se ele fosse um homem das cavernas e não conseguisse se controlar, ele decidiu que passar a mão em mim seria divertido. Quando eu senti a mão fria e áspera passando mela minha panturrilha dando voltas como uma pequena cobra venenosa, senti meu sangue ferver e me vi empurrando sua mão e abaixando para falar em sua orelha enquanto minha mão apertava seu escroto com força. Eu assisti seu rosto de contorcer de dor, seu rosto ficar vermelho e ele falar uns palavrões, mas esperei que ele ficasse quietinho para dizer: 
— Tá vendo aquela placa bem ali? Ela diz que você não tem permissão para me tocar. Você sabe ler? — ele tentou tirar minha mão, mas não respondeu — Sabe ler, não sabe?!
Sua cabeça fez que sim, bem rápido. 
— Ótimo, porque se você me tocar mais uma vez eu juro que eu vou torcer seu saco tantas vezes e com tanta força que você não vai conseguir sentar por um mês. Eu juro que se você tentar gritar ou passar a mão em mim de novo vou apertar tanto que suas bolas vão virar carne moída, tá entendo? — eu esperei que ele respondesse, mas tudo que ele continuava a fazer era aquela expressão de dor, que me irritou ainda mais, então eu aumentei a força e quase gritei: — Tá me entendendo, imbecil?
— Tô! — ele balbuciou e suspirou aliviado assim que o soltei. 
— Muito bem — eu sorri —, tenha uma boa noite, bonitinho.
Caminhei com minhas botas pretas lentamente até a porta do camarim onde o segurança da noite me olhou e me lançou um sorriso. 
— Se você continuar fazendo isso tenho certeza que vai tornar todos eles estéreis. E se o Antunes sonhar que você fez isso, ele vai te matar. Sabe disso, não sabe?
— Eu estou meio que fazendo um favor à sociedade impedindo que perpetue essa espécie. Além do mais, ele mereceu. E você não vai contar...
Acho que nada foi realmente difícil pra mim, na vida. Meu pai não era um bêbado que abusava de mim quando eu era adolescente. Ele só era um bêbado idiota quando estava com os executivos, o que significa sempre. Minha mãe não fugiu de casa com um marabalista de circo e nunca mais voltou e meu irmão não era um drogado adolescente. A minha família não era perfeita, mas estava bem próximo disso. Esse foi o principal erro. Eles eram perfeitos e consequentemente, eu tinha que ser também. O que foi um grande problema porque eu não era perfeita, só toda bagunçada. 
Podia sentir o efeito da vodka indo embora e não quis dar adeus a ela tão depressa. Ainda eram uma e quarenta da manhã e meu expediente só acabaria as três. Eu precisava de uma dose dupla se tivesse de aguentar outro filho da puta nojento passar a mão em mim. Suspirei alto e me inclinei no balcão olhando o barman fofo sobrinho do idiota do meu chefe, Antunes, e fiz beicinho. 
— Não faz essa carinha, Breana...
— Como assim você não tem tempo para atender ou conversar com a sua freguesa-barra-dançarina preferida? Presumindo que eu ainda seja sua preferida né, depois que a Holly chegou com aqueles dois melões, parece que você não lembra mais de mim.
Ele me olhou, sério, não dando muita corda para meu beicinho. Rolei os olhos. 
— Tudo bem, bobão. Eu entendi. 
— E o que vai querer hoje?
— Só um whiskey duplo. — voltei minha atenção para o salão. “Só um whiskey duplo saindo...” eu ouvi ele dizer, mas não me incomodei em responder, estava ocupada demais olhando para Holly cujos peitos balançavam enquanto ela dançava. Jesus, ela devia usar quarenta e seis! Instintivamente eu olhei para baixo procurando dar uma olhada periférica dos meus peitos. 
— Meu Deus, ela me humilha... — balbuciei para ninguém em especial. 
— Se você for o tipo de cara que gosta desse tipo de absurdo, então sim, ela humilha você. 
Não me virei de inicio para encarar o sujeito que acabara de dizer aquilo. Não me interessava o que ele achava dos meus peitos, eu estava perfeitamente satisfeita com eles. Mas houve algo na voz, não era rouca, mas era máscula. Uma voz com um sotaque inglês irresistível. Eu sempre fui louca por sotaques. Eram como meu calcanhar de Aquiles. 
Controlei a vontade de virar para encará-lo e dei um sorriso rápido, mas doce para o barman e depois virei o copo do whiskey de uma vez só.
— Isso vai acabar matar você. — vi pelo canto do olho ele apontar para o copo.
— Se eu tiver sorte. — dei de ombros.
— Você é algum tipo de suicida em potencial ou só vai passar a próxima meia hora me falando como ele foi um canalha e te chutou depois de tudo que você fez e o quanto se doou? — ele sorriu debochadamente. 
— Ninguém me chuta. — respondi ainda sem encará-lo. 
— Hmmm — murmurou — convencida. 
— Realista.
— Convencida e orgulhosa. Gosto disso. — riu baixinho e a risada trouxe calor pros meus braços. — Eu sou Matt. 
Virei para encará-lo e dar o meu melhor sorriso “foda-se” quando me deparei com os olhos absurdamente escuros de um garoto bonitinho e com covinhas adoráveis. O cabelo castanho era raspado nas laterais, deixando uma espécie de moicano discreto no topo de sua cabeça. Não era um corte que eu apreciasse, mas algo em sua expressão séria me dava a ideia de que ele estava cagando para o que achavam de seu cabelo. 
— Gosto do formato da sua boca. — ele me acordou dos meus devaneios e ignorou a resposta anterior. Seus dedos caminharam até o meu lábio inferior e ele o tocou suavemente. Com cuidado, como se eu fosse quebrar a qualquer momento.
Afastei sua mão com um pequeno tapa quando me dei conta do que estava acontecendo.
— Você pode olhar, mas não pode tocar. Essas são as regras. 
— Eu não costumo seguir todas as regras.
— Sério? O clichê do “eu sou um garoto mau”? — perguntei debochando.
— Ah não... — me lançou um olhar incrédulo, como se não acreditasse que eu estivesse perguntado aquilo e ignorou minha acusação. — Eu não sou um garoto.
— Você não aparenta passar dos vinte e três. — eu disse. 
— Você não aparenta passar dos dezesseis.
— E o que está fazendo aqui falando com uma garota de dezesseis, então? Você é algum tipo de pedófilo? Há dezenas de mulheres “mais velhas” aqui, fique a vontade.
Matt riu. — Nós precisamos de alguém como você. Jovem. Aparentemente inocente e ingênua.
Arqueei uma sobrancelha, colocando as mãos na cintura e ajeitando a postura. 
— É isso que pensa quando me vê?
— Eu pensei um monte de coisas quando vi você dançando e “ingênua” e “inocente” não eram uma dessas. — deu um longo gole na cerveja. 
— E quem é nós? Porque “nós” precisam de mim? 
— É para um vídeo clipe. Uma garota fora dos tabloides. Alguém com o sorriso igual ao seu. 
Cruzei os braços no peito. Era igual a “proposta irrecusável” que um cara tinha feito semanas atrás. Era "só um vídeo clipe" e eu seria a próxima Kate Moss e depois um de seus amigos deixou escapar a palavra “filme pornô” e eu mandei os seguranças quebrarem a cara dele no beco aqui ao lado. 
Ele pareceu notar minha desconfiança. — Nós somos uma banda... 
— É claro que são... — concordei desdenhando.
Todo mundo era, hoje em dia. 



Matt’s Pov.



Aquele lugar era um saco.
Eu sabia disso, Jamie sabia disso, até Johnny, o motorista e empresário da banda sabia disso. E Johnny era quase mais pé no saco que aquele lugar.

Havia uma atmosfera nostálgica e até moribunda por trás dos sorrisos escandalosos do  nosso segundo guitarrista. Havia também um alerta vermelho em letras néons piscando no meu cérebro “soldier down, soldier down!”, incessantemente. Depois de anos namorando Katie, Jamie finalmente estava noivo. A garota fora esperta o suficiente para dar espaço para a banda, os amigos, mas próxima o bastante para que ele não ralasse a piroca em qualquer vadia, durante as turnês. 

Então para a despedida de solteiro, Johnny havia sugerido o Secretés. O lugar era escuro demais, a musica não era boa o suficiente e as garotas eram superficiais e muito disponíveis. Por sorte, havia uma quantidade generosa de Tequila, Whiskey e cerveja na nossa mesa, então mesmo que a noite estivesse mais para Missa do Ultimo dia do que Despedida de solteiro, nosso subconsciente estaria bêbado demais para notar. 

Nick já tinha desabado. Ele sempre fora o mais fraco para o álcool e eu e ele tínhamos ficado a noite jogando cartas, na noite passada. Cocei os olhos com a ponta dos dedos e tateei o bolso em busca do celular, enquanto observava Alex e Cookie numa conversa animada e provavelmente sem sentido.
Aí eu vi ela.

E o tempo todo, me perguntava se eu podia ver ela como estava vendo. Porque a garota era pequena, ainda que tivesse curvas; os cabelos castanhos beiravam o preto e ela tinha a boca num vermelho escuro contrastando com a palidez de seu rosto. Mas pelo que meus olhos conferiam, ela podia ter quinze ou dezoito. A parte doentia era que o fator proibido me dava ainda mais gás para ir atrás dela.
Então eu fui.

11 comentários:

  1. Então eu fui... Existe algo mais Matt do que isso?
    Bjos, Babs.

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  2. Gostei muito!!! Não sei se digo um 'amei' logo no primeiro capítulo, então você vai ter que me fazer mudar de ideia, hein Dona Luana...hahahaha. Mas realmente, você sempre se supera! beijossss

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  3. Nossa, parece que eu realmente vi o nosso Matt no capitulo, eu adorei a maneira como conduziu o capitulo e, quando se tem pov de ambos protagonistas, fica mais legal ainda, porque você descobre o que os dois andam pensando. Enfim, vou acompanhar porque eu realmente adoro a maneira como você escreve e entretem o leitor. Beijo anne

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  4. Matt meu amorzinho s2. Af muito lindo amei. Só achei a Breana muito má HUSAUHSAHU

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  5. Adorei o capítulo! Sério, você escreve muito bem e seu Matt/Alex se aproximam muito do que imagino que eles são na vida real! Suas fics são as minhas preferidas :)

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  6. Amei este primeiro capitulo, adoro a tensão entre esses dois, lindolindolindo!
    mas ebá, que ideia mais original para fazer uma despedida de solteiro, hein Johnny, O JAMIE MERECIA MELHOR!

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  7. amei o primeiro! eu adoro eles como casal. melhor impossivel!
    beeeijos

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    1. esqueci de dizer q adorei q vc usou POV dos dois! AMO

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  8. Luana querida eu voltei *-* Quero dizer que desde já amei a Breana sério. A personalidade forte e a língua afiada... E eu amo o Matt também, coisa fofuxa. Espero ansiosamente os próximos capitulos
    Um beijo...

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  9. Caaaaara, adoro evil twin e a Breana e o Matt tbbbb!!!! Ótima!

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